Traduzido de http://dazibaorojo08.blogspot.com.br/
No
México, o fogo arde, tanto literal como metaforicamente. Isto se passa
porque milhares de jovens sentem uma calorosa indignação contra seu
corrupto governo, como ficou demonstrado na resistência, que inclui a
queima de edifícios do governo no dia 13 de outubro em Chilpancingo,
capital do estado de Guerrero, México. Porque queimaram os prédios? Os
manifestantes estavam cobrando o prazo não cumprido para que os oficiais
do governo apresentassem com vida os quarenta e três estudantes detidos
e desaparecidos por um grupo de policiais corruptos.
No
dia 26 e 27 de setembro, agentes da polícia municipal de Iguala,
Guerrero, abriram fogo contra três ônibus cheios de estudantes na Escola
Rural Normal de Ayotzinapa. Seis pessoas – três estudantes e outras
três pessoas que passavam pelo local – foram assassinadas! Mais 25
pessoas foram feridas! Os quarenta e três estudantes foram levados por
veículos da polícia e nunca mais foram vistos.
A
cada dia, as cidades do país são convulsionadas por dezenas de
manifestações, fechamentos de avenidas e outras ações que exigem o
regresso com vida dos 43 estudantes.
A
raiva expressa nos protestos contra a polícia terrorista e brutal não
tem se aplacado, mas tem se tornado mais forte. Em 22 de outubro,
centenas de milhares de pessoas no México e por todo o mundo se
manifestaram pelo regresso dos 43 desaparecidos.
Na
Escola Rural Normal de Ayotzinapa e por todo o México, os filhos dos
camponeses tem a oportunidade de receber uma boa educação que os
preparam para ser professores. Mas, assim como nos Estados Unidos, a
política neoliberal aplica reformas educacionais no México que
estabelecem o fim das escolas normais rurais criadas nos anos 30 do
século passado. Por que? Porque estas escolas desafiam a hegemonia do
neoliberalismo ao ensinar aos estudantes a pensar de maneira crítica e a
questionar a atual situação do mundo.
Quando
os normalistas resistiram a desapropriação de suas escolas, o governo
respondeu com terror policial e agora com a desaparição dos próprios
estudantes.
Mas
os protestos seguem e se radicalizam. É interessante e revelador que,
quando um grupo islâmico sequestrou centenas de meninas na Nigéria, o
mundo se enfureceu. Mas, quando um grupo de policiais corruptos e
brutais massacraram a um grupo de estudantes, sequestraram a 43 destes e
se negam a dizer onde estes se encontram, a imprensa corporativa
neoliberal encobre suas ações.
No México, o povo segue exigindo a apresentação com vida dos estudantes desaparecidos. A luta segue.
Desde a nação encarcerada sou Mumia Abu-Jamal.
1 de novembro de 2014.
No comments:
Post a Comment