Comentar
Sejamos realistas, exijamos o impossível!
Por R. Mineiro
Pronunciamento de Dilma Roussef e reunião com todos os governadores e prefeitos das maiores cidades do Brasil. A gerente do velho Estado diz ser inequívoco o progresso do país nos últimos anos. O povo, em protesto, desmente mil vezes esta mentira. A proposta do governo: reforma política, criação de novos impostos e blá-blá-blá. Palavras, palavras, palavras, nada mais que palavras…
O que nós queremos vocês não podem nos dar. As leis não bastam. Os lírios não nascem da lei.
Em seu discurso, Dilma Roussef, que no regime militar entregou seus próprios companheiros e ajudou a polícia na prisão de outros, mais uma vez aponta seu dedo duro contra o que chamou de “minorias violentas e autoritárias”. Cacoete de delatora em consonância com os monopólios de comunicação que manobram para dividir e enfraquecer as manifestações.
Quem é esta “minoria” de centenas de milhares de pessoas que se revoltam contra todos os governantes, de “esquerda” ou de direita, e reagem à violência da polícia fascista?
Somos nós, meu senhor, mas não tremas,
nós quebramos as nossas algemas
para pedir-te as esposas e mães.
Este é o filho do ancião que mataste.
Este – irmão da mulher que manchaste…
Oh! não tremas, senhor, são teus cães.
A rebelião está na rua. Nós faremos que você nunca esqueça. E sempre te lembrar da guerra que está por vir.
Setores oportunistas do movimento popular, que há dez anos lucram com a gerência petista, estão temerosos de perderem seus assentos confortáveis e rendosos. Apressam-se em canalizar a rebeldia em “reivindicações concretas”, “possíveis de serem alcançadas”. Mas são rechaçados nas manifestações. O principal resultado deste levante é o avanço para a destruição desta abstração que é o velho Estado fascista.
Estes mesmos governistas, irritados com o rechaço popular, afirmam que a maior parte dos manifestantes é de “classe média”, que o movimento estaria tomando um rumo “conservador, direitista e fascista”.
Classe média? O que vemos são jovens irredentos enfrentando com pedras a tropa de choque e o caveirão do Bope no Rio de Janeiro. Cenas que lembram a intifada Palestina. São flores no asfalto.
Conservador? Enquanto as bandeiras do PT foram retiradas a força, o arco-íris da diversidade sexual foi hasteado sem nenhuma retaliação. Um dos cartazes mais visto nas manifestações é o contrário à chamada “cura gay”, projeto de Lei apresentado ao Congresso Nacional pelo deputado e pastor fundamentalista Marco Feliciano, parlamentar que integra a base aliada do governo Dilma.
Direitista? Esta onda de manifestações iniciou-se em São Paulo onde o governo do estado é do PSDB (abertamente de direita) e a prefeitura municipal do PT (falsamente de esquerda). Unidos, PT e PSDB, aumentaram as passagens, reprimaram as manifestações e reduziram as tarifas quando já era impossível mantê-las. Direitista é o governo Dilma, que tem como antigos aliados velhas raposas da oligarquia política do Brasil.
Fascista? Fascista é a Fifa que proíbe torcedores de entrarem com camisetas em apoio as manifestações, que retira das arquibancadas pessoas que pintam consignas das ruas e ameaça cancelar as credencias de jornalistas que registram esta repressão. Fascista é Dilma que em seu pronunciamento à nação disse: “Asseguro a vocês: vamos manter a ordem.” Disse isto para a Fifa, que imediatamente agradeceu. E agora o governo está mobilizando o Exército para reprimir as próximas manifestações em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro.
