Milhares
de manifestantes tomam as ruas do Rio de Janeiro sob a consigna "Abaixo
o governo militar e genocida de Bolsonaro!". Foto: Banco de dados AND
Nesse
sábado, dia 24 de julho, dando continuidade à onda de protestos de maio
e junho, milhares de pessoas retornaram às ruas para deixar o seu
repúdio ao governo militar genocida de Bolsonaro. Os protestos ocorrem
em meio ao escândalo de corrupção envolvendo a compra de vacinas que
implica diversos políticos da base do governo Bolsonaro e membros das
forças armadas. Além disso, as massas repudiaram a ameaça de golpe
militar realizada pelo general Braga Netto, apenas dois dias antes do
ato, no 22 de julho, como também à aprovação do vergonhoso “fundão”
eleitoral de R$ 5,7 bilhões.
Os
manifestantes saíram pelas ruas de todo o país exigindo direitos que
estão sendo retirados pelo velho Estado e também denunciaram os crimes
contra o povo em meio à pandemia de Covid-19. Em algumas cidades, o povo
precisou resistir aos ataques da Polícia Militar (PM) e de outras
tropas de repressão para exercer o direito à livre manifestação.
SÃO PAULO
Na
capital paulista, a manifestação ocorreu às 15h. Nos dias anteriores, a
PM de São Paulo convidou representantes de forças políticas para uma
reunião acordando, dentre outras coisas, o horário em que o protesto
poderia ocorrer, além de "avisar" que “nenhum deslocamento a pé ou
veicular pode ser realizado por arbítrio deles [manifestantes] sem
diálogo dos Organizadores com a Polícia Militar do Estado de São Paulo”.
Manifestantes denunciaram esse ataque ao livre direito de manifestação.
Nessas denúncias, as massas já apontavam para a tentativa do governador
João Dória de conter e reprimir as manifestações populares. Foram
também alvo de críticas as organizações que aceitaram participar da
iniciativa fascista da PM.
Desde
o início do dia, antes mesmo do horário do início do ato, a PM realizou
detenções e apreensões à esmo de pessoas que se deslocavam ao ato. Em
postagem no twitter, a tropa de
repressão de João Dória (PSDB) dava mostras de seus “troféus”: duas
bandeiras de organizações populares, algumas pilhas, um megafone e
alguns sinalizadores. Além disso, a corporação inclui na postagem que
dava mostras de seu cumprimento do trabalho de reprimir e intimidar o
justo protesto popular a apreensão de um soco inglês em outra parte do
município. A relação feita na publicação buscava associar as
organizações em atos que supostamente iriam ser ocorridos.
Entre
os materiais “perigosos” apreendidos pela PM de SP estavam: bandeiras
de organizações políticas, vinagre, pilhas e megafone. Os manifestantes
foram apreendidos e ficaram por 6 horas detidos.
Mesmo
com as tentativas de cercear o direito à livre manifestação, as
organizações populares se mantiveram firmes na tarefa de denunciar os
crimes contra o povo do governo militar genocida e seguiram para a
manifestação.
Manifestação ocorre rechaçando governo militar e repressão
Apesar
das ações intimidatórias da PM de João Dória, que atuou contra o
direito de livre manifestação de organizações populares desde dias
antes, a manifestação de São Paulo ocorreu de forma exitosa. Milhares de
pessoas tomaram a Avenida Paulista durante a tarde de sábado.
Os
manifestantes rechaçaram o governo militar de Bolsonaro e generais
pelas mais de 500 mil mortes ocorridas em meio à pandemia. Também foram
denunciados a falta de empregos, a falta de auxílio emergencial e outros
direitos negados ao povo.
Fruto
da conciliação de setores oportunistas, a manifestação em SP contou
também com grande controle policial. Dias antes, estiveram presentes
PCB, CSP - Conlutas, PCO e outros agentes do gerenciamento estadual para
organizar tudo que dizia respeito ao ato.
Após
o horário indicado para terminar a manifestação, a PM de SP não tardou a
iniciar todo tipo de arbitrariedade. Logo após as 19 horas, novas cenas
de repressão violenta da Polícia Militar foram vistas. As tropas
fascistas avançaram sobre os manifestantes, que seguiam protestando.
Muitos manifestantes foram presos. Manifestantes resistiram com rojões e
pedras contra a repressão policial.
Do alto do carro de som, dirigentes de movimentos pediam que a Polícia não jogasse bombas.
Em
outros registros divulgados pela internet, é possível ver a persistente
resistência de manifestantes em defesa do direito de protestar.
