FIP
DOIS ANOS DE LUTAS
Fora Cabral e a farsa eleitoral!
Não vai ter copa!
Não vote, lute pela Revolução!
Liberdade para todos os presos políticos!
Proletários de todos os países, uni-vos!
Para um balanço da FIP
FIP, dois anos de lutas
Companheiros e companheiras,
Temos
acumulado nos últimos dois anos uma riquíssima experiência, sob alguns
aspectos original, sobre a construção de uma Frente popular e combativa
no Rio de Janeiro, palco das principais manifestações de massas das
últimas décadas no Brasil. Vivemos diferentes cenários, que vão da
construção de atos políticos massivos, como durante a greve da educação
em 2013, passam pelas idas e vindas, sob muitas dificuldades, do “Não
vai ter Copa!”, que sustentamos sozinhos quando toda a esquerda
eleitoral e a maioria dos setores ditos “independentes” foram para casa,
até a perseguição política implacável e prisão de vários de nossos
companheiros e companheiras, num processo que qualifica a FIP,
particularmente sua Comissão de Organização, como “quadrilha armada”.
Lutamos bem
no meio da onda popular, quando esta ia no auge, e também lutamos quando
esta retraiu e a reação passou à contraofensiva. O fato de termos
persistido, apesar das imensas dificuldades, é por si mesmo a grande
vitória desses últimos dois anos, e elemento indispensável para a
apreciação do nosso Balanço. A Frente Independente Popular é,
genuinamente, filha das jornadas de junho, e sustentou-se quando todas
as outras “frentes” e “assembleias” surgidas naquele momento já fecharam
as portas, apesar de nenhuma ter sido tão duramente atacada pelo
oportunismo e pelo Estado como ela.
Chegamos a
uma encruzilhada. O fracasso do oportunismo petista, após doze anos de
sua chegada ao topo do velho Estado, representa ao mesmo tempo imensa
vitória do campo autenticamente popular e revolucionário, sobretudo
daquelas forças que não se renderam quando o triunfalismo dessa
“esquerda”reacionária parecia imbatível. No atual contexto de crise
profunda, em que está mergulhado o País, todas as correntes políticas
buscam influenciar a seu modo o rumo dos acontecimentos, e já ninguém
pode duvidar que gestam novas ondas de mobilizações e luta populares. A
situação política, tanto internacional quanto nacional, é desafiadora,
cobrando posturas firmes e posicionamentos claros, e as perspectivas são
brilhantes para as lutas de libertação dos povos e classes oprimidos.
No caso
específico da FIP, a altura em que o processo dos 23 já tem sentença de
primeira instância definida, precisamos acertar os rumos para que esta
não perca nem sua identidade nem sua legitimidade, construídas nos
últimos anos. Ocorre que, mesmo sendo a FIP fundamentalmente uma frente
de ação, com unidade centrada no terreno da tática, é necessário que
avancemos mais na unidade política e, em certo sentido, ideológica no
seu interior. O tarefismo estreito, a despolitização, o economicismo, o
“movimentismo” não servem à luta popular revolucionaria, ao contrário,
apenas reproduzem a velha lógica oportunista, já combatida por Lênin em
seu célebre “Que Fazer?”, segundo a qual “o movimento é tudo, o objetivo final não é nada”.Para
que possamos avançar, portanto, é preciso que busquemos extrair da
nossa rica experiência todas as lições possíveis, mesmo porque essa
experiência nos tem custado esforços e mesmo sacrifícios enormes. E
devemos fazê-lo não pelo debate como um fim em si, ao contrário, como
lutadores que somos devemos movimentar as ideias para mover a ação.
I-Jornadas de Junho e formação da FIP
A FIP surgiu
nas primeiras linhas das históricas manifestações de junho de 2013.
Antes de surgir formalmente, apareceu e atuou na prática, na luta
implacável contra a polícia nas ruas e o oportunismo eleitoreiro no
extinto “Fórum de Lutas”.