Oportunistas são estas organizações de governistas que choram quando suas bandeiras são arrancadas, mas não denunciam nem a prisão, nem a morte de manifestantes. Em 1968, quando o estudante Edson Luiz foi assassinado no Rio de Janeiro, a consigna que mobilizou centenas de milhares de brasileiros foi: Mataram um estudante, poderia ser seu filho. Hoje, quando um jovem de 18 anos morre atropelado em um protesto em Ribeirão Preto, assistimos ao silêncio desta falsa esquerda, talvez em suas reuniões nos gabinetes governamentais digam: “mataram um estudante, poderia ser de direita”.
Nacionalismo não quer dizer fascismo. As pessoas estão nas ruas com as bandeiras verde-amarelas num sentimento justo de defesa do país. Utilizam os símbolos que estão ao alcance das mãos.
Pacifismo não quer dizer necessariamente direitismo. As massas em luta preferem sempre uma solução pacífica a violenta. Mas a luta é uma escola e nela aprendemos que existem dois poderes sobre a terra: o poder organizado da reação e o poder desorganizado das massas. Só na luta se eleva a organização popular.
Em 1905, na Rússia, uma marcha pacífica, liderada por um religioso ligado a polícia, se dirigiu ao palácio do czar. Milhares de pessoas cantando hinos e carregando andores pretendiam entregar uma petição à Nicolau II. Foram recebidos a chumbo, centenas de manifestantes pacíficos foram assassinados. Este episódio que ficou conhecido como Domingo Sangrento, foi uma caríssima lição, cujo aprendizado resultou na insurreição operária armada no mesmo ano e na revolução socialista triunfante em 1917.
A luta está apenas em seu começo e em várias cidades o povo está percebendo que violento é o Estado.
O processo é confuso, ainda sem rumo definido. Assim é a história. Não existem receitas para revoluções. A teoria é cinza, verde é a árvore da vida.
O caminho é ziguezagueante, cheio de voltas e reviravoltas, porém as perspectivas são brilhantes.
Que tremam os reacionários e os oportunistas. O povo não tem nada a perder a não ser suas algemas, tem um mundo a ganhar.
Aceito a revolução com todos os seus horrores, sem quaisquer reservas covardes.
Muitas indefinições, mas uma certeza: Nada será como antes.
______________________
Pronunciamento de Dilma Roussef e reunião com todos os governadores e prefeitos das maiores cidades do Brasil. A gerente do velho Estado diz ser inequívoco o progresso do país nos últimos anos. O povo, em protesto, desmente mil vezes esta mentira. A proposta do governo: reforma política, criação de novos impostos e blá-blá-blá. Palavras, palavras, palavras, nada mais que palavras…
O que nós queremos vocês não podem nos dar. As leis não bastam. Os lírios não nascem da lei.
Em seu discurso, Dilma Roussef, que no regime militar entregou seus próprios companheiros e ajudou a polícia na prisão de outros, mais uma vez aponta seu dedo duro contra o que chamou de “minorias violentas e autoritárias”. Cacoete de delatora em consonância com os monopólios de comunicação que manobram para dividir e enfraquecer as manifestações.
Quem é esta “minoria” de centenas de milhares de pessoas que se revoltam contra todos os governantes, de “esquerda” ou de direita, e reagem à violência da polícia fascista?
Somos nós, meu senhor, mas não tremas,
nós quebramos as nossas algemas
para pedir-te as esposas e mães.
Este é o filho do ancião que mataste.
Este – irmão da mulher que manchaste…
Oh! não tremas, senhor, são teus cães.
A rebelião está na rua. Nós faremos que você nunca esqueça. E sempre te lembrar da guerra que está por vir.
Setores oportunistas do movimento popular, que há dez anos lucram com a gerência petista, estão temerosos de perderem seus assentos confortáveis e rendosos. Apressam-se em canalizar a rebeldia em “reivindicações concretas”, “possíveis de serem alcançadas”. Mas são rechaçados nas manifestações. O principal resultado deste levante é o avanço para a destruição desta abstração que é o velho Estado fascista.
Estes mesmos governistas, irritados com o rechaço popular, afirmam que a maior parte dos manifestantes é de “classe média”, que o movimento estaria tomando um rumo “conservador, direitista e fascista”.
