No dia 19/11, ocorreu o ato dos profissionais da educação, convocado pelo o Sindicato dos Profissionais da Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEPE-RJ) em meio ao criminoso G20. A manifestação contou com centenas de trabalhadores, estudantes e professores. Mesmo com ostensiva repressão, a manifestação caminhou de laranjeiras até o CIEP, localizado na Glória. O ato é expressão de uma das respostas dos trabalhadores da educação contra a atual investida da precarização da educação, promovida em menos de 2 meses, pelo governo reacionário e recém reeleito de Eduardo Paes.
No dia 12/11, o SEPE-RJ, aprovou em uma assembleia geral, com mais de 2000 professores, uma greve, para iniciar no dia 25/11. A greve é uma contundente resposta dos professores ao Projeto de Lei Complementar (PLC) 186/2024, que irá aumentar o tempo de hora aula de 50 minutos para 1 hora, obrigando os professores a darem mais aulas sem receber, tendo que “compensar” para ganhar o mesmo salário. Além disso, segundo o próprio sindicato a PL “acaba com a licença especial de todos os servidores; coloca em risco o formato atual das férias da educação, entre outros.”.
Durante o ato, a Polícia Militar (PM) em conjunto com a Guarda Municipal, com aparato repressivo desmedidamente ostensivo seguiu e reprimiu os manifestantes do início até o fim. Estavam presentes, no mínimo 10 viaturas da PM no local. No início do ato, impediram que o carro de som saísse pelas ruas. Mais tarde, tentaram impedir que o próprio ato saísse, e frustrados com insistência da manifestação, os policiais cercaram o protesto além de rasgarem a faixa da nossa organização com os dizeres “G20 Mata, Palestina Resiste! Rebelar-se é Justo”. Mesmo com tal desmobilização da PM, o ato seguiu entoando palavras de ordem como: “Que contradição, tem dinheiro pro G20 mas não têm pra Educação!”.
É importante notar que do dia 14/11 até o dia 21/11 o estado do Rio de Janeiro está sob a Garantia de Lei e da Ordem (GLO), uma lei que sobreviveu a ditadura militar e dá temporariamente o controle militar de uma área ao exército. Sobre isso é curioso notar como o Rio de Janeiro reforça militarmente boa parte da cidade, fecha 5 estações de metrô, muda o funcionamento da cidade por alguns dias, gastando mais de 140 milhões, apenas para garantir o encontro e a segurança dos representantes do imperialismo. Enquanto que, para o povo que vive na cidade, não se faz um mínimo esforço para melhorar suas vidas, pelo contrário, cada vez mais aumenta a repressão contra as favelas do RJ, a educação é cada vez mais precarizada, o desemprego aumenta e os serviços públicos, como sistema de saúde, cada vez mais sucateados. Ironicamente, a mesma cidade que abastece a PM com fuzis de empresa Israelense, é aquela que sedia o evento mundial do G20, do qual uma das discussões é a resolução “pacífica” do Genocídio Palestino.