São marcos
nesse processo de construção o ato na final da Copa das Confederações
(30/06/2013) e a plenária com milhares de pessoas no Largo de São
Francisco, que o antecedeu. A luta por realizar a manifestação no
horário do jogo, em direção ao Maracanã, aguardada aliás em todo o
Brasil e mesmo no mundo, desmascarou para grande parte dos independentes
mais ativos o caráter traidor e sabotador representado pela frente
eleitoreira que englobava PT, PCdoB, PSOL, PSTU e seus satélites, que
buscavam desqualificar as manifestações como coisa de “classe média”, de
“direita”, só vendo fascistas onde o que existia de fato era o maior
levantamento de massas da história do nosso País. Buscavam desqualificar
também, esses setores, a juventude combatente, reproduzindo de forma
tacanha o discurso do “vandalismo” ditado pelos monopólios de imprensa
(postura assumida principalmente por aquela organização pseudorradical,
sindicalista-eleitoreira, doravante conhecida entre os ativistas mais
engajados como P2TU…).
Não só
aprovamos, os setores independentes e combativos, a manifestação na hora
do jogo, vencendo aquela plenária histórica, como a realizamos apesar
da sabotagem aberta dos oportunistas, que convocaram um ato separado
para a manhã, comprovando que só defendem a “unidade” quando esta serve a
amarrar os outros à sua linha de conciliação de classes. A realização
da nossa manifestação,
muito mais massiva e vigorosa que a dos oportunistas, demonstrou de
forma inequívoca o novo momento da luta de classes em que estamos,
caracterizado pela desilusão crescente das massas (naquele momento
principalmente a juventude, agora cada vez mais a população em geral)
com o oportunismo, a sua procura por direções sérias, dispostas a
defender radicalmente seus interesses. Aquelas organizações eleitoreiras
não apenas adotaram um posicionamento contrário ao curso que os
acontecimentos tomaram, e nesse sentido literalmente reacionário,
capitulando completamente ao governismo, como o Fórum por elas
aparelhado tornou-se um entrave para a luta, um obstáculo para o livre
desenvolvimento da iniciativa das novas forças que surgiam, o que ficava
claro no caráter antidemocrático e até “esquizofrênico” das suas
plenárias, incapazes de decidir qualquer coisa prática.
É dessa
diferenciação, nas ruas e na luta política, e também quanto à
metodologia de organização, entre os oportunistas eleitoreiros de um
ladoe os setores independentes e combativos de outro, que surge a Frente
Independente Popular, cuja primeira plenária ocorreu a 02/08/2013. No
nosso Manifesto inaugural, então amplamente divulgado, dizíamos: “O
objetivo da Frente Independente Popular que estamos construindo é
unificar os movimentos, coletivos, organizações e indivíduos que têm
estado desde o primeiro momento na luta, defendendo o caminho da
independência e combatividade”.
Independência,
combatividade e classismo, esses foram os pilares, desde o começo
mesmo, da formação da FIP, o ponto de unidade entre as distintas
organizações e indivíduos que dela participaram. Daí a solidez da sua
unidade: esta nunca
esteve assentada num acordo verbal entre representantes de algumas
organizações (esse é o método do conchavo típico dos oportunistas, onde o
povo só serve para bater palmas), e sim em princípios aceitos e
discutidos por todos, confirmados por uma prática de discussões e
decisões democráticas em suas plenárias e comissões. Aqueles três
princípios e mais a democracia proletária praticada em seu interior
foram desde o começo a alma da FIP, o que ela teve (e tem) de mais
essencial.
II –“Fora Cabral e a farsa eleitoral”, primeiras prisões políticas e 7 de setembro
Os meses de
julho e agosto de 2013 foram marcados por inúmeros atos, praticamente
diários, pequenos e muito violentos. A unificação dessas iniciativas,
aliás, a luta contra a dispersão, foi a primeira tarefa prática que a
FIP se propôs. Sérgio Cabral estava em farrapos quanto aos índices de
popularidade, quadro agravado com o surgimento do caso Amarildo. Setores
do oportunismo ensaiavam o “Fora Cabral”, numa tentativa de
apropriar-se das mobilizações da juventude combatente, e foi
demonstração de grande habilidade política erguermos o “Fora Cabral e a
farsa eleitoral!”. No dia 27 de agosto a FIP realizou sua primeira
manifestação própria, que contou com cerca de 300 pessoas e enfrentou a
repressão ao redor do Palácio Guanabara. Aproximávamo-nos do 7 de
setembro.
