RO: Manifestação em Jaru uniu camponeses e trabalhadores da cidade
Por Resistência Camponesa
Na manha deste 27 de junho, centenas de camponeses realizaram protesto na cidade de Jaru para denunciar a criminalização contra a luta camponesa e os trabalhadores da cidade. A Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental (LCP) somou-se às lutas populares do Brasil denunciando a violência do Estado brasileiro que nos últimos meses reprimiu camponeses em luta em Rondônia, povos indígenas no Mato Grosso do Sul e no Pará; além da criminalização das lutas populares nas grandes cidades que reivindicam redução de preços de passagens, saúde e educação públicas de qualidade, moradia, etc.
O Ato Público contou com a participação de trabalhadores em Educação que se encontram em greve e populares da cidade de Jaru que denunciaram as condições precárias nos bairros e nos serviços públicos. O Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação – MOCLATE denunciou o governador Confúcio Moura em relação ao sucateamento da Educação rondoniense e em relação ao não atendimento da pauta do movimento grevista. “O governo destina milhões para beneficiar o latifúndio, enquanto o povo morre de fome na fila dos hospitais e a educação pública está um caos”, denunciou uma professora que se pronunciou no ato.
A LCP denunciou que a política do governo Dilma no que se refere à questão agrária, através do INCRA, é a de dividir os camponeses quando não respeita o compromisso assumido de regularizar áreas que já foram cortadas pelos camponeses e que agora são objeto de regularização. “Denunciamos que o INCRA, em diversas áreas em Rondônia, como Corumbiara, região de Jaru e Ariquemes, Seringueiras, tem agido para criar conflito entre os camponeses quando retiram famílias que produziam e destinam a área para famílias que sequer sabemos se existem. Esta é a política do INCRA e da Ouvidoria Agrária Nacional. Já estamos cansados de promessas e prazos longos sem que o governo federal não resolva nada! Por isso defendemos que só o povo organizado, cortando a terra por conta própria, irá garantir o acesso a terra”, denunciou um dirigente da LCP.
O Ato também denunciou a intransigência da prefeitura em não atender as reivindicações dos trabalhadores municipais que se encontram em greve e o descaso com a população dos bairros e do campo em Jaru. “E não é só na cidade que a prefeitura tem abandonado o povo, também no campo e nos distritos. Na região de Tarilândia (distrito de Jaru) o povo não tem estradas e tem perdido a sua produção por incompetência da prefeitura. Nas áreas Canaã, Raio de Sol e Renato Nathan os camponeses denunciam que além da precariedade das estradas, há a falta de energia elétrica”. Registra-se que a administração municipal tem coagido com ameaça de cancelamento da concessão os proprietários de carros de som que prestarem serviço para os movimentos sociais de reivindicações justas e necessárias. O protesto seguiu pelas principais ruas do centro de Jaru e contou com o apoio de transeuntes e comerciantes que aplaudiram a manifestação.
Outra insatisfação denunciada foram os gastos públicos em relação as obras da copa do mundo, a situação dos operários nas obras do PAC e os escândalos de corrupção que assolam o país. Diversos manifestantes conclamaram o povo a boicotar as eleições. “Não vivemos numa democracia, mas numa falsa. É democracia para os ricos e ditadura para o povo pobre. Quando o povo se organiza e luta é reprimido pela polícia. Por isso convocamos o povo a não votar!”, foi enfático um dos presentes.
Fotos da manifestação de 27 de junho no Rio
Nota Pública contra a violência policial: após protestos polícia realiza chacina na Maré
As favelas da Maré foram ocupadas por diferentes unidades da Polícia
Militar do Estado do Rio (PMERJ), incluindo o Batalhão de Operações
Especiais (Bope), com seu equipamento de guerra – caveirão, helicóptero e
fuzis – dia 24 de junho. Tal ocupação militar aconteceu após
manifestação realizada em Bonsucesso pela redução do valor da passagem
de ônibus, como as inúmeras que vêm sendo realizadas por todo o país
desde o dia 6 de junho. As ações da polícia levaram à morte de um
morador na noite de segunda-feira. Um sargento do Bope também morreu na
operação e a violência policial se intensificou, com mais nove pessoas
assassinadas, numa clara demonstração de revide por parte do Estado.