Classe média? O que vemos são jovens irredentos enfrentando com pedras a tropa de choque e o caveirão do Bope no Rio de Janeiro. Cenas que lembram a intifada Palestina. São flores no asfalto.
Conservador? Enquanto as bandeiras do PT foram retiradas a força, o arco-íris da diversidade sexual foi hasteado sem nenhuma retaliação. Um dos cartazes mais visto nas manifestações é o contrário à chamada “cura gay”, projeto de Lei apresentado ao Congresso Nacional pelo deputado e pastor fundamentalista Marco Feliciano, parlamentar que integra a base aliada do governo Dilma.
Direitista? Esta onda de manifestações iniciou-se em São Paulo onde o governo do estado é do PSDB (abertamente de direita) e a prefeitura municipal do PT (falsamente de esquerda). Unidos, PT e PSDB, aumentaram as passagens, reprimaram as manifestações e reduziram as tarifas quando já era impossível mantê-las. Direitista é o governo Dilma, que tem como antigos aliados velhas raposas da oligarquia política do Brasil.
Fascista? Fascista é a Fifa que proíbe torcedores de entrarem com camisetas em apoio as manifestações, que retira das arquibancadas pessoas que pintam consignas das ruas e ameaça cancelar as credencias de jornalistas que registram esta repressão. Fascista é Dilma que em seu pronunciamento à nação disse: “Asseguro a vocês: vamos manter a ordem.” Disse isto para a Fifa, que imediatamente agradeceu. E agora o governo está mobilizando o Exército para reprimir as próximas manifestações em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro.
Oportunistas são estas organizações de governistas que choram quando suas bandeiras são arrancadas, mas não denunciam nem a prisão, nem a morte de manifestantes. Em 1968, quando o estudante Edson Luiz foi assassinado no Rio de Janeiro, a consigna que mobilizou centenas de milhares de brasileiros foi: Mataram um estudante, poderia ser seu filho. Hoje, quando um jovem de 18 anos morre atropelado em um protesto em Ribeirão Preto, assistimos ao silêncio desta falsa esquerda, talvez em suas reuniões nos gabinetes governamentais digam: “mataram um estudante, poderia ser de direita”.
Nacionalismo não quer dizer fascismo. As pessoas estão nas ruas com as bandeiras verde-amarelas num sentimento justo de defesa do país. Utilizam os símbolos que estão ao alcance das mãos.
Pacifismo não quer dizer necessariamente direitismo. As massas em luta preferem sempre uma solução pacífica a violenta. Mas a luta é uma escola e nela aprendemos que existem dois poderes sobre a terra: o poder organizado da reação e o poder desorganizado das massas. Só na luta se eleva a organização popular.
Em 1905, na Rússia, uma marcha pacífica, liderada por um religioso ligado a polícia, se dirigiu ao palácio do czar. Milhares de pessoas cantando hinos e carregando andores pretendiam entregar uma petição à Nicolau II. Foram recebidos a chumbo, centenas de manifestantes pacíficos foram assassinados. Este episódio que ficou conhecido como Domingo Sangrento, foi uma caríssima lição, cujo aprendizado resultou na insurreição operária armada no mesmo ano e na revolução socialista triunfante em 1917.
A luta está apenas em seu começo e em várias cidades o povo está percebendo que violento é o Estado.
O processo é confuso, ainda sem rumo definido. Assim é a história. Não existem receitas para revoluções. A teoria é cinza, verde é a árvore da vida.
O caminho é ziguezagueante, cheio de voltas e reviravoltas, porém as perspectivas são brilhantes.
Que tremam os reacionários e os oportunistas. O povo não tem nada a perder a não ser suas algemas, tem um mundo a ganhar.
Aceito a revolução com todos os seus horrores, sem quaisquer reservas covardes.
Muitas indefinições, mas uma certeza: Nada será como antes.
______________________