Quando nascérom os primeiros estados escravistas tamém nasceu a necessidade de manter o poder mediante o monopólio da violência empregando o exército. Conforme aumentava a complexidade e o número de pessoas envoltas nos combates apareceu a necessidade de sistematizar as táticas militares. Nos textos das grandes civilizaçons antigas sobre o mundo militar começou assi a ver-se a preocupaçom sobre questons estratégicas, sobre a arte da guerra.
A estratégia di-nos como devemos dirigir as operaçons militares para vencer o inimigo, ocupa-se do planejamento e direçom das campanhas militares, assi como do movimento e disposiçom estratégica das forças militares. Di-nos cousas como que localidades dum estado inimigo devemos atacar primeiro, que infraestruturas temos que destruir, que unidades militares inimigas temos que atacar primeiro, como enfrentar diferentes unidades militares…
A diferença entre tática e estratégia é que a tática indica como fazer umha manobra, como executar os planos militares no momento do enfrentamento entre as forças antagonistas. A tática é a execuçom, por exemplo, do assédio de umha cidade concreta, como defendê-la, como dividir as unidades militares, como combinar a infantaria e a cavalaria, como dominar um campo de batalha… todo isto aplicando no concreto a estratégia.
Entre os autores com importantes obras sobre teoria militar anteriores ao século XX podemos destacar Sun Tzu, Maquiavelo e Clausewitz, entre muitos outros.
No século XIX produziu-se a constituiçom do proletariado como sujeito histórico consciente. K Marx e F Engels pudérom estudar as revoluçons burguesas da sua época, as guerras entre diferentes estados, estudar a guerra de independência das colónias americanas, ademais da insurreiçons operárias de 1848 e a Comuna de Paris (1871). Recolhendo de estas experiências da luita de classes importantes descobrimentos para a teoria revolucionária do proletariado. Podemos pôr como exemplo a “ditadura do proletariado” como forma histórica do poder político do proletariado.
Durante o século XIX nengum movimento do proletariado revolucionário pudo chegar a disputar o poder a um estado burguês até o ponto de varrer com o velho poder. Destarte, Marx e Engels nom pudérom estudar umha revoluçom proletária triunfante. Temos que entender que para desenvolver umha verdadeira teoria científica é imprescindível “a experimentaçom”, é imprescindível (neste caso) a prática social do proletariado revolucionário na sua luita pola tomada do poder.
Karl Marx é umha pessoa sem igual na história da humanidade. Foi ele (com a ajuda de Engels), quem pujo as bases da teoria revolucionária do proletariado, que é “o guia para a açom” que precisava o proletariado mais adiantado politicamente para constituir-se como proletariado revolucionário. Foi Marx quem fijo possível o aparecimento do sujeito histórico consciente, o proletariado revolucionário, único sujeito histórico que pode dirigir conscientemente a história da humanidade e que pode, portanto, destruir a velha sociedade dividida em classes, construindo umha nova sociedade qualitativamente superior. O proletariado, a classe destinada pola sua posiçom objetiva a ser o cume da história da humanidade e, ao mesmo tempo, a classe que deve a cumprir com a sua missom histórica de conquistar o poder político e acabar com as classes sociais nas que se divide a nossa sociedade, acabando com as instituiçons classistas, com o estado e, ao mesmo tempo, rematar com a história como nós a conhecemos.
Visto hoje parece claro que Marx tinha umha visom insurrecionalista da revoluçom proletária e da revoluçom proletária internacional como fórmula utilizada polo pai do Socialismo Científico. É de destacar que Engels estudou guerras nas que participou o Estado Britânico, que estudou a teoria militar que nesta época utilizava a burguesia, que escreveu tamém vários artigos sobre este tema que fôrom publicados com pseudónimos em revistas militares e que afirmou a necessidade dum exercito do proletariado. A roda da história da luita de classes ainda tivo que girar, e novos revolucionários tivérom que a estudar, para avançar na compreensom da natureza da luita a morte entre o proletariado e a burguesia.
“Toda a marcha da revolução russa nos últimos meses testemunha que a fase a que se chegou agora não é nem pode ser a fase superior. O movimento alcançará um nível superior, como já o alcançou a partir de 9 de janeiro. Então, vimos pela primeira vez um movimento que assombrou o mundo pela unanimidade e coesão das gigantescas massas operárias levadas à luta em nome de reivindicações políticas. Mas esse movimento ainda era extremamente inconsciente no sentido revolucionário e completamente impotente quanto ao armamento e à disposição para o combate. A Polônia e o Cáucaso ofereceram o modelo de uma luta já mais elevada, na qual o proletariado começou a atuar armado em parte e a guerra adquiriu um caráter prolongado”. V I Lenine. A Luita de Rua e a Greve política em Moscovo (1905).
