Esta é a “Páscoa” que os fascistas e desgraçados Dilma, Pezão e Beltrame oferecem para as famílias trabalhadoras moradoras do Complexo do Alemão, outras comunidades pobres do Rio de Janeiro e favelas espalhadas por todo o país.
A política fascista do Estado policial
implantado no Brasil faz vítimas diariamente entre os pobres nas favelas
e periferias pobres espalhadas por todo o país. No Brasil, campeão de
desigualdade social, a política dos corruptos governantes de turno, seja
de qual partido for, é de massacre social e terror policial.
“Eu marquei a cara dele. Eu nunca
vou esquecer o rosto do PM que acabou com a minha vida. Desta vez não
houve tiroteio nenhum. O único tiro que escutei foi o que matou meu
filho. Corri pra fora de casa e vi um policial do Batalhão de Choque
perto do Eduardo, que estava caído no chão. Sou capaz de reconhecê-lo”
— contou, em estado de desespero, a diarista Terezinha Maria de Jesus,
de 40 anos. O policial tinha acabado de disparar um tiro de fuzil contra
seu filho, Eduardo de Jesus Ferreira, de apenas 10 anos. Eduardo foi
assassinado na porta de sua casa na quinta-feira da “semana santa”, dia
02/04/2015.
Quando eu corri para falar com o policial militar, ele apontou a arma para mim. Eu falei “pode me matar, você já acabou com a minha vida”. Terezinha disse que estava sentada na sala de casa, assistindo televisão quando viu o filho ser morto. “Ele
estava sentado no sofá comigo. Foi questão de segundos. Ele saiu e
sentou no batente da porta. Teve um estrondo e, quando olhei, parte do
crânio do meu filho estava na sala e ele caído lá embaixo morto”, relembrou.
Criança tinha sonho de ser bombeiro
Revoltada e abalada, Terezinha, mãe de outros quatro filhos, repetiu reiteradas vezes o sonho de Eduardo: ser bombeiro. “Tiraram o sonho do meu filho. Tiraram todas as chances dele. Eu fazia de tudo para ele ter um futuro bom. Aí vem a polícia e acaba com tudo”, lamentou. “Ele sempre falava que queria ser bombeiro. Ele estudava o dia inteiro, participava de projeto na escola, só tirava notas boas. Por que fizeram isso com meu filho?”
Eduardo de Jesus Ferreira iria começar um curso na Tijuca, Zona Norte do Rio, segundo informações da mãe da criança. “Ele
estudava o dia inteiro, ele ia fazer um curso do Sebrae na Tijuca. Eu
matriculei e ele ia começar na quarta-feira (8), e eles tiraram o sonho
do meu filho”, afirmou.
Pai diz que assassinato foi covardia
José Maria Ferreira, servente de
pedreiro, pai de Eduardo afirmou, em entrevista à imprensa, que os
policiais atiraram a uma distância de cerca de 10 metros do menino. “Meu
filho não merecia ser morto da maneira que ele morreu. Um inocente que
tinha 10 anos de idade, era estudioso, todo dia estava no colégio dele e
tinha muitos sonhos. Era uma criança muito bacana, para mim era tudo na
minha vida. Atirou na cara do meu filho a uma distância de 10 metros,
no máximo, por trás das costas do meu filho ainda”, afirmou o pai.
A comoção dos parentes, amigos e demais
moradores da Comunidade do Alemão foi muito grande quando o corpo do
pequeno Eduardo foi removido em um saco preto. Os PMs, policiais da
delegacia de homicídios e peritos agiram com total frieza e desrespeito
aos familiares da vítima.
Quatro assassinatos perpetrados pela polícia em 24 horas no Complexo do Alemão
Na tarde da quarta-feira, dia 01/04, a
incursão policial na comunidade já havia assassinado a dona de casa
Elizabeth Alves de Moura Francisco, de 41 anos. Ela estava dentro de sua
casa na Comunidade da Alvorada, parte alta do Alemão, e foi atingida
por tiros disparados pela polícia. A filha de 15 anos, Maynara Moura,
também foi baleada no braço dentro de sua casa, mas felizmente
sobreviveu.
Elizabeth Alves trabalhava como porteira
de uma creche que também fica no alto do morro. O marido de Elizabeth,
Carlos Roberto Francisco, 59 anos, culpou o Estado e os policiais que
atuam na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) pela morte da esposa.