Nesse interim
o governo ensaiava sua reação, através da criação da Comissão Especial
para Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas
(CEIV), ovo da serpente do qual nasceria mais tarde o famoso “inquérito
mãe”, que depois soubemos, sofrendo na pele, ser o inquérito dos 23. Na
semana do ato de7 de setembro administradores das páginas Anonymous e
Black Bloc foram presos nas suas casas, acusados de “quadrilha armada”,
fato à época chocante e que depois viria a ser instituído como operação
padrão contra os ativistas. Essas prisões, como sempre acontece, geraram
um clima de atemorização e defensiva em nosso meio, mas realmente quem
estava na defensiva era o governo Cabral e não nós (essa situação
modificar-se-ia somente após o caso Santiago Andrade). Por apertada
margem de votos aprovamos, na FIP, manter a manifestação indo em direção
ao desfile militar, posição sustentada pela Frente Revolucionária de
Defesa dos Direitos do Povo (FRDDP) desde o princípio, por muitos
criticada como divisionista e mesmo “suicida”. Essas posições vieram da
parte da OATL, que defendeu participar do “Grito dos Excluídos”,
compondo com os setores oportunistas com os quais vínhamos em dura luta,
e quase impediram a realização da manifestação que veio a ser,
efetivamente, uma jornada histórica, um dos nossos maiores orgulhos. O
ato foi, na verdade, um dos mais organizados que realizamos e conseguiu
interrompeu o desfile militar, causando ampla repercussão nacional e
internacional. Derrotamos assim a primeira manobra mais séria da reação
para nos golpear e dividir, e o medo e tendência à capitulação que
invariavelmente surgem, nesse contexto, entre nós.
III –Outubro de 2013 até o I Encontro
Em outubro
ocorreram novas manifestações multitudinárias em decorrência da
repressão brutal desencadeada pela Polícia Militar contra a greve da
educação, particularmente durante a desocupação da Câmara Municipal.
Durante vários dias consecutivos o Centro do Rio ficou conflagrado, a
ponto da votação do Plano de Cargos e Salários dos professores
municipais ter-se dado com a Câmara cercada por grades e tropas, num
cenário marcado por amplo apoio popular aos protestos. Tudo isso
culminou em duas grandes manifestações: 07/10, quando mais de cem mil
pessoas marcharam pelas ruas, concluindo a manifestação com os ataques
(que na verdade nada mais foram que uma resposta à repressão dos dias
anteriores) aos prédios da Câmara, Clube Militar e Consulado ianque, sem
praticamente ocorrerem prisões de ativistas, num quadro em que a
polícia postou-se na defensiva; e 15/10, também um ato imenso, mas que,
precedido de grande histeria dos monopólios de imprensa em torno das
“ações violentas”, e também de acordo entre a direção do SEPE e o
governo/polícia para separar os professores da juventude combatente,
desembocou nas prisões em massa e na desmobilização da greve que ocorreu
logo depois. Esse foi um momento crucial desse ciclo da luta popular
aberto em junho, e de certo modo seu ponto culminante, porque pela
primeira vez convergiu o movimento espontâneo (greve) com uma
organização e consignas classistas e combativas (FIP). Se em junho
milhares de massas lutaram como puderam, e claro, os revolucionários
lutaram em seu meio, em outubro havia uma correspondência política e
organizativa àquele levantamento, daí que a situação tenha-se tornado
particularmente perigosa para a reação, que respondeu desesperadamente
com as prisões de 15 de outubro.
