No último dia 7,
ativistas do MEPR participaram em BH de ato organizado pelo Sindicato
dos Trabalhadores da Construção Civil - MARRETA na praça 7, centro da
cidade. A atividade faz parte de uma campanha organizada pelo sindicato e
que acontece a cada quinze dias, denúnciando para a população os crimes
cometidos contra os trabalhadores pelas construtoras e patrões em
geral, disfarçados de "acidentes de trabalho". Neste dia específico, o
ato também marcou a solidariedade dos trabalhadores brasileiros com os
companheiros da ATIK, ativistas turcos presos políticos do imperialismo
alemão, e um companheiro do MEPR foi convidado a fazer uma intervenção
denunciando os crimes do imperialismo contra a juventude dos países e
povos dominados em todo o mundo. Transcrevemos a seguir esta
intervenção.
Companheiros,
Primeiramente,
eu gostaria de me referir aqui à passagem dos dez anos do assassinato
covarde do jovem brasileiro Jean Charles de Menezes pelo Estado
terrorista britânico.
No
último dia 27 de julho, se completaram 10 anos desde que Jean Charles
foi morto com 8 tiros à queima-roupa (sendo 7 só na cabeça) pela
Scotland Yard, e depois acusado de forma mentirosa de “se parecer com um
terrorista procurado”, de “ter pulado a roleta do metrô” e de “ter
corrido para pegar o metrô”. Jean era um jovem eletricista de 27 anos
que, afugentado pelo desemprego e a carestia no país, foi procurar
trabalho na Inglaterra, do qual sempre mandava parte do seu salário para
a família no Brasil.
Nos
dias anteriores ao seu assassinato, o monopólio da imprensa
internacional vinha alardeando a possibilidade de novos “ataques
terroristas” principalmente na Inglaterra e na França. Ataques esses,
verdadeiros e justos atos de guerra, cometidos na sua maioria por jovens
árabes e muçulmanos em resposta às invasões, ocupações e pilhagens de
seus países, cometidos por essas mesmas potências imperialistas, entre
outras, em sua guerra de rapina às nações e povos oprimidos do Oriente
Médio.
A
justificativa para o assassinato de Jean pelo Estado britânico foi a
tentativa de impedir atos terroristas no seu país. Porém o Estado
britânico não se ocupa de tentar impedir os próprios atos terroristas no
Iraque, no Afeganistão e por todo o Oriente Médio e na África,
principalmente, ao despejar toneladas de bombas, destruindo vilas
inteiras, matando centenas e milhares de pessoas de uma só vez, na sua
busca desenfreada por controlar cada vez mais e maiores territórios no
mundo e elevar os lucros de seus monopólios à alturas cada vez maiores.
O
Estado terrorista britânico tanto não se ocupa de impedir o terrorismo,
mas ao contrário em espalhá-lo, que até hoje, passados 10 anos, não só
nem mesmo um entre os 11 policiais responsáveis pelo assassinato brutal
de Jean foi afastado, preso ou punido de qualquer forma, como foi
promovida e condecorada a principal responsável pela operação,
encarregada na verdade de espalhar o terror entre os jovens muçulmanos e
não-europeus naquele país, que são cotidianamente criminalizados
justamente por serem na sua maioria de origem dos países direta ou
indiretamente agredidos pelo próprio imperialismo britânico. O que prova
que o assassinato de Jean não foi nenhum acidente, e que a chefe de
polícia cumpriu muito bem o seu papel, de instrumento na mão do terror
imperialista.
Nos
dez anos do lamentável episódio, a família do jovem eletricista reuniu
amigos e fez um minuto de silencio em frente ao memorial inaugurado em
2010, na estação onde ele foi assassinado, em Londres, em homenagem a
Jean.
Desta forma, nós do MEPR,
deixamos aqui nossa total solidariedade à família de Jean, e
manifestamos nosso repúdio ao brutal assassinato desse jovem, exigindo
punição para os responsáveis, entendendo o próprio Estado britânico como
principal mandante deste abominável crime, ao mesmo tempo em que
perpreta crimes de guerra e genocídios mundo afora.
