A
ordem de despejo, que já autorizou o “uso de reforço policial” para
efetuar a expulsão, vem após recentes e sucessivos ataques das forças
policiais e pistoleiros direcionados ao Acampamento Tiago dos Santos e
Acampamento Ademar Ferreira, onde viviam os camponeses assassinados em
agosto.
O ACAMPAMENTO TIAGO DOS SANTOS
A
área ocupada faz parte de um grande latifúndio de mais de 57 mil
hectares, cujo suposto proprietário seria a empresa Leme Empreendimentos
Ltda, de propriedade de Antônio Martins (Galo Velho), citado no Livro
Branco de Grilagem de Terras como grileiro de mais de 80 mil hectares de
terras na região de Porto Velho, capital de Rondônia.
Desde
que a área foi ocupada, em março de 2020, as famílias camponesas vivem e
produzem. Naquelas terras que antes se encontravam paradas, sem
qualquer utilidade, a organização popular fez o corte popular e entregou
terra para os muitos desempregados que se juntaram aos camponeses
pobres sem terra nos últimos anos de pandemia, crise e fome. Buscaram e
conseguiram um pedaço de terra para nela viver com dignidade. Essas
massas, após já terem resistido às tentativas de despejo (como a
ocorrida em 10 de outubro de 2020, onde os trabalhadores impediram um
massacre da Polícia Militar e, diante da tentativa de expulsão, dias
depois os camponeses reocuparam as terras), estão novamente ameaçadas.
L
Camponeses de punhos erguidos em meio a resistência ocorrida em outubro de 2020. Foto: Banco de dados AND
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