Pelas
redes sociais, veículos de imprensa democrática repercutiam as
denúncias conforme as prisões arbitrárias eram feitas. Alguns dos
detidos foram levados para a 78º DP. Muitos manifestantes estavam sendo
revistados e alguns eram levados até as delegacias de polícia para que
fossem identificados para, só então, serem liberados.
Estações
de metrô foram fechadas pela Polícia Militar, contrariando a própria
orientação passada na reunião para “organizar a manifestação”, em que
apontaram que um dos objetivos era “garantir o direito de ir e vir”.
Até a publicação dessa matéria, não haviam informações de manifestantes que ainda estavam detidos.
RIO DE JANEIRO
Na
capital carioca, o protesto se concentrou às 10h na Avenida Presidente
Vargas, em frente ao monumento em homenagem a Zumbi dos Palmares, e
seguiu em rumo à Praça da Candelária. Os manifestantes organizaram-se
com faixas e bandeiras e entoaram palavras de ordem enchendo o centro do
Rio, Havia no ato um forte aparato policial que cercou toda a avenida
Presidente Vargas.
Milhares
de manifestantes tomam as ruas do Rio de Janeiro sob a consigna "Abaixo
o governo militar e genocida de Bolsonaro!". Foto: Banco de dados AND
Milhares de manifestantes tomam as ruas do centro do Rio de Janeiro na manhã do sábado, 24 de julho. Foto: Henrique Pinto
Dias
antes havia ocorrido, assim como em SP, uma reunião com siglas
eleitoreiras para “organizar o ato” junto à PM. As tropas policiais
estiveram durante toda a manifestação dispostas em grupos de 15 a 20
policiais ao longo da Avenida Presidente Vargas, na direção da Igreja da
Candelária. Durante a manifestação houve a denúncia de que ativistas da
UJC tentaram intimidar manifestantes que discordavam do movimento. A
polícia aproveitou-se do princípio de confusão para lançar spray de
pimenta no conjunto dos manifestantes.
Apesar
da tentativa de repressão ao protesto popular, os manifestantes
seguiram em marcha na principal avenida do centro do Rio de Janeiro.
Reuniram-se estudantes, trabalhadores, movimentos de favela e advogados do povo. Os manifestantes entoaram Vacina, Pão, Saúde e Educação!, Eleição é farsa, não muda nada não. Organizar o povo pra fazer revolução!, entre outras consignas de luta, ao mesmo tempo se viam grandes faixas com escritos Abaixo o governo militar genocida de Bolsonaro e Liberdade imediata para os 4 camponeses de Rondônia! Terra para quem nela vive e trabalha!.
Uma
grande faixa novamente foi estendida na manifestação exigindo liberdade
imediata para os quatro camponeses de Rondônia. Foto: Banco de dados
AND
O
ato na capital do Rio de Janeiro ocupou a Avenida Presidente Vargas,
tomando todas as faixas e seguindo em direção à Candelária. Foto: Banco
de Dados AND
Enquanto
seguia a manifestação, os policiais concentravam dois grupos mais
próximos às organizações independente do velho Estado e combativas. Em
torno da Igreja da Candelária, destino final do ato, havia um número
maior de tropas da PM que se posicionaram antes de chegar até a Praça.
Os
manifestantes percorreram toda a Avenida Presidente Vargas realizando a
denúncia do genocídio planificado para a população que estava no centro
da cidade. Foram mais de 3 horas de manifestação que ocupou três faixas
da principal rua do centro.
Escudo
criado por manifestantes expõe a imagem do grande dirigente comunista
brasileiro, Pedro Pomar, junto a frase Rebelar-se é justo. Foto: Banco
de dados AND
Faixas exigindo Fora Bolsonaro e um boneco posteriormente queimado foi levado durante a manifestação. Foto: Banco de dados AND
Cartaz
de protesto é erguido por manifestante com a frase "Braço forte, mãos
leves" em referência ao slogan das forças armadas reacionárias e seus
ações em meio a gerencia do velho Estado. Foto: Banco de dados AND
Diversos
indígenas estiveram presentes na manifestação expressando o repúdio ao
governo militar e genocida de Bolsonaro. Foto: Henrique Pinto
Militares foram vistos filmando e fotografando os manifestantes por todo ato. Foto: Banco de dados AND
Ao
final do ano, a manifestação foi impedida pelos policiais de ocupar a
Praça da Candelária. O ponto, que é um local histórico em que iniciam e
finalizam as manifestações, estava cercado pelos policiais que impediram
que as massas ultrapassassem sua barreira. Uma das razões que
certamente motivou a presença das forças de repressão foi a necessidade
de evitar que se interrompessem o fluxo dos carros. Próximo ao local
está localizada a Avenida Rio Branco, principal via da cidade por onde o
trânsito se escoava. Também há no local uma via do Veículo Leve sobre
Trilhos (VLT), que nos fins de semana é usado principalmente por
turistas.