E
o assassinato de Jean representa apenas um das formas como o
imperialismo tem atacado a juventude dos países dominados no mundo
inteiro.
É
importante denunciar o papel de carniceiro genocida desempenhado pelo
Estado sionista-nazista de Israel, que só no ataque criminoso do ano
passado matou mais de 2.000 palestinos, dos quais mais de 500 crianças
mortas, além de mais de 1.000 incapacitadas permanentemente, tendo
braços e pernas amputados pelas explosões das bombas sionistas despejas
sobre os escombros de escolas e hospitais.
No
dia 30 de julho, colonos sionistas, usurpadores das terras palestinas,
inflados a todo ódio pela política de extermínio em massa de Israel,
atearam fogo à casa de uma família palestina na cidade de Nablus, na
Cisjordânia. Mãe e pai tirevam seus corpos quase completamente
queimados, uma criança de 4 anos corre risco de vida, enquanto um bebê
de apenas 18 meses morreu queimado. E esse não foi um fato isolado. Só
nas últimas duas semanas, o jovem Muhammad Al-Kasbeh de 17 anos,
Muhammad Alawne, de 21, Muhammad Abu Latifa, de 19, e Laith Al-Khalidi
de apenas 15 anos, foram todos assassinados por tropas sionistas, a
maioria deles participando de atos exigindo seu direito de praticar sua
religião e rezar em uma mesquita que é sagrada no final do Ramadã, que é
um período muito especial para os muçulmanos, ou então, fazendo como
faz a grande maioria da juventude palestina, resistindo à ocupação
sionista enfrentando tanques de guerras com paus e pedras.
E
quando não são assassinatos brutalmente esse jovens são presos nas
piores situações possíveis. Só no mês passado, mais de 5.000 palestinos
foram feitos presos políticos, seja por enfrentar o terror sionista como
faz a brava juventude na rua, com seus paus, pedras e molotovs, ou seja
por utilizarem a forma superior de luta e enfrentarem, armas nas mãos, o
monstro sionista com suas organizações de resistência armada, dirigidas
principalmente pelo Hammas. Num exemplo, o jovem Amer Bajawi, de 14
anos, já está a mais de dois meses preso sem julgamento e, se condenado
por jogar pedras em tanques de guerra, pode pegar até 10 anos de prisão.
Além
dos palestinos presos por participarem na resistência contra a ocupação
sionista-nazista, muitos jovens tem sido presos por tentarem cruzar a
fronteira e chegar ao território já roubado por Israel, como se fossem
“imigrantes ilegais” em terras que são suas por direito. No mês de
julho, mais de mil pessoas foram presas por este motivo.
A
situação dos palestinos presos é muito grave. Eles são submetidos a
constantes torturas e tem seus direitos políticos completamente negados,
a maioria dos presos políticos não tem direito sequer a uma defesa
jurídica verdadeira, o que tem levado à generalização da greve de fome
como forma de luta nos presídios israelenses. Como foi o caso do
brasileiro-palestino, Islam Hamed, que enfrentou mais de 100 dias de
greve de fome quando os sionistas alegavam que ele estava preso “para
sua própria segurança”.
Apesar
das intermináveis tentativas de trucidar por completo o povo palestino e
liquidar a sua heróica e inquebrantável resistência, este povo
aguerrido tem resistido bravamente. Mesmo com os sucessivos bombardeios,
as incursões militares constantes, os bloqueios e embargos no comércio
de alimentos e transporte de medicamentos, e os ataques cada vez mais
violentos dos colonos sionistas, com rapto
de crianças na volta da escola, tiroteios dentro das casas palestinas,
provocando inc麩dios e uma infinidade de maldades para afugentar as
pessoas de suas casas, mas o povo palestino segue firme na
sua luta por expulsar de suas terras o invasor sionista, que atua como
marionete do imperialismo alemão e trabalha para garantir seus
interesses na região do Oriente Médio.
