RJ: Histórico recente das ocupações em niterói
A
onda de ocupações vem sacudindo todo o país levando a ousadia e
rebeldia principalmente dos estudantes secundaristas para o meio de um
cenário de profunda crise social, econômica, política e moral de todo
velho Estado e as diferentes siglas do Partido Único das classes
dominantes. Em pouco mais de quatro meses, os estudantes da primeira
cidade a ter ocupações de escolas em 2016, Rio de Janeiro, deram
sucessivos saltos em sua luta: primeiro ocupando suas escolas, depois
indo para as ruas e radicalizando a luta em defesa de escolas que sirvam
ao povo e, finalmente, expulsando todas as diferentes entidades e
movimentos oportunistas-eleitoreiros, desmoralizadas para as massas
junto com seu pacifismo, eleitoralismo e peleguismo.
Publicamos
a seguir o histórico recente desta luta em Niterói, município vizinho
do Rio de Janeiro, que desenvolveu uma importante experiência para o
movimento estudantil não apenas do estado do RJ, mas de todo país.
Saudamos a Juventude Combatente de todo país e esperamos que possam
seguir trilhando o mesmo caminho dos estudantes cariocas, levantando
alto a nova bandeira do Novo Movimento Estudantil independente e
combativo!
OCUPA IEPIC
No dia 07 de abril de 2016, o Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho (IEPIC),
iria receber um cine debate sobre Direitos Estudantis organizado por
Estudantes Secundaristas de diversas escolas de Niterói, sendo que, há
pouco menos de um mês, os secundaristas já estavam se organizando para
uma iminente ocupação. A ocupação da Escola Mendes de Morais foi o
estopim das ocupações.
Como já dizia o grande Presidente Mao Tsetung "Uma faísca pode incendiar toda a pradaria!”.
Com a
hipótese de ocupação sendo vazada, a direção do IEPIC rapidamente
lançou uma nota no facebook na tarde do dia 06 de abril de 2016,
alegando que, a escola não iria abrir no dia 07 de abril pelo motivo da
"falta d'água". Mesmo com falsa alegação da direção, os estudantes
compareceram até o local e foram impedidos de entrar na unidade, mas não
demorou muito até que, os estudantes conseguiram acesso a unidade e
realizaram uma assembleia geral com todos os estudantes ali presentes,
para que fosse decidido a ocupação ou não da unidade. Mesmo
com todos os ataques e agressões verbais e física por parte direção
contra os estudantes, a resistência, a vontade de lutar, a justa
rebelião prevaleceu!
Após a assembleia, com a decisão unânime a favor da ocupação, o
Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho (IEPIC), a primeira
escola de curso normal da América Latina e do Brasil, foi ocupada.
Estudantes secundaristas, unidos, organizados na luta em defesa por
educação pública, gratuita para os filhos de trabalhadores e que sirva
ao povo!
O
Movimento de Ocupação do IEPIC - também chamado de: Ocupa IEPIC - é
totalmente independente, não permite a presença de movimentos estudantis
de cunho oportunista-eleitoreiro. Rechaçando todo o tipo de oportunismo
e peleguismo de entidades reformistas - UBES (PCdoB), AERJ, ANEL
(PSTU), UJS, RUA (PSOL), UJR (PCR), etc. - que visam sempre o próprio
benefício eleitoreiro através das lutas iniciadas pelas massas e pela
juventude.
Os
setores oportunistas sempre estiveram tentando ganhar protagonismo nas
lutas estudantis. O peleguismo busca encontrar forças onde menos se tem
informações e, também, tentam cativar jovens através da ilusão da luta
conciliadora, mas hoje é possível afirmar que, de
nada adiantaram as tentativas de usurpar a revolta popular de 2013 e
canalizá-la para os podres fins eleitoreiros e, assim continuará!
As pautas de reivindicações do Ocupa IEPIC são:
2) Passe livre estudantil irrestrito:
precisamos ter acesso a cidade, a cultura e a pesquisa, afinal muitas
coisas contribuem para a nossa formação, educação não é apenas na
escola! Queremos passe-livre de verdade!
3) Implantação e manutenção dos aparelhos de ar condicionado em todos os espaços pedagógicos.
4) Distribuição gratuita do uniforme para o Ensino Fundamental e Curso Normal (uniforme de normalista): sem uniforme não há possibilidade de identificação do aluno e também há dificuldade para acesso no transporte.
5) A criação da Casa do Normalista:
um espaço destinado aqueles alunos que moram longe do IEPIC e não tem
condições de irem para casa após as atividades (aula ou estágio).
6) A criação da Bolsa Normalista:
uma bolsa de suporte para o Curso Normal, uma vez que o Estado exige
muitas coisas na matriz curricular, mas não dá o suporte que precisamos
para realização das atividades curriculares.
7) Revitalização e funcionamento de todos os espaços:
descobrimos na ocupação espaços que nunca foram utilizados e que
estavam abandonados, queremos o funcionamento desses espaços e com a
devida valorização estrutural.
