O Movimento Feminino Popular (MFP) fez agitação em diversos estados do país conclamando as mulheres a se organizarem na luta proletária pela sua emancipação, na última quinta-feira, 8 de março, o Dia Internacional da Mulher Proletária.
No Rio de Janeiro, mulheres
organizadas com faixa e bonés do MFP e da Liga dos Camponeses Pobres
(LCP), agitaram uma calorosa panfletagem em frente ao Colégio Estadual
Jornalista Tim Lopes, no Complexo do Alemão, na cidade do Rio de
Janeiro.
Uma estudante de pedagogia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), de 21 anos, em entrevista ao AND falou da importância da atividade ser realizada na favela.
– Fazer essa atividade aqui é fundamental também
porque é perto de várias escolas, com muitos estudantes que durante
muito tempo passaram por duros momentos com a UPP [Unidade de Polícia
Pacificadora] dentro das escolas. Então trazer essa luta, essa
consciência - mostrando que esse dia é o dia da mulher proletária - tem
uma importância extrema para nós - afirmou a jovem estudante.
Na cidade de Belo Horizonte,
Minas Gerais, o MFP organizou uma intervenção na aula inaugural do
Centro de Ciências Humanas da PUC Minas – Coração Eucarístico. Panfletos
em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Proletária foram
distribuídos e uma banquinha com livros sobre a questão feminina
publicados pelo movimento foi montada.
Na saudação,
após extenso debate sobre a atual situação das mulheres no país, o MFP
frisa que nas “lutas do povo a participação das mulheres é
indispensável”.
“Devemos ombro a ombro com nossos companheiros atuar
na luta de classes. Nossa luta não é contra os homens do povo, mas
contra todo este sistema de exploração que divide a sociedade em classes
e é a base sob a qual se sustenta toda uma cultura patriarcal machista
que relega as mulheres do povo às funções mais secundárias na sociedade.
Porém, nós, mulheres do povo, possuímos uma força inquebrantável.
Momentos de luta se avizinham e estaremos em posição de combate”, frisou
o MFP durante a sua intervenção na aula inaugural.
Em Belém (PA),
pela manhã, integrantes do MFP da região metropolitana de Belém,
distribuíram panfletos durante a concentração de uma manifestação, na
avenida Nazaré. Durante a atividade, as mulheres presentes fizeram
questão de exaltar a verdadeira origem do dia 8 de março, rechaçando o
feminismo burguês e pequeno-burguês e a propaganda imperialista de que a
data pertence a todas as mulheres, e não à luta da mulher proletária.
No panfleto entregue a população, um dos trechos
afirmava que o “Movimento Feminino Popular (MFP) defende a organização
classista e combativa das mulheres, independente de partidos
eleitoreiros, para brigar pela sua emancipação, ombro a ombro com toda a
sua classe, através da luta decidida contra os canalhas que gerenciam
esse velho Estado”. Este movimento convoca todas as mulheres camponesas,
proletárias, trabalhadoras, estudantes, intelectuais e artistas do povo
a conhecer e se organizar com o MFP para lutar pela sua liberdade.
Em Foz do Iguaçu (PR), ocorreu
uma marcha em que estudantes, professoras, técnicas e trabalhadoras
independentes marcaram presença e unidas aos companheiros e familiares
entoaram palavras de ordem como Trabalhadora, preste atenção! A nossa luta é por emancipação! e Despertar a fúria revolucionária da mulher!,
reafirmando a necessidade de uma Grande Revolução de Nova Democracia na
nossa sociedade que rompa com as apodrecidas estruturas vigentes e
acabe com as relações de exploração que sustentam e perpetuam toda a opressão feminina.
Às combatentes e comunistas
O boletim do MFP, que foi utilizado em todas as
atividades do movimento, centrou suas saudações às mulheres populares e
proletárias de todos os países, particularmente às mobilizadas como
guerrilheiras ou comunistas em guerras populares, como exemplos. Para
tanto, logo na capa, há fotos das unidades guerrilheiras femininas,
organizadas em Exércitos Populares dirigidos por Partidos Comunistas no
Peru, Índia e Filipinas.
“Saudamos as mulheres de nosso povo, reverenciando a
memória das combatentes que na história da luta de classes no Brasil
dedicaram suas vidas à revolução”, afirma o movimento, que destaca:
“Sobretudo aquelas que encarnaram de forma mais profunda a ideologia do
proletariado e, de armas nas mãos, lutaram pela destruição do velho
Estado burocrático-latifundiário e pela Nova Democracia e pelo
Socialismo no Brasil e o Comunismo em todo o mundo”.
Entre as mulheres que o MFP destacam como exemplos,
estão “Louise Michel (francesa), Jenny Marx (alemã), Clara Zetkin
(alemã) Rosa Luxemburgo (polonesa), Alexandra Kollontai (russa), Chiang
Ching (chinesa), Tina Modotti (italiana), Olga Benário (alemã), Augusta
de la Torre Carrasco e Yovanka Pardavé Trujillo (peruanas)”.
Com particular importância, as revolucionárias
destacam a dirigente da Frente Revolucionária de Defesa dos Direitos do
Povo (FRDDP) e fundadora do MFP, Sandra Lima. “Saudamos essa nossa
querida companheira, que nos deixou em 27 de julho de 2016”, afirmam,
elevando como exemplo a sua “luta e sua convicção de que o Brasil
precisa de uma Grande Revolução!”.
Em seu site lançado recentemente, o MFP ressalta a
importância de levantar alto seu exemplo. “A companheira Sandra é uma
heroína do proletariado revolucionário, infatigável lutadora que dedicou
sua vida à luta pela revolução em nosso país como parte da revolução
proletária mundial”, qualificando-a como “uma comunista convicta,
defensora do marxismo-leninismo-maoísmo, principalmente maoísmo”.
Recordando sua própria história, o MFP ressaltou que
neste ano é celebrado o marco de 23 anos do rompimento com o movimento
feminino reformista. A partir de então, afirmam as revolucionárias, “nós
decidimos construir um movimento feminino popular revolucionário com a
concepção proletária para o movimento de mulheres”.
“Por fim, saudamos as mulheres proletárias e as
massas populares que combatem de armas nas mãos na guerra popular
dirigida por partidos comunistas maoístas no Peru, Índia, Turquia,
Filipinas e nas guerras de libertação na Palestina, Iraque, Afeganistão,
Síria e outros países dominados pelo imperialismo.”, encerram as
revolucionárias.
Assembleia dos professores, BH
Panfletagem no Complexo do Alemão, RJ
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