AND nº 112 (2ª quinzena de junho)
Milhares tomam as ruas e enfrentam a PM em Niterói (RJ)
Por Patrick Granja e Guilherme Chalita
Aumento cai, luta continua
Até o fechamento da edição de AND (nº 112), dez
capitais já haviam anunciado a suspensão do aumento das passagens de
ônibus. Por pressão das ruas, Cuiabá, Manaus, João Pessoa, Porto Alegre,
Natal, Recife e Vitória reviram seus aumentos, além de Goiânia, que o
fez via liminar da justiça. Tal ação, entretanto, não acabou com os
protestos, o que prova que as manifestações são por muito mais que 20
centavos.
Em São Paulo, Fernando Haddad, do PT, encenou durante todo o dia 18 de junho que iria “fazer o possível” para reduzir a tarifa. A essência de suas preocupações seria proferida pelo seu secretário de Transportes, Jilmar Tatto, também do PT: “não é possível espremer tanto assim os empresários das concessionárias de transporte para viabilizar a revogação do aumento”.
E é assim que vai ser. Comprometidos até o último fio de cabelo com a máfia dos transportes, grande financiadora de campanhas Brasil afora, não se atrevem a tocar em centavo sequer do lucro dos magnatas.
A idéia, portanto, é baixar a passagem e cobrar indiretamente do povo, com mais isenção de impostos para a máfia dos transportes, subsídio para o diesel. O mesmo Jilmar Tatto disse que pretende criar um, mais um, imposto sobre a gasolina, ou seja, o trabalhador vai acabar pagando o aumento do mesmo jeito.
Assim também tramita no Congresso um projeto de lei que zera todos os tributos federais pagos pelas empresas de transporte.
E não deu outra, na tarde do dia 19, os prefeitos de São Paulo e Rio de Janeiro anunciaram a suspensão do aumento das passagens. Já Alckmin anunciou a revogação dos aumentos das tarifas dos trens e metrô.
Aproveitaram, os três, o momento para dizer, compungidamente, que isso representaria uma perda para os cofres das prefeituras e do estado de São Paulo, representando diminuição do investimento em outras áreas. Eduardo Paes foi claro ao dizer que deixará de “investir” em saúde.
Outra questão que deve manter os protestos foi enunciada pela socióloga Sônia Fleury, que ao comentar aos anúncios para um canal de TV, disse que o aumento da tarifa era um problema, mas que ninguém deveria esquecer das chicotadas para os passageiros entrarem nos trens, da superlotação e qualidade do transporte público.
Em São Paulo, Fernando Haddad, do PT, encenou durante todo o dia 18 de junho que iria “fazer o possível” para reduzir a tarifa. A essência de suas preocupações seria proferida pelo seu secretário de Transportes, Jilmar Tatto, também do PT: “não é possível espremer tanto assim os empresários das concessionárias de transporte para viabilizar a revogação do aumento”.
E é assim que vai ser. Comprometidos até o último fio de cabelo com a máfia dos transportes, grande financiadora de campanhas Brasil afora, não se atrevem a tocar em centavo sequer do lucro dos magnatas.
A idéia, portanto, é baixar a passagem e cobrar indiretamente do povo, com mais isenção de impostos para a máfia dos transportes, subsídio para o diesel. O mesmo Jilmar Tatto disse que pretende criar um, mais um, imposto sobre a gasolina, ou seja, o trabalhador vai acabar pagando o aumento do mesmo jeito.
Assim também tramita no Congresso um projeto de lei que zera todos os tributos federais pagos pelas empresas de transporte.
E não deu outra, na tarde do dia 19, os prefeitos de São Paulo e Rio de Janeiro anunciaram a suspensão do aumento das passagens. Já Alckmin anunciou a revogação dos aumentos das tarifas dos trens e metrô.
Aproveitaram, os três, o momento para dizer, compungidamente, que isso representaria uma perda para os cofres das prefeituras e do estado de São Paulo, representando diminuição do investimento em outras áreas. Eduardo Paes foi claro ao dizer que deixará de “investir” em saúde.
Outra questão que deve manter os protestos foi enunciada pela socióloga Sônia Fleury, que ao comentar aos anúncios para um canal de TV, disse que o aumento da tarifa era um problema, mas que ninguém deveria esquecer das chicotadas para os passageiros entrarem nos trens, da superlotação e qualidade do transporte público.
A juventude se levanta, toda a canalha treme!
Editorial da edição nº 112 (2ª quinzena de junho de 2013) do jornal A Nova Democracia.
