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Estudantes ocupam escola em Barueri. Foto: Redes sociais
Estudantes e professores ocuparam a
Escola Professor Lênio Vieira de Moraes, que fica no jardim Santa
Mônica, em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, no dia 16 de
dezembro. Eles exigem o fim do plano do governo de fechar a unidade e
realocar os alunos para outras unidades superlotadas.
A ocupação começou por volta das 20h e
os alunos só deixaram a unidade na madrugada do dia 17 de dezembro, com o
compromisso de que a escola continuará funcionando em 2020. A escola já
tinha sido ocupada em 2015, fato que impediu que ela fosse fechada na
época pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB).
Segundo os alunos, a escola é gerida de
forma compartilhada pela prefeitura de Barueri, que é responsável pelo
Ensino Fundamental, e pelo governo estadual, responsável pelo Ensino
Médio. Segundo consta, o governo de João Dória (PSDB) tinha a intenção
de deixar a administração, extinguindo o Ensino médio e realocando os
alunos para escolas em locais mais distantes e lotadas. Os estudantes,
por sua vez, são contra a medida, e receberam apoio dos pais de alunos e
também de toda a comunidade.
Resistência
No fim da noite a Guarda Civil acionou a
Polícia Militar (PM) para obrigar os estudantes a desocuparem o prédio.
Os policias cercaram a escola e ameaçaram invadir e retirar os
adolescentes.
Um vídeo que circula na internet mostra a
professora Ângela Soares enfrentando de cabeça erguida um policial que
tentava abordá-la de forma extremamente truculenta. A professora disse
que decidiu intervir, pois tinha receio pelo o que os policiais poderiam
fazer com os alunos.
“Quando eu soube da ocupação, eu vim pra
cá porque sou professora também e a gente sempre quer ajudar. Quando
eles chegaram, começaram a ameaçar os alunos, dizendo que iam entrar,
abrir o portão, que ia ‘ficar feio’ pra eles”, explica ela.
“Quando eu percebi que um dos policiais
estava tentando abrir o portão, fiquei com medo de a polícia entrar e
descer o cacete neles. Aí eu intervi e falei para o policial: ‘você não
pode fazer isso, eles são menores, você só pode conversar com eles na
presença dos pais’”, conta a docente.
Em 2015, no estado de São Paulo foram
ocupadas 174 escolas. Naquela ocasião os estudantes demonstraram, com
firmeza e combatividade, que o sucateamento da Educação (e plano de
privatização) não será tolerado.
Como toda a política imposta pelo
imperialismo através do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco
Mundial à semicolônia Brasil, a assim chamada “reorganização” do ensino
público segue exatamente a mesma lógica de sucateamento dos serviços do
velho Estado que vem sendo aplicada há anos. Ainda mais em tempos de
crise, em que é necessário para as classes dominantes cortar os direitos
mais elementares de nosso povo – corte de “gastos”, “ajustes fiscais”
etc. – para garantir os lucros recordes dos banqueiros, empresas
transnacionais e superávit para o pagamento da dívida “pública”, a
Educação vem sendo golpeada sem pudores.
Enquanto isso, os estudantes brasileiros
continuam dando exemplo de combatividade, rechaçando todo e qualquer
ataque promovido contra educação, foi assim nos governos Lula e Dilma/
PT, no governo Temer (MDB) e agora no governo de Bolsonaro e generais a
luta não só seguirá, como tendem a se agudizar ainda mais.
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