8) Entrega gratuita de materiais didáticos e pedagógicos, entre outros recursos para atividades, aulas e estágios: chega
de livros e outros recursos abandonados, se há gasto de dinheiro
público os materiais precisam ser bem utilizados pelos alunos e
professores.
9) Condições sanitárias na água e nos bebedouros: chega de pombos e gosto desagradável na água!
10) Reestruturação do sistema de esgoto e vazão d’água para os períodos de chuva: não queremos que a nossa escola fique alagando nos períodos de chuva, queremos ter uma escola sem problemas estruturais!
11) Valorização e resgate da cultura escolar:
é importante conhecer e valorizar a cultura da escola, coisa que poucos
alunos conhecem e tem acesso, sem falar da pouca influência e
importância que isso é colocado hoje em dia.
12)
Liberdade de expressão para os alunos, com o fim da opressão,
preconceito e autoritarismo por parte de todos os funcionários. Escola
que é prisão, vai ter rebelião!
13) Mais divulgação e investimento nos projetos culturais da escola.
15) Liberação para o ensino de outros cursos:
queremos Ensino Médio Regular e outros cursos técnicos, uma vez que
muitos alunos só saem da escola por ter apenas o Curso Normal em nível
médio.
16) Fim do depósito da SEEDUC na escola: a SEEDUC guarda vários materiais na nossa escola, nos impossibilitando de fazer uso dos espaços, não queremos mais isso.
17) Reforço escolar/apoio para todas as séries e disciplinas.
18) Acessibilidade e inclusão na escola.
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OCUPA CEPLIM
No
dia 10 de maio de 2016, estudantes do Colégio Estadual Pinto Lima
(CEPLIM), decidiram ocupar a unidade escolar. Durante a ocupação, o
aparato repressivo do estado, a Polícia Militar fascista, tentou entrar
na ocupação, mas os estudantes não permitiram a entrada dos agentes do
estado sem o mandato de reintegração de posse. Os policiais militares
tentaram a todo custo forçar a entrada, até mesmo tentaram quebram o
cadeado do portão de único acesso à escola, mas os
estudantes com toda a sua justa revolta não permitiram a entrada e
realizaram o primeiro ato de resistência dentro da unidade. Por fim,
depois de muita resistência por parte dos estudantes, a Polícia Militar
não entrou na unidade!
Segue abaixo a nota divulgada na própria página do facebook do OcupaCEPLIM:
"Por
conta do nosso descontentamento em relação a precarização da rede
pública de ensino, nós, estudantes secundaristas do Colégio Estadual
Pinto Lima (CEPLIM), localizado no centro de Niterói, resolvemos ocupar a
escola. Cada
dia que se passa, perdemos um direito que foi concebido com luta e
sangue derramado. Estudantes, professores, funcionários, e futuros
profissionais da educação sendo tratados como um ser sem importância. Infelizmente o profissional não é tratado da maneira certa, quem dá valor a educação?
Ocupamos a escola como uma forma de manifesto para reivindicarmos diversas pautas, tais como: Revitalização
da unidade escolar, abolição do Currículo mínimo, distribuição de
materiais didáticos e uniformes, utilização de todos os espaços da
escola para o aprendizado.
Vale
frisar que, o nosso movimento é totalmente autônomo, independente de
movimentos estudantis de cunho eleitoreiro, prevalecendo o
companheirismo, amizade, luta, organização, combatividade e
coletividade.
Durante
a ocupação, ocorreram diversas atuações truculentas por parte da
Direção do próprio Colégio Estadual Pinto Lima, e também por parte da
Polícia Militar (PMERJ). Onde o Diretor do C.E Pinto Lima, de forma
bastante autoritária e agressiva empurrou estudantes, forçando a própia
entrada na escola.
A
Polícia militar perseguiu, agrediu, cercou, e levou detido para
"averiguação" - de forma bastante autoritária, algo que é normal para
esta corporação - um estudante.
Conforme
ocupamos a escola, fomos descobrindo diversas atrocidades na nossa
escola: insetos, fezes de gato e ratos nos lugares que eram inacessíveis
antes da ocupação.
Lutamos
não apenas por objetivos fúteis, mas também contra a precarização e o
sucateamento das escolas e do ensino público do estado. Com isso é
correto afirmar que:
Ocupar, Resistir, LUTAR PRA GARANTIR!
FORA OPORTUNISTAS!
REBELAR-SE É JUSTO!
Para barrar a precarização:
Greve Geral
Luta
e Ocupação"
VIVA A LUTA ESTUDANTIL INDEPENDENTE E COMBATIVA!
CONSTRUIR O MOVIMENTO ESTUDANTIL POPULAR E REVOLUCIONÁRIO!
ABAIXO A UBES, UNE, ANEL, AERJ, RUA, UJR! INIMIGAS DOS ESTUDANTES
AVANTE JUVENTUDE! A LUTA É O QUE MUDA O RESTO SÓ ILUDE!
REBELAR-SE É JUSTO!
Movimento Estudantil Popular Revolucionário - Julho 2016
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