Como vemos o fruto do estudo da luita de classes fijo com que Lenine em 1905 já tivesse umha visom mais profunda da revoluçom proletária da que a pudo ter Marx. Umha visom menos insurrecionalista. Em 1906 na sua obra “A Guerra de Guerrilhas” afunda em esta visom. Em Setembro de 1917 Lenine publica O Programa Militar da Revoluçom Proletária. “Quem reconhece a luta de classes não pode deixar de reconhecer as guerras civis, que em qualquer sociedade de classes representa a natural, e em determinadas circunstâncias inevitável, continuação, desenvolvimento e agudização da luta de classes. Todas as grandes revoluções o confirmam. Negar as guerras civis ou esquecê-las significaria cair num oportunismo extremo e renegar da revolução socialista”. Em esta época os Bolcheviques já estavam a preparar a guerra civil revolucionária na Rússia. Posteriormente, Lenine incorpora habitualmente este termo de “guerra civil revolucionária”.
Durante o século XX, com o crescimento do movimento revolucionário em diferentes povos, fijo-se necessária a elaboraçom de umha autêntica teoria militar do proletariado e é aqui quando aparece Mao Tse Tung. Porque realmente a URSS nom criou umha verdadeira teoria militar do proletariado para a revoluçom, mais bem umha doutrina militar, que é um conjunto de táticas, de estratégia, de normas de combate, etc, destinados a guiar o funcionamento do próprio Exército Vermelho. Quando o revisionismo tomou o poder na URSS depois de Staline, os desejos de chegar a acordos comerciais com o imperialismo dos USA levou a negar a necessidade dumha “teoria militar do proletariado”, e tamém levou a centrar o trabalho dos partidos revisionistas em apresentar-se às eleiçons, era a ridícula “via pacífica para o socialismo” destes traidores.
Mao Tse Tung, na sua obra “As Caraterísticas da China e a Guerra Revolucionária” dá um marco ao problema: “A tarefa central e a forma suprema da revolução é a conquista do poder político pelas armas, é a solução desse problema pela guerra. Esse princípio revolucionário do Marxismo-Leninismo é válido universalmente, tanto na China como em todos os outros países”.
Salvando as distâncias podemos dizer que o que Marx conseguiu no económico foi equivalente ao que conseguiu Mao no militar. Devemos a Mao elaborar a base sobre a que se segue desenvolvendo a teoria militar do proletariado.
Foi Mao Tse Tung quem realmente desenvolveu a teoria militar do proletariado, a guerra popular, com as suas etapas de defensiva estratégica, equilíbrio estratégico e de ofensiva estratégica, com as suas bases de apoio, zonas guerrilheiras, o exército do povo, o novo poder, etc.
Posteriormente, correspondeu a Mazundar na Índia e a Gonzalo no Peru ser os primeiros em defenderem a guerra popular como umha necessidade universal na criaçom do poder político do proletariado, tanto em países atrasados como em países do centro imperialista. Superárom qualquer ambiguidade no tratamento das insurreiçons, paradigma das burguesias revolucionárias do século XVIII e XIX, mas que se demonstrou inútil historicamente para o proletariado poder tomar o poder. A partir daqui, os comunistas já podemos e devemos desbotar as vias que, desde o espontaneísmo, pretendem que o proletariado transite um caminho morto e enterrado.
Na atualidade estendem-se grandes zonas de novo poder em países como a Índia ou Filipinas, demonstrando na prática que a teoria revolucionária do proletariado (que hoje chamamos Maoísmo) é umha ideia correta, e que é um autêntico guia para a açom.
Hoje o marxismo-leninismo-maoísmo proclama a guerra como a forma politicamente superior da luita de classes. A guerra como única maneira de poder destruir um estado burguês, construir o novo poder, e triunfar na revoluçom mediante a guerra popular.
Naturalmente a guerra popular nom é umha vanguarda armada, mas as massas armadas e organizadas conscientemente. A guerra popular implica ter unido a vanguarda proletária e as grandes massas, implica ter avançado o suficiente na constituiçom do partido do proletariado, implica muitas cousas que impedem o nascimento espontâneo dumha guerra popular simplesmente pola existência objetiva da opressom e a exploraçom do imperialismo. Mas o proletariado consciente de qualquer povo, e o proletariado consciente da Galiza, como sociedade da que fazemos parte, está obrigado a proclamar a guerra popular como teoria e prática militar do proletariado, tanto em países atrasados como em países do centro imperialista como o nosso.
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