Explosões da juventude em várias grandes cidades do Brasil, 100 mil no Rio, 80 mil em SP, e agora já são centenas de milhares nas capitais, grandes e médias cidades do país. A princípio contra os abusivos e sequenciais aumentos das tarifas dos transportes públicos, destamparam mais uma vez um caldeirão lotado de motivos para a justa rebelião das massas no Brasil.
E tem sido assim: basta uma gota para transbordar todo o ódio represado por incontáveis crimes cometidos contra o povo por esse Estado genocida, que já há 12 anos é presidido pelo oportunismo de PT/PSB/PCdoB, apoiados no rebotalho da politicagem e da corrupção.
À gente do povo, é fácil compreender porque os protestos de centenas de milhares já não se dão apenas por 10, 15 ou 20 centavos das passagens de transportes. Logo do início, as demandas se ampliaram enormemente e expuseram as entranhas da política eleitoreira, da usurpação de direitos fundamentais, da superexploração dos trabalhadores, os abusos de toda ordem, a criminalização da pobreza e dos movimentos populares, e a matança de pobres.
Toda a ofensiva lançada por Lula e Dilma contra os camponeses em luta pela terra para adular o latifúndio e apostar no “agronegócio” como salvação da economia não pôde deter a luta dos pobres do campo. Ninguém mais do que eles, que antes de se engancharem no topo do velho Estado, prometiam tanto aos camponeses e são exatamente os que mais repressão e assassinatos têm cometido contra lideranças e massas em luta. E quando não se trata de assassinatos cometidos pelos próprios agentes do Estado, é o gerenciamento petista que encoraja e se coaduna com a livre ação dos bandos armados pelo latifúndio, através da covarde criminalização que faz da luta pela terra.
Nas cidades vigora a brutalidade sistemática contra os pobres de favelas e periferias com a militarização e a aplicação de um Estado de sítio não declarado a título de “política de pacificação”, que humilha, rouba, tortura e assassina pobres.
E tinha que ser um “governo” desse “Partido dos Trabalhadores” vendido ao capital para massacrar de forma tão vil os operários, particularmente nas obras bilionárias do PAC, repressão às greves, prisões e tortura de operários, etc.
Não com menor fúria genocida ataca os povos indígenas, expulsando-os diariamente de seus territórios em defesa dos interesses dessa chaga purulenta do latifúndio, como recentemente assassinou o Terena Oziel.
Ademais das greves de professores e funcionários públicos, greves estudantis e ocupação de reitorias, greves e rebeliões operárias e tomadas de terra que nos últimos anos tem sacudido o país, também já de algum tempo cresce o clamor em mobilizações continuadas pela punição dos criminosos do regime militar (mandantes e executores de torturas, assassinatos e desaparecimentos forçados) e manifestações contra a farsa das eleições.
Tudo isso, mergulhado no caldo de cultura da crise geral de superprodução do capitalismo que ronda o mundo, cujos impactos na economia endemicamente enferma de nosso país, não podem ser mais escondidos pela gerente Dilma. Crise que afeta diretamente a vida do proletariado e demais trabalhadores, vai impelindo crescentemente as massas para a luta e expondo rachaduras nos arranjos das classes dominantes e de seus lacaios à frente desse Estado em decomposição. Os gerentes de turno não conseguem mais seguir governando como antes, não poderão seguir governando como antes!
Já não poderá funcionar sua abominável política de pão e circo – pão da bolsa família e da farra do crédito e circo da Copa e Olimpíadas – para alienar e embrutecer as massas. O basta a todo esse fascismo sofisticado, Senhores, iniciou-se!
E já preocupados com a farsa eleitoral de 2014, PT e PSDB, que dividem o governo de São Paulo, se uniram para proferir um discurso de rara sintonia, revelando que, mais que a política econômica, os une um profundo ódio a tudo que cheire a povo consciente, independente. Descarregam todo o arsenal repressivo nos jovens em luta, jornalistas e transeuntes.
Sonhando que o aumento brutal da repressão pudesse sufocar a rebelião popular, taxada sempre e ao estilo dos generais gorilas por badernas, o que viram com assombro foi o contrário. Que o afluxo poderoso de pessoas a esses protestos é tanto maior quanto mais atrocidades são cometidas por suas polícias cevadas nos genocídios de pobres. E como que pegos em flagrante delito da mentira, celeremente trocam a toada, somando-se ao novo coro orquestrado por essa imprensa reacionária, de que agora se trata de movimentos pacíficos e que os distúrbios são atos de uma minoria de vândalos. É o velho cacarejo da minoria subversiva infiltrada!