A propósito,
olhando mais de perto esse episódio, veremos que ele se deu num contexto
de ofensiva da mobilização popular, e defensiva do governo e da opinião
pública reacionária. Foi também, de certo modo, atitude desesperada de
Sérgio Cabral e sua quadrilha, visando influir numa situação sobre a
qual perdiam rapidamente o controle. Por isso nós da Frente
Revolucionária defendemos, então, a posição de responder àquelas prisões
e ao clima de terror criado com ações políticas imediatas, levantando
vigorosamente a bandeira da libertação dos/as presos/as políticos/as,
como o ato que realizamos na Cinelândia no dia seguinte às prisões e a
proposta de realização de vigília em frente ao presídio. Nesse momento a
FIP já era consolidadamente o principal espaço aglutinador do movimento
popular, e setores que antes a atacavam por fora viram-se obrigados a
travar luta política no interior das próprias plenárias. Setores
abertamente anti-FIP, então catalisados pela advogada que, ironicamente,
veio a ser posteriormente “companheira de processo”, buscaram paralisar
desde dentro a nossa ação e estimular intrigas e divisões, o que
conseguiram parcialmente, aproveitando-se da incompreensão de vários
companheiros/as acerca da situação enfrentada (principalmente de tomar
as prisões como uma inflexão capaz de lançar o movimento de massas no
refluxo, objetivo buscado, mas não atingido de fato, pelo governo).
Nesse momento um setor dos anarquistas rompeu a unidade combativa
mantida conosco –já haviam vacilado às vésperas do 7 de setembro –e
aliou-se com o oportunismo, demonstrando novamente sua inconsequência:
na forma, discursos radicais contra o Estado em geral, no conteúdo
reformismo e legalismo, buscando saídas institucionais e “bem
comportadas” toda vez que a reação mostra os dentes (no curso do
processo, tema que abordaremos adiante, isso ficaria ainda mais claro).
Dizemos um setor porque, dada a heterogeneidade desse campo, e seus
constantes “rachas”, não é possível fazer aqui uma completa
generalização.
Muitos aprendizados ficam dessa experiência, dos quais destacamos dois:
1) a
importância de vincular nossa agitação e propaganda gerais (na época, a
consigna “Fora Cabral e a farsa eleitoral!”) com a luta concreta das
massas, através de uma linha de intervenção combativa (no caso, na greve
da educação). Se tivéssemos logrado então uma coesão interna maior,
buscando aglutinar os professores independentes ao redor da FIP,
certamente teríamos alçado vôos maiores naquele movimento histórico;
2) o inimigo
de classe, quando desata a repressão, não objetiva somente nem
principalmente a detenção de ativistas (nesse momento tratamos de
prisões em larga escala, algo qualitativamente distinto da prisão
seletiva de lideranças reais ou supostas que passou-se a fazer depois)
mas mudar a correlação de forças no interior do movimento popular,
isolando as posições combativas e estimulando o capitulacionismo e o
defensivismo.
Todo esse
período, que vai até o nosso I Encontro, caracteriza-se por intensa luta
política entre nós, que não deixou jamais de refletir, realmente, as
diversas concepções ideológicas existentes. Por isso mesmo, luta
riquíssima, que nunca ultrapassou os limites do respeito e
solidariedade. O fato de que esse debate foi sempre travado de forma
franca e democrática, não só nas reuniões de comissões mas
principalmente nas plenárias, aplicando o justo critério do centralismo
democrático em oposição à política oportunista e conciliatória de
“consenso”, permitiu que superássemos as polêmicas sempre fortalecidos,
pois que absolutamente todas as discussões, feitas na presença de
todos/as, eram atentamente avaliadas pelo critério implacável da
prática. Os que buscam disputar posição às escuras, estimulando
disse-me-disse e divisões nos bastidores, lançando mão de relações
pessoais em detrimento da causa comum, demonstram com isso apenas sua
fraqueza e a fraqueza das posições que sustentam. Nós, da Frente
Revolucionária, jamais deixamos de submeter nossas posições à luz do
dia, e esse documento vem para não deixar dúvidas quanto a isso.
O I Encontro
da FIP, que realizamos em meio de duras brigas e imensas dificuldades,
foi um grande êxito e expressou, realmente, do ponto de vista
organizativo, o que de mais avançado produziram as jornadas de junho.
Não foi, infelizmente, propagandeado e repercutido na medida
correspondente, em grande parte devido à intervenção da Polícia.
Avaliamos como um erro grave a forma precipitada como certas decisões
foram tomadas naquela oportunidade, e as consequências estão aí para que
todos possam refletir.
Apesar disso,
cabe destacar que o principal objetivo do Encontro, que era coesionar a
própria FIP em torno da desafiadora tarefa de colocar-se à frente do
“Não vai ter Copa!”, e também da grande campanha de boicote às eleições
prometida para 2014, foi atingido.
