Tuesday, July 7, 2015

Brasil - Jornal A Nova Democracia JOVEM TRABALHADOR É EXECUTADO POR POLICIAIS DO BOPE NO MORRO DA COROA


No dia 29 de junho, foi enterrado no cemitério do Catumbi, zona norte do Rio, o corpo do jovem motoboy Rafael Camilo Néris, de 23 anos. Segundo testemunhas, Rafael foi executado com dois tiros por policiais do Batalhão de Operações Especiais da PM que faziam uma operação no morro da Coroa dois dias antes. O BOPE é considerado o grupo mais letal da polícia militar brasileira. O corpo de Rafael chegou ao Instituto Médico Legal sem roupas, sapatos ou documentos. Segundo a perícia, Rafael foi alvejado por dois tiros, um a longa distância no pescoço e outro a queima-roupa no peito — disparo que teria ceifado a vida do jovem trabalhador.
Os disparos “a queima-roupa” recebem esse nome, pois deixam um resquício de pólvora que queima as bordas da perfuração causada pelo projétil. Por isso, policiais tiram as roupas das vítimas para destruir as provas de uma evidente execução sumária com um tiro a queima-roupa.
Testemunhas que preferem não se identificar por medo de represálias disseram à reportagem de AND que Rafael foi ferido com o primeiro tiro enquanto dirigia a sua moto. Em seguida policiais se aproximaram. Rafael teria implorado por sua vida, mas mesmo assim, PMs o executaram com um tiro no peito e o colaram na viatura. O jovem era entregador de uma famosa pizzaria do Rio de Janeiro e pela manhã fazia entrega de livros e revistas. O assassinato a sangue frio causou revolta entre moradores, já que Rafael era muito querido no Complexo de favelas de São Carlos.
Cerca de 300 pessoas compareceram ao seu enterro e fizeram um protesto em seguida. A manifestação atravessou o túnel Santa Bárbara até o Palácio Guanabara, sede do gerenciamento estadual. Amigos e parentes de Rafael foram recebidos por um assessor do governador Luiz Fernando Pezão. Em seguida, moradores voltaram para o Complexo de São Carlos pelo mesmo caminho. No trajeto, policiais tentaram provocar manifestantes e foram respondidos com vaias.
Imagens de Patrick Granja e Victor Ribeiro, edição e texto de Patrick Granja

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