Senhores, nos movimentos de massas há um pouco de tudo, há também pacifistas, naturalmente, e inclusive gente que pensa que o é até sair às ruas e ser agredida covardemente pelas hordas armadas até os dentes por vocês enviadas. Não se preocupem, este é um problema dos manifestantes, o de vocês é de como safar-se e seguir enganando. As massas saberão resolver democraticamente sobre os métodos de luta a empregar. E nisto a experiência histórica é pródiga em demonstrar que, na ação espontânea, é no seu próprio curso que as massas elegem seus métodos e formas de luta, segundo o que lhes propõem suas lideranças mais comprometidas e firmes e em correspondência ao que a reação contra elas arremete. E essa nova fase da luta popular está apenas em seus inícios.
E como não poderia deixar de ser o monopólio de imprensa, depois de ver agigantar o mar de massas nas ruas, tenta tanger o movimento e a rede Globo já quer dirigir os protestos, editando suas imagens para provar que agora as manifestações são pacíficas e que só uma minoria é que pratica vandalismo. Ora veja! Esses editorialistas dos meios mais reacionários, mal iniciaram as manifestações outro dia, apressaram-se em cobrar a prisão de manifestantes, de enquadrá-los por “formação de quadrilha”, como não bastasse ser a ação dessa polícia bestial e genocida. Querem mais, que se passe a tratar as lutas populares como terrorismo, numa antecipação do que já vem sendo gestado há anos como meio de prevenir os levantes populares.
Não por acaso, estima-se que até o fim de junho seja aprovada na Câmara federal o projeto de lei antiterrorismo acalentado pela gerência PT/FMI e ditado pelo imperialismo ianque com a desculpa da proteção aos megaeventos esportivos sediados no Brasil.
A outra frente de atuação das siglas oportunistas (além de reprimir desde os aparatos de onde manejam) é dividir para dominar, algo já bastante conhecido. Assim, a juventude do PT e PCdoB, a UNE e outros grupos governistas vem tentando sistematicamente usurpar a direção das manifestações e fracassando, já que vem sendo rechaçadas suas bandeiras pelas massas indignadas, que atacam também repórteres da Globo e automóveis da emissora. Estes e outros partidos eleitoreiros que se travestem de “esquerda” podem enganar, quando não uns poucos e já são repudiados nas manifestações.
Outras siglas eleitoreiras como PSOL e PSTU também se esmeram para usurpar a direção das manifestações e imprimir nelas seu reformismo tacanho, fracassam também, pois quando a polícia parte para cima das massas, enrolam suas bandeiras e fogem covardemente, para depois, desavergonhadamente, condenar a justa violência da juventude combativa, fazendo parte do asqueroso coro da reação. E o rechaço dos manifestantes aos partidos é expressão da ira da juventude a toda essa podridão dessas eleições farsantes e corruptas.
A grande verdade é que desde o fim de 2011 o mundo vem sendo varrido pelos ventos da rebelião. A juventude do norte da África e Oriente Médio deu demonstrações de infinita bravura, conquistando direitos e derrubando governos em sangrentos combates que resultaram em morte e destruição. Na Grécia o povo ocupa quase permanentemente as ruas e também paga sua cota de sangue para não afundar na miséria extrema imposta pelo capital financeiro internacional.
Dessas manifestações é da Turquia é que irradiam as mais vigorosas demonstrações de combatividade, espírito e moral de classe dos explorados e oprimidos. Lá também uma aparentemente localizada luta deu origem a um movimento multitudinário por todo o país, que vem enchendo os olhos do mundo e obrigando o imperialismo ianque a adiar seus planos de um Novo Oriente Médio. Diferentemente dos outros países, onde houve revezes e perda da direção para as forças reacionárias, na Turquia pode-se esperar algo mais consequente e duradouro, visto que lá se desenvolve há quatro décadas heroica guerra popular dirigida por um partido comunista provado no fogo das batalhas pela expulsão do imperialismo, pela destruição do fascista Estado turco e pela construção de uma nova democracia.
Nada de grande jamais foi conquistado pelo povo dando flores a repressores e genocidas. Todas as revoluções vitoriosas se ergueram sobre a destruição de tudo que era velho e reacionário. Mais que nunca, é válida a consigna de que “a rebelião se justifica”.
Desde nossa trincheira saudamos calorosamente nossa bela juventude em luta nas cidades brasileiras, na Turquia, na Palestina, no Chile, em todo mundo enfim.