IV –Fevereiro a Junho de 2014: lutando na defensiva
Podemos dizer
que, no Rio de Janeiro, as jornadas de junho de 2013 prolongaram-se até
fevereiro de 2014, quando, durante a retomada das mobilizações contra o
aumento das passagens, morreu o cinegrafista da BAND Santiago Andrade.
Por que se prolongaram? Isso deveu-se a fatores objetivos e subjetivos.
Objetivamente, o Rio, como palco principal dos megaeventos e local de
grande concentração de capitais, tendo como contrapartida o aumento do
custo de vida, as remoçõese militarização assustadora das favelas e
bairros pobres sobretudo, mas realmente de toda a sociedade, tornou-se
verdadeiro barril de pólvora, situação agravada pelo fato de encontrar
como gerente de turno um sujeito completamente tacanho e incapaz como
Sérgio Cabral; subjetivamente, além da sua história como principal
centro político-cultural do País, “cidade rebelde”, o fato de que no Rio
lograram as forças independentes e combativas que lutaram em junho e em
outubro criar um espaço de coesão e organização, possibilitando a essas
forças tirar um maior proveito da situação objetiva favorável,
levando-a até quase o limite. A FIP foi fruto de uma situação
particularmente favorável para a luta popular, mas uma vez existindo e
atuando abertamente (e conscientemente) contra a reação e o oportunismo
foi também causa do prosseguimento e politização crescente das
mobilizações das quais resultou.
A morte de
Santiago Andrade, e sobretudo as circunstâncias imediatamente
posteriores, com atuação nefasta daquele miserável Jonas Tadeu e
campanha de verdadeiro acerto de contas da reação com a juventude
combatente e as jornadas de junho, através da Globo (seu principal
monopólio, portanto), essas circunstâncias efetivamente mudaram a
correlação de forças em disputa, colocando o campo revolucionário na
defensiva. A FIP, sobre a qual se impunha até então um manto de
silêncio, bem como sobre as organizações que a compunham, foi colocada
no centro do ataque da reação, acusada de organizar e mesmo financiar
(creiam!) os “atos violentos”. Nessa situação bastante difícil soubemos
manter uma atitude corajosa, e quando toda a falsa esquerda fazia coro
com a reação, tentando interpretar os acontecimentos como se os seus
reiterados choramingos contra a violência revolucionária se tivessem
demonstrado por fim corretos, dizemos na Nota Pública sobre os
acontecimentos:
“É
vergonhoso que a morte do trabalhador Santiago Andrade, que exercia sua
profissão sem as mínimas condições de segurança no trabalho, seja
utilizada para tentar manipular a opinião das pessoas com o objetivo de
jogar povo contra povo. O acidente ocorreu durante um conflito iniciado
pela polícia. Santiago e sua família são vítimas de brutal repressão aos
protestos desencadeada por Sérgio Cabral e José Mariano Beltrame.
Muitas outras pessoas, inclusive jornalistas, já foram feridas e mesmo
mortas em manifestações e o monopólio de imprensa sequer noticiou (…).
Defendemos o direito de resistência e rebelião das classes oprimidas e
exploradas. Entendemos que cabe ao povo escolher os seus métodos de
luta, de acordo com a situação concreta. Apesar de toda a manipulação,
as manifestações não cessaram. Conclamamos o povo a permanecer nas ruas.
A emancipação dos trabalhadores só poderá ser obra dos próprios
trabalhadores”.
Trata-se de
posicionamento de grande inteireza, e só os que viveram aqueles dias
difíceis, em que enfrentamos verdadeira cruzada de nossos inimigos,
podem compreender seu significado. É um verdadeiro motivo de orgulho!
Compare-se, por exemplo, com as Notas divulgadas pelos partidos
eleitoreiros, e de seu ícone Marcelo Freixo, à época, e ver-se-á a
contundência de nosso posicionamento, o único a chocar-se contra a maré
reacionária1.
