No
dia 28 de abril, camponeses, operários e trabalhadores de várias
categorias como os professores e funcionalismo público no Norte de
Minas, foram para as ruas, ou melhor, foram para as rodovias BR 365,
251, 135, MG 122 e 451 e bloquearam com pneus, paus, fogo e muita
disposição para lutar contra as “reformas da previdência e trabalhista”,
contra o governo vende-pátria e anti-povo de Temer/PMDB/PSDB, sua
quadrilha e sua política entreguista e de subjugação nacional. O fogo
ardeu nas rodovias de sete cidades: Montes Claros, Bocaiuva, Olhos
d´água, Pirapora, Mirabela, Porteirinha e Salinas.
A Liga dos Camponeses Pobres do Norte de
Minas e Sul da Bahia, junto à vários sindicatos de trabalhadores
rurais, levantou mais uma vez suas bandeiras vermelhas e a consigna de Morte ao Latifúndio e Viva a Revolução Agrária, distribuindo milhares de panfletos, defendendo que a saída para a crise é a Greve Geral e Tomar todas as terras do latifúndio!
Em Montes Claros, a maior cidade da
região, após dois bloqueios feitos pela manhã, na BR 251 e no Distrito
Industrial, o centro da cidade parou para ver a manifestação que
percorreu as principais ruas.
Bloqueio da BR-251
Na
BR-251, importante rodovia de integração regional, que dá acesso a
BR116 (Rio-Bahia), os camponeses de Manga, Pedras de Maria da Cruz e
Varzelândia fecharam com um grupo de educadores e sindicalistas de
Francisco Sá e Montes Claros. Quando os companheiros espalhavam os pneus
na rodovia, a polícia rodoviária apareceu e por pouco não teve o carro
incendiado, pois os companheiros não vacilaram na hora de atear o fogo,
mesmo com a viatura já em cima dos pneus; não tendo outra opção a
polícia deu ré no carro. Na sequencia os policias desceram da viatura e
diante da decisão dos companheiros e companheiras, recuaram na tentativa
de impedir o fechamento.
Durante o bloqueio, a juventude camponesa deixou pintado nas muretas da ponte as consignas de “Cleomar vive! Morte ao Latifúndio!” e “Viva a Revolução Agrária!”,
os policias rodoviários tentaram impedir dando voz de prisão para uma
companheira, mas esta continuou sua tarefa até ser suspensa pela gola
pelo policial, outra companheira interviu empurrando o braço do policial
e soltando a companheira.
Do
outro lado, policias militares chegaram a apontar uma pistola para os
companheiros da autodefesa que impediam que eles atravessassem o
bloqueio. Diante da pressão, alguns sindicalistas pediam para liberar a
passagem de determinados carros, mas os companheiros do comando
sustentaram a decisão de manter totalmente fechado e logo foram enviadas
duas equipes de panfletagem que percorreram o engarrafamento
encontrando grande apoio ao protesto, muitos buzinavam e queriam levar
pra casa o material e fotos como provas do que presenciaram.
No
carro de som as lideranças revezavam na argumentação e defesa da Greve
Geral, das tomadas de terras e denunciaram e repudiaram os ataques
contras os camponeses e a luta pela terra, como em Colniza, no Mato
Grosso e tantos outros em Rondônia e por todo o país. De forma vibrante
ecoaram o nome do companheiro Cleomar Rodrigues, assassinado por
pistoleiros a mando dos latifundiários em outubro de 2014.
Muitos foguetes davam o tom e vibravam
junto com as palavras de ordem que eram respondidas por todos. No
balanço os sindicalistas agradeceram aos companheiros da Liga e saudaram
a combatividade dos companheiros e companheiras, pedindo que os
chamassem para todas as manifestações vindouras.
Manifestação no centro de Montes Claros
Como
sempre, os oportunistas de plantão (Frente Popular Brasil e outros)
tentaram fazer o seu carnaval com a fanfarra, apitaços e narizes de
palhaço. Mas um grupo muito especial se destacava em meio aos 5 mil
manifestantes, chamando atenção de todos por sua organização, firmeza e
combatividade.
Eram os camponeses pobres que em colunas gritavam suas palavras de ordem de “É morte, é morte ao latifundiário! E viva o poder camponês e operário!”; “É terra, é terra, pra quem nela trabalha e viva agora e já a revolução agrária!”; “Eleição é farsa, não muda nada não! Organizar o povo pra fazer revolução!”; “Não quero Temer, nem eleição, pra melhorar a vida só com a revolução!”.
Este
compacto grupo marchou pelas ruas de Montes Claros com autoridade e
altivez e se fez ouvir pela população e demais manifestantes, milhares
de panfletos foram distribuídos, assim como várias edições passadas do
jornal A Nova Democracia, como forma de divulgação.
Muitas pessoas queriam tirar fotos ao
lado da faixa da Revolução Agrária e algumas aderiram às colunas. Os
trabalhadores dos correios, que decretaram greve no começo da semana,
puxaram junto com os camponeses várias palavras de ordem pela Greve
Geral.
Era notável o orgulho com que os
camponeses erguiam suas bandeiras e apesar do cansaço de ter aspirado a
fumaça dos pneus queimados pela manhã, o semblante e o balanço dos
mesmos atestam a importância e o êxito da participação dos camponeses na
Greve Geral, que vai ganhando força e acumulando para parar todo o
país.
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