Explosões da juventude em várias grandes cidades do Brasil, 100 mil no Rio, 80 mil em SP, e agora já são centenas de milhares nas capitais, grandes e médias cidades do país. A princípio contra os abusivos e sequenciais aumentos das tarifas dos transportes públicos, destamparam mais uma vez um caldeirão lotado de motivos para a justa rebelião das massas no Brasil.
E tem sido assim: basta uma gota para transbordar todo o ódio represado por incontáveis crimes cometidos contra o povo por esse Estado genocida, que já há 12 anos é presidido pelo oportunismo de PT/PSB/PCdoB, apoiados no rebotalho da politicagem e da corrupção.
À gente do povo, é fácil compreender porque os protestos de centenas de milhares já não se dão apenas por 10, 15 ou 20 centavos das passagens de transportes. Logo do início, as demandas se ampliaram enormemente e expuseram as entranhas da política eleitoreira, da usurpação de direitos fundamentais, da superexploração dos trabalhadores, os abusos de toda ordem, a criminalização da pobreza e dos movimentos populares, e a matança de pobres.
Toda a ofensiva lançada por Lula e Dilma contra os camponeses em luta pela terra para adular o latifúndio e apostar no “agronegócio” como salvação da economia não pôde deter a luta dos pobres do campo. Ninguém mais do que eles, que antes de se engancharem no topo do velho Estado, prometiam tanto aos camponeses e são exatamente os que mais repressão e assassinatos têm cometido contra lideranças e massas em luta. E quando não se trata de assassinatos cometidos pelos próprios agentes do Estado, é o gerenciamento petista que encoraja e se coaduna com a livre ação dos bandos armados pelo latifúndio, através da covarde criminalização que faz da luta pela terra.
Nas cidades vigora a brutalidade sistemática contra os pobres de favelas e periferias com a militarização e a aplicação de um Estado de sítio não declarado a título de “política de pacificação”, que humilha, rouba, tortura e assassina pobres.
E tinha que ser um “governo” desse “Partido dos Trabalhadores” vendido ao capital para massacrar de forma tão vil os operários, particularmente nas obras bilionárias do PAC, repressão às greves, prisões e tortura de operários, etc.
Não com menor fúria genocida ataca os povos indígenas, expulsando-os diariamente de seus territórios em defesa dos interesses dessa chaga purulenta do latifúndio, como recentemente assassinou o Terena Oziel.
Ademais das greves de professores e funcionários públicos, greves estudantis e ocupação de reitorias, greves e rebeliões operárias e tomadas de terra que nos últimos anos tem sacudido o país, também já de algum tempo cresce o clamor em mobilizações continuadas pela punição dos criminosos do regime militar (mandantes e executores de torturas, assassinatos e desaparecimentos forçados) e manifestações contra a farsa das eleições.
Tudo isso, mergulhado no caldo de cultura da crise geral de superprodução do capitalismo que ronda o mundo, cujos impactos na economia endemicamente enferma de nosso país, não podem ser mais escondidos pela gerente Dilma. Crise que afeta diretamente a vida do proletariado e demais trabalhadores, vai impelindo crescentemente as massas para a luta e expondo rachaduras nos arranjos das classes dominantes e de seus lacaios à frente desse Estado em decomposição. Os gerentes de turno não conseguem mais seguir governando como antes, não poderão seguir governando como antes!
Já não poderá funcionar sua abominável política de pão e circo – pão da bolsa família e da farra do crédito e circo da Copa e Olimpíadas – para alienar e embrutecer as massas. O basta a todo esse fascismo sofisticado, Senhores, iniciou-se!
E já preocupados com a farsa eleitoral de 2014, PT e PSDB, que dividem o governo de São Paulo, se uniram para proferir um discurso de rara sintonia, revelando que, mais que a política econômica, os une um profundo ódio a tudo que cheire a povo consciente, independente. Descarregam todo o arsenal repressivo nos jovens em luta, jornalistas e transeuntes.
Sonhando que o aumento brutal da repressão pudesse sufocar a rebelião popular, taxada sempre e ao estilo dos generais gorilas por badernas, o que viram com assombro foi o contrário. Que o afluxo poderoso de pessoas a esses protestos é tanto maior quanto mais atrocidades são cometidas por suas polícias cevadas nos genocídios de pobres. E como que pegos em flagrante delito da mentira, celeremente trocam a toada, somando-se ao novo coro orquestrado por essa imprensa reacionária, de que agora se trata de movimentos pacíficos e que os distúrbios são atos de uma minoria de vândalos. É o velho cacarejo da minoria subversiva infiltrada!