Situação tornada ainda mais difícil por não sabermos exatamente quem
era quem nos episódios. Trata-se de lição importante: mesmo quando,
realmente, fomos colocados na defensiva, respondemos politicamente na
ofensiva e tomamos a iniciativa de convocarmos um ato unitário
antifascista, do qual participaram setores do oportunismo, que tentaram
sabotar a nossa atuação, sendo completamente derrotados em seus
objetivos. Aqui vale a máxima dos comunistas, para os quais a única
política acertada, em quaisquer circunstâncias, é uma política de
princípios.
Os meses
seguintes foram de luta contra a dispersão e o desânimo, e de profunda
depuração entre nós. Participamos ainda da histórica greve dos garis,
contribuindo para a vitória da luta e angariando grande respeito dos
trabalhadores, mas o quadro geral era ainda de bastantes dificuldades.
Sobretudo porque nos vimos sozinhos na sustentação da campanha “Não vai
ter Copa!”, abertamente sabotada pelo oportunismo. Esse foi, no entanto,
como todo período de provações, também momento de grandes aprendizados e
amadurecimento para os ativistas mais engajados, e por isso mais
sensíveis a extrair lições dos acontecimentos. Aqui é necessário abrir
um parênteses, pontuando, ainda que brevemente, algumas questões mais de
fundo.
V –Pontuando algumas questões ideológicas
Foi bastante
difundida, entre a militância das jornadas de junho, uma concepção
espontaneísta da luta de classes, segundo a qual essa seria um aumento
quantitativo permanente das forças populares, quase em linha reta, capaz
de produzir uma situação (insurreição?) na qual poderíamos até em
relativamente pouco tempo derrubar os nossos inimigos. Trata-se,
naturalmente, de uma visão idealista da confrontação das classes na
sociedade, visão que enxerga apenas a justeza da nossa posição e
despreza a força e o preparo daqueles que tudo farão para conservar sua
posição dominante, que são hoje muito mais poderosos do que nós. No
fundo, essas concepções, que por vezes adotam as formas mais radicais e
os discursos mais altissonantes, que crêem na possibilidade duma vitória
rápida ou mesmo indolor da causa popular, são direitistas, pois
acreditam na democracia burguesa e esquecem que vivemos, de fato, sob
uma secular ditadura burguesa-latifundiária, serviçal do imperialismo,
cujo Estado formou-se no afogamento em sangue de todas as revoltas que
se levantaram em nossa Pátria. Tão importante e heroico quanto saber
lutar nos “grandes dias”, e mesmo mais importante e mais heroico, é
saber lutar em meio às dificuldades, reconhecendo a hora de expor e a
hora de proteger as nossas forças.
O
oportunismo, sobretudo na sua vertente trotskysta, pequeno-burguesa e
reacionária, “educou” seus militantes numa concepção inconsequente da
luta de classes, como se se pudesse falar e fazer qualquer coisa
impunemente, porque claro, eles nada fazem que ameace essa velha ordem
caducada. A compreensão de que a luta é dura e será necessariamente
prolongada, porque são poderosos nossos inimigos; o entendimento de que é
preciso mantermos o otimismo e combatermos o pânico e o decadentismo
que aparecem inevitavelmente quando das adversidades; a lição de que a
luta exige uma cota de sacrifício para prosseguir e triunfar; a lição de
que devemos atuar com seriedade e obedecer determinados critérios de
organização e segurança, combatendo a prática degenerada da “revolução
de bar”: eis os grandes ensinamentos desse período, as grandes lições
que na verdade somente se aprofundaram quando vieram o processo e as
prisões. Prosseguir ou capitular?,já era realmente, como ainda é hoje, a
grande contradição colocada entre nós na FIP.
Também
discordarmos radicalmente dos que consideram possível construir “poder
popular” através da realização de assembleias e ocupações sob a velha
ordem. Enquanto o velho Estado reacionário, sua maquinaria
burocrático-militar, não for destruído,
enquanto as classes que o dominam mantiverem o monopólio da violência e
o controle sobre os tribunais, as prisões, a imprensa, as forças
armadas etc., não se pode falar seriamente em Poder Popular. Isso nos
levaria a admitir a possibilidade de “ilhas de socialismo” dentro da
velha sociedade semicolonial e semifeudal, a possibilidade de
“coexistência pacífica” e “harmonia” entre classes e interesses
antagônicos, o que é um enorme engano, que serve a desarmar as massas no
combate contra seus inimigos. Essa concepção nada tem de original,
aliás, trata-se do mais velho reformismo latino-americano, expresso, por
exemplo, no governo de Salvador Allende (a consigna “Criar, criar, poder popular”, vem
daí). O resultado vimos qual foi: o massacre das massas desarmadas.