Segundo Carlos Francisco, a residência
estava cheia e sua esposa correu para fechar a porta no momento em que
os disparos começaram. Ela acabou sendo atingida na sequência. Os
policiais da UPP teriam atirado de um beco para cima de uma laje, o que
poderia causar a morte de qualquer pessoa. “Segundo meu vizinho, ele
(o policial) botava o revólver dentro do beco e dava tiros lá para
dentro. Minha esposa estava deitada no chão e o meu filho falou que o
policial disse assim “corre ai gente, arruma um carro particular para
levar ela para o hospital”, desabafou.
Os policiais de armas na mão não deram
qualquer assistência à vítima. Os moradores que providenciaram para que
Elizabeth fosse atendida em um hospital mais próximo. Sua filha, de 15
anos, também atingida ao socorrer a mãe, ficou ferida no braço e teve
alta do Hospital Estadual Getúlio Vargas. Dois outros jovens, Rodrigo de
Souza Pereira, 24 anos e Matheus Gomes Lima, 18 anos, também foram
assassinados pela polícia (um deles na porta de sua casa) e apenas um PM
ficou ferido por cair de uma laje.
Com estes, segundo levantamento do
Jornal Voz da Comunidade, soma-se 23 pessoas atingidas nos três meses do
ano por disparos de armas de fogos no Alemão, sendo 11 mortos, e 12
feridos. São também mais de 90 dias sem trégua, sem paz alguma para os
moradores do Complexo do Alemão. No dia 19 de março, outra jovem foi
baleada na porta de sua casa. Vanessa dos Santos, de 38 anos, foi
atingida enquanto conversava com um vizinho na porta de sua casa. O
vizinho dela, não identificado, foi atingido com um tiro de raspão na
cabeça, já vanessa, foi atingida no abdômen e já chegando sem vida na
Upa do alemão. Tiroteios, abusos e atrocidades cometidos pela polícia e
mortes têm sido parte da rotina dos cerca de 70 mil moradores das 15
comunidades do Complexo do Alemão, desde o início de 2015.
Especulação imobiliária e política fascista de repressão social estimulam terror no Alemão
A política fascista de tratar pobres
como criminosos e os interesses especulativos tem tornado a vida dos
moradores do Complexo do Alemão um verdadeiro inferno. “O que temos
vivido nos dias atuais, nos deixam preocupados com o nosso futuro e
existência, pois estamos sendo dizimados de forma paulatina e
silenciosa, e de maneira assustadora, os que apoiam e financiam a tudo
isso aplaudem em uníssono, festejam calados ao nosso extermínio, torcem
para que sumamos como uma incógnita que sempre incomoda-os” diz um morador da Comunidade, Cleber Araújo, 38 anos, um dos administradores do perfil Alemão Morro.
Relata que “na Favela, mais
precisamente aqui no Complexo do Alemão, temos vivido uma expulsão
compulsória e de forma escancarada, com um ódio letal aos que ainda
sobrevivem aqui. Um ódio declarado, da parte do dito Poder Público, que
com seus tentáculos aleijados, colocou apenas os braços de açoite e que
nos fazem saber que estão aqui para nos fazer lembrar, que devemos sair
daqui por vontade deles… O nosso povo vive em estado de insegurança
total, de incertezas, de medo, de pavor. A implantação da
desestabilização é visível, as ruas estão vivendo vazias, os comércios
tem fechado as portas, locais tem sido abandonados, crianças não tem ido
as ruas brincar, os velhos já não saem mais, as famílias não estão
recebendo os familiares distantes, parece que entramos em colapso psico
social interno, estão nos colocando em uma enorme redoma e soltando um
gás letal e mortal.”
Ele denuncia a “LIMPEZA SOCIAL”, a “guerra às Favelas”, a guerra “as
pessoas MARGINALIZADAS QUE com seus braços e mãos fortes levantaram
cada alicerce, cada tijolo dessa imensa cidade chamada Rio de Janeiro. É
daqui das Favelas que milhões saem todas as manhas para trabalhar e
ainda continuam no desenvolvimento da mesma”, ressalta. “O nosso grito
de hoje é o mesmo de ontem, o desejo viver de ontem é o mesmo de hoje.