Diversas manifestações estão ocorrendo em todo o país e intensamente na cidade do Rio de Janeiro. Nas última semanas a truculência policial se tornou regra e vivemos momentos de bairros sitiados e uma multidão massacrada na cidade. No ato do último dia 20, com cerca de 1 milhão de pessoas nas ruas, o poder público mobilizou a Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ), contando com o Choque, Ações com Cães (BAC), Cavalaria, além da Força Nacional. A ação foi de intensa violência contra a população, causando um clima de terror em diversos bairros da cidade.
Não admitimos que expressões legítimas da indignação popular sejam transformadas em argumento para incursões violentas e ocupações militares, seja sobre a massa que se manifesta pelas ruas da cidade, seja nos territórios de favelas e periferias!
Tal ocupação das favelas da Maré evidencia o lado mais perverso deste novo argumento utilizado pelos órgãos governamentais para darem continuidade às suas práticas históricas de gestão das favelas, de suas populações e da resistência popular. Sob a justificativa de repressão a um arrastão, a polícia mais uma vez usou força desmedida contra os moradores da Maré, uma prática rotineira para quem vive na favela. É importante observar que, quando o argumento de combate a um arrastão foi usado contra manifestantes na Barra da Tijuca, não houve a utilização de homens do Bope, nem assassinatos, mostrando claramente que há um tratamento diferenciado na favela e no “asfalto”.
Repudiamos a criminalização de todas as manifestações. Repudiamos a criminalização dos moradores de favelas e de seu território. Repudiamos a segregação histórica das populações de favela – negras/os e pobres – na cidade do Rio de Janeiro.
Não admitimos que execuções sumárias sejam noticiadas como resultado de confrontos armados entre policiais e traficantes. Não se trata de excessos, nem de uso desmedido da força enquanto exceção: as práticas policiais nesses territórios violam os direitos mais fundamentais e a violação do direito à vida também está incluída nessa forma de oprimir. Foi reconhecendo a gravidade destas práticas nos diferentes estados da federação que o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) produziu, em dezembro de 2012, a resolução nº8, recomendando o fim da utilização de designações genéricas como “auto de resistência” e “resistência seguida de morte” e defendendo o registro de “morte decorrente de intervenção policial” ou, quando for o caso, “lesão corporal decorrente de intervenção policial”.
O governo federal também contribui com o que ocorre nas favelas cariocas, não apenas pela omissão na criação de políticas públicas, mas também por manter as tropas da Força Nacional de Segurança dentro da cidade, reproduzindo o mesmo modelo aplicado pelo governo estadual.
As/Os moradoras/es de favelas e toda a população têm o direito de se manifestar publicamente – mas pra isso precisam estar vivas/os. E o direito à vida continua sendo violado sistematicamente nos territórios de favelas e periferias do Rio de Janeiro e de outras cidades do país.
Exigimos a imediata desocupação das favelas da Maré pelas forças policiais que estão matando suas/seus moradoras/es com a justificativa das manifestações. Exigimos que seja garantido o direito à livre manifestação, à organização política e à ocupação dos espaços públicos. Exigimos a desmilitarização das polícias.
A nota está aberta para adesões de movimentos sociais e organizações através do e-mail contato@enpop.net.
Assinam a nota:
Diversas manifestações estão ocorrendo em todo o país e intensamente na cidade do Rio de Janeiro. Nas última semanas a truculência policial se tornou regra e vivemos momentos de bairros sitiados e uma multidão massacrada na cidade. No ato do último dia 20, com cerca de 1 milhão de pessoas nas ruas, o poder público mobilizou a Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ), contando com o Choque, Ações com Cães (BAC), Cavalaria, além da Força Nacional. A ação foi de intensa violência contra a população, causando um clima de terror em diversos bairros da cidade.
Não admitimos que expressões legítimas da indignação popular sejam transformadas em argumento para incursões violentas e ocupações militares, seja sobre a massa que se manifesta pelas ruas da cidade, seja nos territórios de favelas e periferias!
Tal ocupação das favelas da Maré evidencia o lado mais perverso deste novo argumento utilizado pelos órgãos governamentais para darem continuidade às suas práticas históricas de gestão das favelas, de suas populações e da resistência popular. Sob a justificativa de repressão a um arrastão, a polícia mais uma vez usou força desmedida contra os moradores da Maré, uma prática rotineira para quem vive na favela. É importante observar que, quando o argumento de combate a um arrastão foi usado contra manifestantes na Barra da Tijuca, não houve a utilização de homens do Bope, nem assassinatos, mostrando claramente que há um tratamento diferenciado na favela e no “asfalto”.
