Wednesday, July 24, 2013

Brasil en lucha Nota da Frente de Luta Popular (Rondônia)


Sobre os protestos por um transporte público de qualidade em Porto Velho
18 de julho, Porto Velho-RO.
A Frente de Luta Popular – FLP vem a público se manifestar e esclarecer sobre nossa luta e o episódio ocorrido na 4ª Manifestação pela redução da tarifa de ônibus, por Passe Livre e por um transporte público coletivo de qualidade ocorrida no dia 16 de julho(terça-feira) em Porto Velho-RO. Protesto este que terminou em confronto com a polícia e a detenção de 9 manifestantes.
Em primeiro lugar, gostaríamos de responder aos que nos acusam de sermos intransigentes e de não estarmos dispostos ao diálogo com os poderes constituídos. Pelo contrário, sim, tivemos conversação com a Prefeitura e Câmara dos Vereadores, porém, como esperávamos nada se resolveu.
Mauro Nazif só enrola em reunião com a FLP
Após a primeira manifestação, acontecida em 26/06, onde houve confronto entre os manifestantes e a polícia, o prefeito Mauro Nazif(PSB) chamou a FLP para reunir e discutir nossas pautas de reivindicações. Na reunião, realizada no dia seguinte (27/06) no auditório da UNIR-CENTRO, com a presença de seu secretário Coronel Carlos Guttemberg(SENTRAM), o prefeito falou muito e nada disse. Entre as pautas foram discutidas: a redução imediata da tarifa do transporte coletivo de Porto Velho, R$2,60 atualmente, tendo em vista que nada do prometido foi cumprido pelas empresas nos últimos dois aumentos; fixação de prazo para ampliação e melhoria da frota de ônibus; construção do terminal de integração; posicionamento do prefeito a cerca da ação truculenta da PM no dia anterior; possibilidades e formas para implementação do Passe Livre estudantil e a situação atual dos moradores despejados do bairro Jardim Santana 3.
Em todos as pautas Mauro Nazif só se esquivou, não disse se seria possível cumprir ou não as reivindicações. Além do “blablabla” de sempre, se limitava a dizer que está quebrando o monopólio das empresas de transportes, como se colocar outra empresa fosse resolver todos os problemas no transporte público coletivo de Porto Velho. Nada de concreto e palpável foi apresentado à FLP e aos presentes, permanecendo o impasse e comprovando que o prefeito de Porto Velho está ao lado dos empresários. Mauro Nazif saiu debaixo de uma forte vaia proferida pelas cerca de 100 pessoas que se encontravam na reunião.
Na Câmara dos Vereadores também, mais enrolação…
Seguimos nos organizando realizamos outras duas manifestações nos dias 01 e 05 de julho. Participamos de audiência sobre o transporte público realizada na Câmara dos Vereadores de Porto Velho no mesmo dia 5, aproveitamos para denunciar a perseguição e repressão da PM e tentativa de parte da imprensa em criminalizar a FLP. O relatório da CPI sobre o transporte público coletivo, apresentado pelos vereadores, reforçou nossa defesa de que é possível sim a redução da tarifa, demonstrando a possibilidade de redução de 6% através de redução de imposto. Porém nada de concreto saiu dessa audiência, como já esperávamos.
A história nos demonstra que não há conquista de direitos sem luta e desta vez não seria diferente, outras manifestações e atos se sucederiam.
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Manifestação e conflito do dia 16 de julho
Na terça-feira(16) a manifestação se iniciou às 18:00 horas, com cerca de 200 pessoas, passamos pela 7 de setembro e nos dirigimos à prefeitura de Porto Velho. Em frente ao prédio municipal os manifestantes denunciaram Mauro Nazif e queimaram um boneco simbolizando o prefeito. Colaram também vários cartazes na prefeitura, exigindo transporte público de qualidade, mais ônibus, passe livre, redução da tarifa e etc. O secretário(e aparentemente o tal agente do serviço de inteligência da PM que forneceu fotos à polícia) coronel Carlos Guttemberg(SENTRAM) se fez presente, porém parecia estar sem língua pois nada disse, se limitou a filmar e dar risadas, enquanto os manifestantes denunciavam seu vil papel de serviçal dos empresários de transporte.
A partir daí a manifestação seguiu pela Av. Pinheiro Machado em direção a Av. Jorge Teixeira, onde os manifestantes fecharam a rodovia, isolaram o cruzamento e atearam fogo em pneus. Rapidamente a Força Tática da PM se fez presente e se colocou em formação. A manifestação seguiu para a rodoviária na tentativa de evitar o confronto. No cruzamento da Av. Carlos Gomes com a Av. Jorge Teixeira, os manifestantes fecharam novamente a rodovia. A partir deste momento a PM chegou já atacando os manifestantes com tiros de borracha e bombas de efeito moral, sem nem mesmo, antes de tudo, tentar algum diálogo, já que estávamos encerrando a manifestação e seguiríamos para o centro novamente. Após a agressão policial iniciou-se uma verdadeira perseguição pelos quarteirões seguintes.
PM truculenta agride os manifestantes raivosamente e parte da imprensa acoberta com mentiras!
Ao contrário do que foi veiculado pelos sites, porta-vozes da polícia, RondoniaVip e Rondoniaovivo os manifestantes não atacaram a PM, nada foi quebrado ou destruído por eles, tanto que a população que estava nos lanches e restaurantes ao redor aplaudiam e apoiavam o protesto. Quem estava presente no protesto empreendeu fuga e agiu em legítima defesa quando foi atacado pela polícia com balas de borracha e bombas de efeito moral, sendo que nenhum policial saiu ferido, comprovando que não houve ataque à PM. A polícia, longe de querer somente dispersar o protesto, saiu em perseguição pelas ruas do centro de Porto Velho, onde prenderam 9 pessoas com extrema truculência. Segundo relatos, transeuntes e taxistas da rodoviária comentavam que a ação da polícia era desnecessária e desmedida, já que os manifestantes só estavam protestando.
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Dos manifestantes presos, vários ficaram com lesões provocadas pelo abuso dos policiais que estavam, novamente, sem identificação.
Homens e mulheres foram arrastados e jogados no chão, xingados raivosamente, tomaram chutes e foram pisoteados com a cara na terra. Uma moça que questionava se era necessário esse tipo de ação foi ameaçada por um policial que a “mandou” calar a boca e disse: “vou dar um tiro na tua cara!”. Um PM ao revistar uma mochila colocou outros objetos dentro dela e ao ser indagado pela dona da bolsa que dizia que aquilo não era dela, respondeu: “então prova pro delegado que não é teu!”. No caminho pra delegacia os policiais jogaram spray de pimenta no rosto dos jovens que estavam algemados no camburão de duas viaturas, uma com mulheres e outra com homens. Sobre estas ações truculentas, que se configuram tortura, os sites policiais de “notícias”, citados a cima, não disseram uma linha sequer.
Informamos que todos os jovens presos já estão em liberdade. As ameaças e prisões realizadas pela polícia não intimidaram e nem intimidarão a juventude que está indo às ruas de Porto Velho.
Continuaremos firmes no caminho da luta!
Por fim, reafirmamos nossa disposição de luta e que permaneceremos firmes até o final. Conclamamos todos os estudantes e trabalhadores que utilizam o transporte público coletivo de Porto Velho para se manifestar conosco. Seguiremos exigindo nossos direitos constitucionais e democráticos: transporte, saúde, educação, emprego e moradia, custe o que custar.
Frente de Luta Popular – FLP

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