Vitoriosa Greve dos Garis do Rio de Janeiro
No sábado dia 08/03, dia internacional da mulher proletária, encerrou-se com uma grande vitória a jornada de lutas dos Garis do município do Rio de Janeiro. Após uma semana de paralisação de parte considerável da coleta de lixo e de diversas manifestações combativas pelas ruas do centro da cidade que contou com o apoio da juventude combatente e outras categorias profissionais, os garis conseguiram o reajuste salarial de 37%, adicional de insalubridade de 40%, ticket-alimentação de R$ 20 e a revogação de todas as demissões.
Os garis recebiam um miserável salário de R$ 802,57, pouco acima do valor da mixaria de um salário mínimo e o vale-refeição de apenas R$12,00.
O reacionário prefeito Eduardo Paes chegou a montar um esquema de fura-greve para a coleta de lixo exclusiva nos bairros ricos, guarnecida com truculenta escolta da PM. O prefeito fascista chegou a anunciar a demissão de 300 grevistas e também contou desde o inicio com o apoio incondicional dos pelegos do Sindicato, filiado a governista UGT, que antes mesmo do inicio da jornada de lutas fecharam um acordo de gabinete de 9% de reajuste e mais nada. Como sempre dissemos: “as massas fazem a História” e elas atropelaram a direção pelega do sindicato.
A justiça burguesa também foi usada para intimidar os trabalhadores. A desembargadora Rosana Salim Villela Travesedo considerou que a greve era “abusiva e ilegal” logo nas primeiras horas do movimento, aplicando uma multa de R$ 25 mil contra o sindicato. Como o sindicato também era um inimigo dos trabalhadores essa manobra judicial acabou se tornando um tiro no pé.
O monopólio de imprensa, especialmente a fascista Rede Globo, também fez ampla campanha contra a greve, entrevistando representantes do sindicato e da Prefeitura que diziam a canalhice de que a greve era de uma minoria, no máximo 300 pessoas.
A vitória dos garis é uma lição para a classe trabalhadora brasileira. É um vigoroso exemplo de que é possível conquistar vitórias, lutando independente do sindicalismo pelego, junto com a base e com o apoio da juventude e da população trabalhadora.
Uma das faixas erguidas pelos trabalhadores dizia: “O Prefeito quer fazer a Copa. Os garis querem fazer compras”. Com a combativa greve foi jogada no lixo toda a arrogância do Prefeito Eduardo Paes e a massa insurgente de garis venceu a luta. E certamente lutará com maior ânimo não só pelos justos reajustes salariais e melhores condições de vida, mas também para construir um verdadeiro Estado Popular, uma nova democracia.
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Nota da Liga Operária
GARIS MOSTRARAM O CAMINHO DA LUTA COMBATIVA NO RIO
A histórica greve dos garis cariocas deu o exemplo da luta independente, classista e combativa que arrancou a vitória sobre a arrogância e desprezo da prefeitura do Rio, pela ação dos próprios trabalhadores.
Depois que o sindicato mega-pelego da central governista UGT deu as costas aos trabalhadores, os garis deram as costas a toda a estrutura sindical de Estado carcomida com suas instituições repressivas: a Justiça do Trabalho – que declarou a greve ilegal; o sindicato pelego – que autorizou as demissões de grevistas; e o Estado – a prefeitura, que não reconhecia as reivindicações e a organização autônoma dos trabalhadores e tentava fazer terrorismo sobre os trabalhadores.
A vitória foi conquistada exatamente pois ousaram ir ao combate sem temer, rechaçando os métodos tradicionais de luta limitados pela legislação sindical. Tomaram as ruas em manifestações diárias, se negaram a reconhecer a falácia burocrática de necessidade de “preservação das atividades essenciais”, deixando o lixo nas ruas para o prefeito recolher. A democracia operária se fez valer pela ação da comissão de base que era acompanhada por milhares de trabalhadores na frente dos prédios onde ocorriam as negociações.
O prefeito playboy e fascista Eduardo Paes teve que engolir todo o lixo que vomitou sobre os grevistas – ao dizer que o movimento era só de 300 garis e taxando a greve como “motim”. Nem com o suporte da polícia e das organizações Globo conseguiu desmontar a greve e tirar o lixo das ruas. Viu que não tinha saída senão reconhecer a grandeza do movimento, concedendo o reajuste salarial e cancelando as demissões.
Esse é o tipo de mobilização operária resultante dos novos níveis da luta popular após as jornadas de junho de 2013. Pois tremam grandes burgueses, latifundiários e políticos canalhas de todos os tipos, pois o 2014 de lutas está só começando!
VIVA A LUTA DOS GARIS CARIOCAS!
VIVA A LUTA INDEPENDENTE E CLASSISTA!
NÃO VAI TER COPA!
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