O governo federal encabeçado pelo fascista Bolsonaro,
sob a tutela dos generais do Alto Comando das Forças Armadas (ACFA),
anunciou no dia 21 de janeiro a criação de uma “Força Nacional
Ambiental” que atuará na Amazônia com o pretexto de combater o
desmatamento. Essa tropa, que reunirá milhares de policiais militares,
será comandada pelo Conselho da Amazônia, presidido pelo vice-presidente
e general reacionário Hamilton Mourão, conselho este que servirá para
coordenar as ações voltadas supostamente para a “proteção” e “defesa” da
região. A proposta já havia sido feita durante o governo de Luiz
Inácio, em 2008.
A “Força Nacional Ambiental” se somará às tropas que
já estão em atividade, segundo o ministro Meio Ambiente, Ricardo Salles.
A presença de militares no campo se intensificou no último ano. Em
agosto de 2019, com a “Garantia da Lei e da Ordem” (GLO), foi autorizado
o uso das Forças Armadas na região Amazonia em ocasião dos incêndios
promovidos pelo latifúndio. A presença dos militares foi prorrogada,
estendendo-se até 16 de abril de 2020.
De acordo com denúncias publicadas pelo AND,
as tropas da GLO Ambiental, acobertadas pela alegação de combate aos
incêndios, atuam de fato cercando e invadindo clandestinamente os
acampamentos de camponeses pobres. Segundo os camponeses, os militares
“invadiram e revistaram casas, apreenderam espingardas de caça, buscaram
insistentemente informações sobre os dirigentes, sobre quando seriam
realizadas as reuniões e assembleias e sobre os advogados que defendem
as famílias”, conforme denunciou o AND.
Leia mais em: Exército invade e cerca áreas camponesas em Rondônia
Recentemente, outra medida contra os que lutam pela
terra foi anunciada. A “GLO do Campo” que visa reprimir o movimento
camponês e restabelecer os latifúndio. A proposta consiste em que o
chefe do Executivo autorize as Forças Armadas para reprimir as tomadas
de terra de maneira imediata após a decisão judicial, ou seja, que atue
como força regular de repressão aos camponeses.
As tarefas da nova força militar
Segundo o fascista Bolsonaro, a “Força Nacional
Ambiental” atuará como atua hoje a Força Nacional de Segurança, a qual
cumpre o papel de tropa militar de ocupação, principalmente nas cidades,
para repressão do povo dentro do próprio território. As GLOs que
acionam o uso da Força Nacional, foram usadas em larga escala para
garantir a farsa eleitoral em 2018, por exemplo. Historicamente também
foram usadas para reprimir as manifestações populares de 2013 e 2014,
infiltrar agente ilegal durante os protestos, atuar nas operações de
“pacificação” dos morros no Rio de Janeiro, depois em todo território. A
Força Nacional também foi autorizada a reprimir as manifestações em
defesa da educação e contra a “reforma da Previdência” que ocorreram em
agosto do ano de 2019. Sua ação mais recente ocorreu sobre os camponeses
em região Amazônica.
Denúncias graves durante estas atuações são
recorrentes, como a feita pelos camponeses e já relatada acima, ou como o
caso do assassinato do músico Evaldo Rosa dos Santos, morto quando seu
carro foi alvejado por mais 80 tiros na zona norte do Rio de Janeiro.
Mourão e Bolsonaro usam noca força de repressão contra camponeses. Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles
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