E
é com o mesmo espírito indomável de luta e resistência que a juventude
brasileira tem levantado a bandeira do povo palestino junto às suas
bandeiras de luta, em suas justas rebeliões país a fora, enfrentando a
truculência e a violência das forças de repressão brasileiras treinadas
pelo próprio Estado nazista de Israel. Simbolizando todo seu apoio à
luta pela libertação da Palestina das garras de Israel e também seu ódio
contra o monstro imperialista, principalmente ianque, o maior inimigo
dos povos de todo o mundo, que promove guerras e destruição, domina e
subjuga povos e nações na sua sanha de controlar o mundo e eliminar seus
adversários igualmente sanguinários imperialistas.
Mas
a juventude de todo mundo tem se levantado contra isto. E é importante
destacar, neste momento, a juventude revolucionária da Turquia, que
assim como diversas organizações populares, democráticas e
revolucionárias daquele país, têm sofrido intensa perseguição por conta
do Estado fascista turco e seu gerente de turno, serviçal do
imperialismo ianque, Erdogan.
No
último dia 20, 30 jovens revolucionários foram assassinados e mais de
100 pessoas ficaram feridas num atentado criminoso que explodiu uma
bomba durante uma atividade com mais de 300 ativistas da Federação de
Associações de Jovens Socialistas, que organizou uma brigada em missão
de solidariedade internacionalista para ajudar a reconstruir prédios e
construções bombardeadas na cidade de Kobane, que tem sido cenário de
batalhas sangrentas, atiçadas pela ganância ianque em sua disputa
interimperialista com a Rússia pelo controle do território Sírio, bem
como por aumentar a subjugação sobre o povo iraquiano, sobre o povo
turco e sobre os curdos oprimidos nos territórios destes países.
Este
ataque contra os jovens socialistas foi usado pelo regime fascista
turco como justificativa para implementar a presença ianque no seu
território, inclusive com a utilização de bases aéreas turcas para
bombardear a resistência árabe, que na figura do Estado Islâmico tem
elevado a outro patamar a luta antimperialista na região e dado duros
golpes nas forças militares ianques e em seus lacaios. E é por esse
motivo que o monóplio da imprensa internacional tenta fazer crer que o
responsável por este ataque não foi o próprio Estado turco, em suas
maquinações com a CIA ianque, mas sim o Estado Islâmico, que foi
promovido a principal alvo dessa farsante “guerra ao terror” enquanto
disfarce de uma verdadeira guerra de agressão e pilhagem no Oriente
Médio.
Nós
devemos nos lembrar também, da passagem dos dois anos do assassinato do
jovem turco Berkin Elvan, de apenas 15, assassinado a tiros pelas
forças de repressão turcas em meio aos gigantescos levantamentos de
massas naquele país em 2013, contra os diversos ataques do Estado
fascista turco contra os direitos do povo. A morte de Berkin enfureceu
os corações de milhares de jovens daquele país, que sairam às ruas
exigindo justiça e enfrentaram com elevada moral e justa combatividade a
repressão que se abateu sobre os protestos populares na Turquia.
Desta forma, o MEPR
vem saudar os jovens revolucionários da Turquia, criminosamente
assassinados, mas que tem dado sua vida em serviço da Revolução Mundial,
para varrer da face da terra o imperialismo. Saudamos a juventude
palestina, bárbaramente torturada e assassinada nos cárceres e nas ruas
da Palestina na busca por sua libertação do jugo do invasor sionista. E
mais uma vez no solidarizamos com os familiares de Jean Charles de
Menezes, e exigimos justiça e punição para os mandantes deste crime
odioso.
Exaltamos,
por fim, todo nosso ódio de classe contra o imperialismo,
principalmente ianque, e todas as suas guerras de repartilha do mundo e
pela sua dominação completa, levantando a consigna de REBERLAR-SE É JUSTO e conclamando os povos e nações oprimidas de todo o mundo a se unirem para derrotar este tigre de papel!