Repudiamos a criminalização de todas as manifestações. Repudiamos a criminalização dos moradores de favelas e de seu território. Repudiamos a segregação histórica das populações de favela – negras/os e pobres – na cidade do Rio de Janeiro.
Não admitimos que execuções sumárias sejam noticiadas como resultado de confrontos armados entre policiais e traficantes. Não se trata de excessos, nem de uso desmedido da força enquanto exceção: as práticas policiais nesses territórios violam os direitos mais fundamentais e a violação do direito à vida também está incluída nessa forma de oprimir. Foi reconhecendo a gravidade destas práticas nos diferentes estados da federação que o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) produziu, em dezembro de 2012, a resolução nº8, recomendando o fim da utilização de designações genéricas como “auto de resistência” e “resistência seguida de morte” e defendendo o registro de “morte decorrente de intervenção policial” ou, quando for o caso, “lesão corporal decorrente de intervenção policial”.
O governo federal também contribui com o que ocorre nas favelas cariocas, não apenas pela omissão na criação de políticas públicas, mas também por manter as tropas da Força Nacional de Segurança dentro da cidade, reproduzindo o mesmo modelo aplicado pelo governo estadual.
As/Os moradoras/es de favelas e toda a população têm o direito de se manifestar publicamente – mas pra isso precisam estar vivas/os. E o direito à vida continua sendo violado sistematicamente nos territórios de favelas e periferias do Rio de Janeiro e de outras cidades do país.
Exigimos a imediata desocupação das favelas da Maré pelas forças policiais que estão matando suas/seus moradoras/es com a justificativa das manifestações. Exigimos que seja garantido o direito à livre manifestação, à organização política e à ocupação dos espaços públicos. Exigimos a desmilitarização das polícias.
A nota está aberta para adesões de movimentos sociais e organizações através do e-mail contato@enpop.net.
Assinam a nota:
- Arteiras Alimentação do Borel
- Bloco Planta na Mente
- Casa da Mulher Trabalhadora (CAMTRA)
- Central de Movimentos Populares (CMP)
- Centro de Promoção da Saúde (CEDAPS)
- Cidadania e Imagem-UERJ
- Círculo Palmarino
- Coletivo Antimanicomial Antiproibicionista Cultura Verde
- Coletivo de Estudos sobre Violência e sociabilidade – CEVIS-UERJ
- Coletivo das Lutas
- Coletivo Tem Morador
- Comitê Popular Rio Copa e Olimpíadas
- Conselho Regional de Psicologia (CRP/RJ)
- Conselho Regional de Serviço Social (CRESS/RJ)
- DCE-UFRJ
- Deputado Federal Chico Alencar (PSOL/RJ)
- DPQ
- FASE
- Fórum de Juventudes RJ
- Fórum Social de Manguinhos
- Frente de Resistência Popular da Zona Oeste
- Grupo Conexão G
- Grupo Eco Santa Marta
- Grupo ÉFETA Complexo Alemão
- Instituto Brasileiro De Análises Sociais E Econômicas (IBASE)
- Instituto Búzios
- Instituto de Formação Humana e Educação Popular (IFHEP)
- Instituto de Defensores dos Direitos Humanos (DDH)
- Instituto de Estudos da Religião (ISER)
- Justiça Global
- Levante Popular da Juventude
- Liga Operária
- Luta Pela Paz
- Mandato do Deputado Estadual Marcelo Freixo (PSOL/RJ)
- Mandato do Deputado Federal Chico Alencar (PSOL/RJ)
- Mandato do Vereador Renato Cinco (PSOL/RJ)
- Mandato do Vereador Henrique Vieira (PSOL/Niterói)
- Mariana Criola
- Movimento pela Legalização da Maconha
- Movimento DCE Vivo (UFF)
- Nós Não Vamos Pagar Nada
- Núcleo Piratininga de Comunicação
- Núcleo de Direitos Humanos da PUC
- Núcleo Socialista de Campo Grande
- Ocupa Alemão
- Ocupa Borel
- PACS
- Partido Comunista Brasileiro (PCB)
- Pré-Vestibular Comunitário de Nova Brasília Complexo Alemão
- Raízes em Movimento do Complexo do Alemão
- Rede FALE RJ
- Rede de Instituições do Borel
- Redes e Movimentos da Maré
- União da Juventude Comunista (UJC)
- Universidade Nômade
- Revista Vírus Planetário