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Mas nada disso impediu as 60
companheiras e 15 crianças de chegarem até a Escola onde se realizou a
atividade; algumas foram de moto, outras pegaram carona e a maior parte
chegaram a pé. Participaram companheiras de várias comunidades locais. Dois companheiros
da LCP ficaram no apoio logístico e tudo se realizou conforme o programado.
O Encontro que contou com muita
vibração e combatividade foi a primeira reunião do MFP para a maior parte
destas companheiras, mas a questão feminina, o problema da situação política
atual e a luta pela terra e a celebração do 8 de março (nossa pauta) são temas
comuns entre as companheiras, porque todas estão inseridas na luta pela terra e
de alguma forma, já participaram de debates no movimento da luta dos remanescentes
quilombolas pela tomada e defesa do território Brejo dos Crioulos, na luta pela
autoafirmação do povo preto, enfim na luta de classes contra o latifúndio e o
velho Estado brasileiro. Assim também, têm chegado à muitas delas a propaganda
da Revolução Agrária por meio de contato direto e atividades conjuntas de
manifestações e atos políticos junto aos companheiros e companheiras da LCP e
do MFP.
Na mesa do Encontro, três
companheiras se revezavam na condução da pauta que iniciou com uma saudação
classista, a apresentação dos objetivos da reunião e do MFP e a canção
Lutadoras da Revolução seguidas das consignas “Viva o MFP”, “Viva o 8 de março,
dia internacional da mulher trabalhadora!” e “Despertar a fúria revolucionaria
da mulher”. Os contundentes vivas! vivas! vivas! expressavam o vigor e toda
receptividade das anfitriãs para com as companheiras que haviam enfrentado a
lama e outras dificuldades para se reunir com elas. Rapidamente todas já haviam
aprendido o refrão da canção revolucionária. Uma companheira explicou o que
significava “despertar a fúria revolucionaria da mulher”. Todas ouviam atentas
e muitas repetiam o gesto de punho cerrado ao alto.
Durante o encontro foi realizado
uma homenagem à companheira Sandra Lima, apresentando sua biografia e diante do
banner com sua foto, levantamos alto, mais uma vez, a sua grande causa: a
defesa da Revolução Democrática, ininterrupta ao Socialismo em nosso país, rumo
ao luminoso Comunismo para transformação da nossa sociedade e a emancipação da
mulher. Celebramos o que seriam os seus 65 anos e saudamos sua memória
gloriosa, sua fé inabalável na revolução e seu exemplo para todas nós.
A companheira jovem que estava na
mesa, também fez uma saudação classista às companheiras e defendeu a história e
simbologia do 8 de março, reafirmando que este não é o dia de todas as mulheres
e fazendo a propaganda do 8 de março de 1917, reverenciando a Grande Revolução
Socialista de Outubro.
Depois da discussão sobre a
violência contra as mulheres, feita com a leitura do texto, em que as
companheiras falaram com preocupação sobre o aumento deste tipo de violência em
suas comunidades, (ainda que genericamente pois é um tema sensível e que gera
muita polêmica por expor problemas familiares), voltamos a discutir sobre o
papel do MFP e propusemos que as companheiras nos ensinassem uma canção de luta
dos quilombolas, elas cantaram para nós “Nêgo Nagô”, ficamos muito agradecidas
pela confiança e cantamos para elas “Bela Chao” e “Conquistar a terra” que
encerramos com as consignas de “é terra é terra, pra quem nela trabalha e
viva agora já a Revolução Agrária! É morte, é morte, ao latifundiário e viva o
poder camponês e operário!” “Companheira Sandra Lima: Presente na Luta!” e
uma companheira quilombola bradou orgulhosa: “Viva o nosso dia!”
Ao final do encontro fizemos uma
singela confraternização e comemos milho verde cozido, queijo e tomamos café
com leite. Registramos uma foto com algumas companheiras e distribuímos os
materiais para levarem para seus companheiros e suas vizinhas. Como não poderia
deixar de ser, fizemos o compromisso de retornar e todas se abraçaram
efusivamente com um sorriso aberto e um até breve companheiras!
Viva os 25 anos do
Movimento Feminino Popular!
Viva a nossa grande
fundadora e dirigente Sandra Lima!
Viva o Dia Internacional da Mulher
Trabalhadora!
Viva o nosso dia!
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