Terra para quem nela vive e trabalha! |
Na quinta feira dia 08 de março, um
bando armado de mais de 30 pistoleiros pagos pelo latifundiário Leonardo
Andrade, atacou covardemente as famílias camponesas do Acampamento
Terra Prometida, da FNL – Frente Nacional de Luta campo e cidade em
Capitão Eneias. Neste ataque o dirigente estadual da FNL, Tiago Coimbra
ficou gravemente ferido com tiros na cabeça e no corpo, outro camponês
ferido a bala e diversos camponeses espancados, inclusive um senhor de
75 anos que teve a clavícula quebrada por uma coronhada.
O ataque foi comandado diretamente pela
pistoleira Andreia Beatriz, que se apresentou como “gerente” da fazenda e
quis se fazer de vítima e também contou com participação direta do
advogado Robson Lima, que foram presos pois estavam no local na hora do
crime.
Horas antes do ataque, as famílias
suspeitaram da movimentação e ligaram para a PM de Capitão Enéas que se
negou a comparecer, chegando apenas 3 horas depois acompanhada da PM de
Montes Claros que foi acionada. Mesmo ouvindo os tiros que vinham de
dentro da fazenda e sendo informados que as famílias estavam sendo
agredidas, se negaram a entrar e só com muita insistência de um
companheiro que viu tudo e conseguiu fugir, é que interviram. Ao se
depararem com o corpo do companheiro atirado e sangrando, uma pessoa
gritou para socorrer e o ferido ouviu de um policial local: “Deixa morrer”, mas logo outro respondeu “no meu plantão não”,
revelando que a policia de Capitão Eneias estava agenciada tanto como
os pistoleiros para defender os interesses do latifundiário!
Não houve troca de tiros como noticiam
mentirosa e descaradamente os monopólios de imprensa comprometidos com
os latifundiários até o tutano, o que houve foi um ataque com alvos
premeditados contra camponeses desarmados.
Em declaração à imprensa, o delegado regional Renato Henriques afirmou que “Investigações
já formalizadas indicam que dentro do parque de exposições, onde Leo
Andrade estava cuidando de seus animais era o local que ele utilizava
para se reunir com as pessoas, seus funcionários e ali combinaram de
praticar essa reintegração de posse ilegal e criminosa”.
Este ataque revelou mais uma vez a
organização criminosa dos latifundiários que se organizam na Sociedade
Rural e que operam desde o parque de exposições, agenciando pistoleiros,
acobertados pela polícia, sob a palavra de ordem “paz no campo”.
“Paz no campo” é a senha dos latifundiários para prender, torturar e matar camponeses, quilombolas e indígenas
Como temos denunciado a atuação de
policiais militares de Verdelandia (antiga Cachoeirinha) que fazem
escolta das fazendas e se negam a registrar os BO para os camponeses
ameaçados e agredidos por pistoleiros agenciados pelo latifundiário
Manoel Patrício e outros, signatários do famigerado coronel Georgino.
Foi o coronel Georgino Jorge que
comandou as tropas do 10º. Batalhão da PM durante o regime militar e se
aliou aos latifundiários para expulsar os camponeses e grilar suas
terras em todo o Norte de Minas, principalmente em Cachoeirinha, onde em
1967 perseguiu, prendeu, torturou e assassinou os posseiros, inclusive
62 crianças.
Como ocorreu em Pau D’Arco no Pará em
julho do ano passado, com a chacina de 10 trabalhadores por policiais da
DECA – Delegacia de Conflitos Agrários, que escancarou à luz do dia o
que acontece no campo brasileiro quase todo dia, sistematicamente, em
toda a nossa história!
Este ataque, o papel da imprensa e da
polícia remonta a atual situação do Brasil no campo, revelando os
planos, em curso acelerado, do latifúndio e do velho e genocida Estado
brasileiro, de passar à guerra aberta contra camponeses, indígenas e
quilombolas, guerra contra os pobres e pretos das favelas e bairros da
periferia, como parte da guerra preventiva para intimidar e tentar
impedir a rebelião popular que todas estas seculares injustiças
acumuladas estão fermentando por todo país.
O terror não vai parar a luta pela terra!