Quer ver mudança nas Favelas? Nos deixem ser apenas ser humano dignos
dos DIREITOS BÁSICOS PARA SOBREVIVÊNCIA! Nos dias atuais o que mais
incomoda o mundo externo da Favela é a FORÇA que temos, é a capacidade
de SOBREVIVER com tantas adversidades e seguir sorrindo, quando cantamos
ao som da alegria que vem de dentro de cada um de nós, sei que isso soa
como uma afronta, quando dançamos isso os deixam em pânico, talvez por
isso tantas proibições e tantas limitações de acesso ao que nos ALEGRA…”
“Queremos esquecer mais esse
capítulo da nossa história, período chamado PERÍODO UPP”, denuncia
Cléber. “Essa fase só está fazendo as nossas ALMAS SANGRAREM. Só está
nos trazendo LUTO e muitas dores, o grito está preso nos recônditos da
nossa DOR, nos fazendo chorar os nossos mortos, nos trazendo escuridão
física e psicológica, fazendo as NOSSAS ALMAS SANGRAREM… E tudo isso
para alimentar os fins especulativos e econômicos, de motivos políticos e
egocêntrico”, conclui.
Revolta na comunidade e homenagem às vítimas
Os familiares e todos moradores da
comunidade ficaram revoltados com os assassinatos perpetrados pela PM.
Os policiais foram chamados de “covardes” e “assassinos”. Os Moradores
fizeram uma homenagem, na noite quinta-feira (2), às vítimas da
violência policial a na comunidade. Eles acenderam velas e caminharam
pelas ruas do Complexo para lembrar as pessoas assassinadas pela
polícia.
Polícia Militar fascista reprime até protesto pacífico
Cerca de 300 pessoas que protestavam contra os sucessivos casos de violência foram reprimidas pela Polícia Militar, na tarde da sexta-feira, dia 03, após ocuparem uma das principais vias da comunidade: a Estrada do Itararé. . Moradores, incluindo homens, mulheres e crianças, pediam paz, agitando panos e lençóis brancos e carregando cartazes. O grupo estava na Estrada do Itararé, uma das vias de acesso à comunidade, e ia em direção à sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Alemão, quando teve o ataque da polícia.
A passeata começou na Rua da Grota,
seguiu pela Itararé, onde os manifestantes ocuparam o asfalto. O
Batalhão de Choque da PM agiu com truculência lançando bombas e gás de
pimenta contra os moradores e também efetuaram disparos de armas de
fogo. Muitos moradores nas lajes de seus barracos balançavam panos
brancos, também em protesto contra a barbárie policial.
Moradores sofreram com os efeitos das
bombas. Pessoas de idade, que participavam do protesto, se esconderam em
bares. Alguns moradores se defenderam atirando pedras e garrafas contra
os truculentos policiais. Um grupo de moto-taxistas também protestou
circulando pelas ruas do complexo.
Até a tradicional Via-Sacra, que ocorre todos os anos no Complexo, foi cancelada.
As UPPs são centros de tortura e morte
A tortura, morte e desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, assassinato do dançarino DG e muitas outras mortes em UPPs.
As UPPs são unidades policiais
repressivas instaladas nas favelas do Rio como parte de um projeto
fascista de segurança da Secretaria Estadual de Segurança e do governo
federal. Desde que foram lançadas por Lula, em 2008, sob o hipócrita
nome de “Territórios da Paz” foram instaladas 38 UPPs no Rio de
Janeiro, com um efetivo de 9.543 policiais, e que já cometeram muitos
assassinatos, torturas e outros crimes. A ocupação do Alemão aconteceu
em novembro de 2010.
Na UPP da Rocinha, zona sul carioca, o
pedreiro Amarildo Souza foi torturado e assassinado depois de ter sido
sequestrado por PMs. A ordem de sequestro partiu do comandante da UPP,
major Edson, que determinou aos policiais militares que fossem ao bar do
Júlio, no beco do Cotó, na região da Roupa Suja, na noite de domingo,
14 de julho/2013, para trazer o ajudante para ser “trabalhado” (interrogado à base de tortura), na unidade, uma ação da denominada “Operação Paz Armada”.