Senhores, nos movimentos de massas há um pouco de tudo, há também pacifistas, naturalmente, e inclusive gente que pensa que o é até sair às ruas e ser agredida covardemente pelas hordas armadas até os dentes por vocês enviadas. Não se preocupem, este é um problema dos manifestantes, o de vocês é de como safar-se e seguir enganando. As massas saberão resolver democraticamente sobre os métodos de luta a empregar. E nisto a experiência histórica é pródiga em demonstrar que, na ação espontânea, é no seu próprio curso que as massas elegem seus métodos e formas de luta, segundo o que lhes propõem suas lideranças mais comprometidas e firmes e em correspondência ao que a reação contra elas arremete. E essa nova fase da luta popular está apenas em seus inícios.
E como não poderia deixar de ser o monopólio de imprensa, depois de ver agigantar o mar de massas nas ruas, tenta tanger o movimento e a rede Globo já quer dirigir os protestos, editando suas imagens para provar que agora as manifestações são pacíficas e que só uma minoria é que pratica vandalismo. Ora veja! Esses editorialistas dos meios mais reacionários, mal iniciaram as manifestações outro dia, apressaram-se em cobrar a prisão de manifestantes, de enquadrá-los por “formação de quadrilha”, como não bastasse ser a ação dessa polícia bestial e genocida. Querem mais, que se passe a tratar as lutas populares como terrorismo, numa antecipação do que já vem sendo gestado há anos como meio de prevenir os levantes populares.
Não por acaso, estima-se que até o fim de junho seja aprovada na Câmara federal o projeto de lei antiterrorismo acalentado pela gerência PT/FMI e ditado pelo imperialismo ianque com a desculpa da proteção aos megaeventos esportivos sediados no Brasil.
A outra frente de atuação das siglas oportunistas (além de reprimir desde os aparatos de onde manejam) é dividir para dominar, algo já bastante conhecido. Assim, a juventude do PT e PCdoB, a UNE e outros grupos governistas vem tentando sistematicamente usurpar a direção das manifestações e fracassando, já que vem sendo rechaçadas suas bandeiras pelas massas indignadas, que atacam também repórteres da Globo e automóveis da emissora. Estes e outros partidos eleitoreiros que se travestem de “esquerda” podem enganar, quando não uns poucos e já são repudiados nas manifestações.
Outras siglas eleitoreiras como PSOL e PSTU também se esmeram para usurpar a direção das manifestações e imprimir nelas seu reformismo tacanho, fracassam também, pois quando a polícia parte para cima das massas, enrolam suas bandeiras e fogem covardemente, para depois, desavergonhadamente, condenar a justa violência da juventude combativa, fazendo parte do asqueroso coro da reação. E o rechaço dos manifestantes aos partidos é expressão da ira da juventude a toda essa podridão dessas eleições farsantes e corruptas.
A grande verdade é que desde o fim de 2011 o mundo vem sendo varrido pelos ventos da rebelião. A juventude do norte da África e Oriente Médio deu demonstrações de infinita bravura, conquistando direitos e derrubando governos em sangrentos combates que resultaram em morte e destruição. Na Grécia o povo ocupa quase permanentemente as ruas e também paga sua cota de sangue para não afundar na miséria extrema imposta pelo capital financeiro internacional.
Dessas manifestações é da Turquia é que irradiam as mais vigorosas demonstrações de combatividade, espírito e moral de classe dos explorados e oprimidos. Lá também uma aparentemente localizada luta deu origem a um movimento multitudinário por todo o país, que vem enchendo os olhos do mundo e obrigando o imperialismo ianque a adiar seus planos de um Novo Oriente Médio. Diferentemente dos outros países, onde houve revezes e perda da direção para as forças reacionárias, na Turquia pode-se esperar algo mais consequente e duradouro, visto que lá se desenvolve há quatro décadas heroica guerra popular dirigida por um partido comunista provado no fogo das batalhas pela expulsão do imperialismo, pela destruição do fascista Estado turco e pela construção de uma nova democracia.
Nada de grande jamais foi conquistado pelo povo dando flores a repressores e genocidas. Todas as revoluções vitoriosas se ergueram sobre a destruição de tudo que era velho e reacionário. Mais que nunca, é válida a consigna de que “a rebelião se justifica”.
Desde nossa trincheira saudamos calorosamente nossa bela juventude em luta nas cidades brasileiras, na Turquia, na Palestina, no Chile, em todo mundo enfim.