Manifestantes queimam bandeiras ianques enquanto entoam: "Fora ianques da América Latina!". Foto: Banco de dados AND
Boneco
representando Bolsonaro é queimado por manifestantes em meio a Av.
Presidente Vargas no centro do Rio de Janeiro. Foto: Banco de dados AND
Boneco
representando Bolsonaro é queimado por manifestantes em meio a Av.
Presidente Vargas no centro do Rio de Janeiro. Foto: Banco de dados AND
Boneco
representando Bolsonaro é queimado por manifestantes em meio a Av.
Presidente Vargas no centro do Rio de Janeiro. Foto: Henrique Pinto
Sequencia mostra queima de bandeiras ianques no centro do Rio de Janeiro. Foto: Banco de dados AND
BRASÍLIA
Em
Brasília, na Esplanada dos Ministérios, milhares de Manifestantes
realizaram ato contra o governo de Bolsonaro e generais; dentre as
reivindicações, se destacaram os pedidos por vacina e auxílio
emergencial digno.
A
manifestação ocupou a capital e repercutiu a denúncia feita por todo o
país contra o governo militar genocida. Manifestantes independentes do
velho Estado também denunciaram a tática da repressão de buscar realizar
acordos com organizações políticas para controlar as manifestações.
Antes
da dispersão, jovens ativistas se dirigiram para a Rodoviária do Plano
Piloto, onde realizaram uma breve agitação e distribuição de panfletos
chamando o povo a lutar contra a carestia e contra o governo militar
genocida de Bolsonaro e generais.
Manifestantes tomam as ruas centrais de Brasília erguendo faixa exigindo vida digna. Foto: Banco de dados AND
Agitação realizada na Rodoviária do Plano Piloto em Brasília. Foto: Banco de dados AND
FORTALEZA
Na
tarde do dia 24 de julho, milhares de estudantes e trabalhadores de
diversas categorias tomaram as ruas de Fortaleza (CE) em manifestação
contra o governo militar assassino e terrorista de Bolsonaro e generais
do Alto Comando das Forças Armadas (ACFA). O ato teve início durante a tarde, com concentração na Praça Portugal, zona norte da cidade.
Milhares de pessoas ocupam as ruas de Fortaleza em protesto ao governo militar de Bolsonaro e generais. Foto: Banco de dados AND
Entre os manifestantes, foram entoadas diversas palavras de ordem em defesa dos direitos do povo e do direito de lutar, como Presos
políticos, liberdade já! Lutar não é crime! Vocês vão nos pagar!,
Emprego, moradia, saúde e educação! A saída para a crise é a Revolução! e Eleição é farsa! Não muda nada não! O povo organizado vai fazer Revolução!.
Faixa
erguida por manifestantes conclama: "Abaixo governo de Bolsonaro e
generais! Por uma Revolução de Nova Democracia!". Foto: Banco de dados
AND
Ao
final do ato, ativistas fizeram a queima de uma bandeira do
imperialismo ianque (Estados Unidos da América - USA). Se ouviam também
palavras de ordem contra o principal inimigo dos povos de todo o mundo.
Entre outras palavras de ordem, os militantes agitaram: Yankees, go home! e demonstravam de forma contundente a importância da luta anti-imperialista.
Queima de bandeira ianque nas ruas da cidade expressa rechaço ao imperialismo. Foto: Banco de dados AND
Durante
a queima da bandeira, os manifestantes também soltaram rojões e
balançavam uma bandeira da Palestina, em solidariedade às lutas do
heroico povo palestino que segue resistindo às agressões do Estado
terrorista de Israel.
Queima de bandeira ianque nas ruas da cidade expressa rechaço ao imperialismo. Foto: Banco de dados AND
No Ceará, ao longo do trajeto do ato pode ser visto nos muros pichações em conclamando: "Viva a LCP!" e "Morte ao latifúndio!". Foto: Banco de dados AND
No Ceará, ao longo do trajeto do ato pode ser visto nos muros pichações em conclamando: "Viva a LCP!". Foto: Banco de dados AND