Mais de 50 anos desde a heroica
resistência dos posseiros de Cachoeirinha e todas as chacinas e ataques
contra os camponeses como em Santa Elina – Corumbiara/Ro (1995),
Eldorado dos Carajás/Pa (1996), Colniza /MT (2017) e Pau D’Arco/Pa
(2017) e tantos pelo país afora, revela que estes banhos de sangue não
foram capazes de parar a luta dos camponeses pela terra e dos indígenas
por território!
Os camponeses se levantam em todo o país
exigindo seu direito sobre a terra e a água, resistindo a ameaças e
despejos covardes como assistimos nesta semana, em Francisco Sá, no
Acampamento Alvimar Ribeiro, resistindo à violência do latifúndio e do
velho Estado brasileiro genocida!
Os camponeses retomaram as terras da
fazenda Santa Elina (Ro) e retomaram as terras da Fazenda Santa Lúcia em
Pau D´Arco (Pa). As famílias da Nova Cachoeirinha (Verdelândia)
resistem e reafirmam que todas as terras roubadas dos posseiros em 1967
serão retomadas e as famílias do Acampamento “Terra Prometida” em
Capitão Enéias resistem e exigem seu direito a viver e trabalhar com
dignidade nas terras da fazenda Norte América!
Todos os ataques contra os camponeses,
quilombolas e indígenas no Brasil escancara o fracasso dessa política
semicolonial de FHC, seguida por Lula, Dilma e agora Temer, que no
regime militar tinham em Bob Fields (Roberto Campos) e Delfim Neto seus
mais ardorosos defensores, de que “exportar é o que importa!” Por
“exportar” entenda-se dar de graça nossas riquezas, exportar produtos
primários anulando a sua industrialização aqui obrigando o país a
importar as manufaturas destas mesmas matérias-primas, a não criação de
postos de trabalho mais qualificados, enquanto a minoria de parasitas
exploradores - latifundiários, grandes burgueses e seus governantes de
turno vendilhões da pátria, enriquecem todos a custa da miséria do povo e
da subjugação da Nação!
Estes episódios sangrentos arrasam com a
grande mentira de nossos tempos, a de que o agronegócio é a parte do
Brasil que dá certo. Não, senhores, mil vezes não! Pro agronegócio dar
certo, o Brasil tem que dar errado! Como agora! Essa é a verdade que não
quer calar. Agro não é tec, não é pop. Agro é Brasil semicolonial, é
trabalho servil e escravo, agro é chibata!
Um Estado em decomposição e um sistema
político putrefato falido por completo e gerenciado por bandidos
profissionais como Temer e sua quadrilha condenado a arrastar o país e a
Nação, de crise em crise para a barbárie.
O governo Pimentel/PT que enviou tropas
da PM para expulsar as famílias da Nova Cachoeirinha e em todo o estado
de Minas, como ameaça despejar agora em Campina Verde as famílias da
comunidade Bela Vista e que acoberta os crimes do latifúndio é parte da
quadrilha do governo Temer/PMDB/PSDB que assola o país com uma crise
profunda e impõe ao povo suas contra reformas , corte de gastos com
saúde e educação, aumentando impostos, desemprego, miséria e violência
generalizada, principalmente da polícia contra o povo pobre.
São os mesmos que preparam a volta do
regime militar para assegurar os interesses do imperialismo norte
americano em nosso país. O que pretendem com a intervenção militar que
já se iniciou no Rio de Janeiro é a aplicação em todo o país de um
regime de agressão e violência indiscriminada contra o povo e suas
lutas, sob o comando das Forças Armadas reacionárias, enquanto entregam
todas as riquezas da nação para os monopólios estrangeiros.
A Liga dos Camponeses Pobres conclama:
destruir o latifúndio já, e tudo o que ele engendra de atraso na
economia, na política, na cultura de nosso país.
Unir camponeses, indígenas e
quilombolas! Com o apoio dos operários e demais trabalhadores da cidade!
Varrer todo esse lixo de corrupção, miséria, injustiça, exploração,
opressão e genocídio, para conquistar a Nova Democracia e o Brasil Novo.
Viva a retomada do latifúndio Norte América!
Viva a luta dos posseiros de Cachoeirinha!
Todo apoio e solidariedade aos companheiros da FNL!
Morte ao latifúndio! Viva a Revolução Agrária!
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