O pedreiro foi torturado dentro de um
contêiner por 40 minutos. Um próprio PM resolveu revelar que a sede da
unidade havia sido transformada num local de torturas. Asfixia com saco
plástico, choque elétrico com corpo molhado, introdução de objetos nas
partes íntimas e até ingestão de cera líquida eram alguns dos “castigos”
aplicados aos moradores da Rocinha, dentro e fora das dependências da
UPP – alguns depoimentos de vítimas falam também em sessões de tortura
em becos da comunidade.
Logo após a morte na tortura do morador
da Rocinha, foi montada uma farsa pelos PMs para atribuir o crime ao
tráfico. O desaparecimento do ajudante de pedreiro, no entanto, ganhou
as redes sociais, onde foi criado e ganhou força um movimento que correu
o mundo com a pergunta: “Cadê o Amarildo?”.
Vinte e cinco policiais militares foram
acusados do desaparecimento e morte do pedreiro Amarildo de Souza.
Quatro PMs foram identificados como autores (executores da sessão de
tortura): o tenente Luiz Felipe de Medeiros, o sargento Reinaldo
Gonçalves e os soldados Anderson Maia e Douglas Roberto Vital. O major
Édson dos Santos é apontado como mandante. O oficial foi enquadrado
também por crimes de fraude processual, ocultação de cadáver e formação
de quadrilha armada (este último junto com outros 14 policiais).
Mas depois do processo, vários dos PMs
que participaram do assassinato e ocultação do cadáver do pedreiro
Amarildo continuaram atuando na UPP e está ocorrendo uma sucessão de
crimes para ocultar o caso, como os assassinatos de dois policiais. O
soldado Adson Nunes da Silva, testemunha que prestou depoimento em
defesa de Amarildo, foi assassinado com um tiro na cabeça na tarde de
sábado, 7 de março/2015, em Mesquita, Baixada Fluminense. Já outro
policial, o soldado Victor Vinícius Pereira da Silva, 32, um dos 25
policiais militares acusados no desaparecimento e morte do pedreiro
Amarildo de Souza, morreu no Hospital Central da corporação, dia 13 de
março/2015, depois de, segundo a PM, supostamente “passar mal” no
Batalhão Prisional da PM, em Benfica, na zona norte da capital
fluminense.
A UPP Pavão-Pavãozinho cometeu outro
assassinato de muita repercussão. O dançarino de um programa de
televisão, Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, foi assassinado por
policiais da UPP em abril de 2014. O laudo da necropsia identificou que o
tiro atingiu as costas de DG, entre a região lombar direita e a região
dorsal direita, de baixo para cima. O projétil destruiu o pulmão e saiu
na parte de cima do braço direito, perto do ombro. Mária de Fátima
Silva, mãe de Douglas denuncia que os PMs removeram o corpo do local do
crime e o jogaram no corredor de uma creche com o objetivo de
descaracterizar o crime.
Operação punitiva e de guerra contra os moradores do Complexo do Alemão teve “jornalistas embutidos”
A operação policial foi uma operação aos
moldes fascistas para punir os moradores e saciar a sede de sangue da
cúpula policial militar com o objetivo de sufocar os protestos da
Comunidade contra a UPP. Mais de trezentos policiais armados com fuzis
de guerra, dois veículos blindados (denominados de “Caveirões) e
outras viaturas militares estiveram envolvidas na truculenta operação.
Com os fuzis apontando para os moradores os policiais invadiram o
Complexo seguindo em deslocamento de tática de guerra.
Juntos com a tropa da PM na incursão fascista ao Complexo do Alemão seguiam “jornalistas embutidos”
ao molde dos jornalistas embutidos nas unidades militares do Estados
Unidos que invadiram o Iraque, onde a ação jornalística fica totalmente
subordinada e dependente das decisões do comando da operação policial.
São esse tipo de jornalistas, seguindo a linha editorial dos
reacionários veículos do monopólio de desinformação, que depois divulgam
que as mortes causadas pelos tiros disparados pela polícia seriam “balas perdidas”. São esses jornalistas embutidos que divulgam que os atos de abusos e arbitrariedades da polícia contra ao povo seriam “confrontos”
e outras sandices, são esses, seus editores e os barões donos das redes
de televisão e grandes jornais, os que distorcem os fatos para defender
o sistema de injustiças, opressão e repressão policial.
Só que os moradores também gravaram a
ação policial e captaram as imagens dos assassinatos perpetrados pelos
policiais fascistas.
No comments:
Post a Comment