Outro exemplo disso temos na “guerrilha turística” do EZLN, uma espécie
de MST mexicano, tão endeusado por alguns, que mantém algumas bases
devido a um acordo com o Estado reacionário, com o qual convive
pacificamente, sem qualquer perspectiva real ou sequer intenção de
derruba-lo. Enquanto isso o povo mexicano segue esmagado e oprimido
pelas forças policiais e grupos de traficantes, com intervenção
crescente do imperialismo ianque. Nós da FRDDP defendemos o Poder
Popular como uma aliança de classes revolucionárias tendo como núcleo a
aliança operário-camponesa, Poder que só pode surgir e desenvolver-se
num contexto de maior desenvolvimento da luta de classes, através da
aplicação crescente da violência revolucionária pelas massas, dirigidas
por autêntico Partido Comunista, e de modo algum através de votações
e/ou reuniões sob a velha ordem. Nosso objetivo não é coexistir com o
velho Estado, mas derruba-lo, o que só será possível através de um
processo prolongado e permeado de voltas e reviravoltas.
VI –Movimento “Não vai ter Copa!” e início do processo dos 23
Tivemos de
lutar resolutamente contra o pessimismo e o pânico, no período
imediatamente anterior à Copa, ademais da luta política contra o
oportunismo, unido para viabilizar o megaevento –a desmobilização
vergonhosa da greve dos rodoviários, aqui no Rio, a um mês do Mundial,
foi prova flagrante dessa verdadeira “operação capitulação”. O
pessimismo dava-se, em grande medida, porque muitos ativistas,
impressionados com as gigantescas manifestações de 2013, entendiam que
“haver Copa” era uma derrota do movimento popular, como seria uma
derrota que não se produzissem marchas nas mesmas proporções das
verificadas um ano antes. Ora, a situação era diversa, e o papel dos
protestos durante a Copa, ainda que relativamente pequenos, não estava
direcionado à interrupção dos jogos, especificamente –o aparato
repressivo mobilizado para garantir os mesmos era inteiramente
desproporcional às nossas forças –e sim deixar claro que a farra da FIFA
não era a unanimidade que a contrapropaganda bilionária do governo
queria fazer parecer. O papel dos protestos naquele contexto era
defender as bandeiras dos protestos de 2013, mantendo-as erguidas, e
particularmente defender o direito de manifestação, posto em cheque
durante a Copa.
Um ano e meio
após aqueles acontecimentos podemos dizer que a campanha “Não vai ter
Copa!” foi extremamente exitosa quanto aos seus objetivos principais.
Realizamos dois atos massivos, na abertura e no encerramento do Mundial;
nos aproximamos do Maracanã no dia 15 de junho, desmoralizando o
mega-esquema de segurança então montado; obrigamos o governo brasileiro a
um intenso desgaste político que foram as prisões de 12 de julho e o
cerco da Praça SaensPeña no dia seguinte, com ampla repercussão
internacional. Durante a campanha eleitoral de outubro a Copa foi,
quando muito, tratada como um tema ingrato por todas as legendas do
partido único da reação, que se desgastaram todas, e principalmente
Dilma/ PT (certamente não era essa a intenção quando Luis Inácio pagou, e
caro, para trazer o evento para o Brasil…). Ao cabo e ao fim, o governo
teve de fazer a Copa com tropas nas ruas, num ambiente de forte
militarização e tensão interna, melando assim completamente a farra
ufanista de “pátria de chuteiras” montada oficialmente.
As prisões
dispararam imediatamente um amplo movimento de defesa dos ativistas, que
extrapolou em muito os nossos círculos. Manifestações com milhares de
pessoas ocorreram no Centro da cidade, e artistas e entidades de renome
posicionaram-se contra as perseguições. Um grupo do oportunismo criou o
“comitê contra o Estado de exceção”, tentando esvaziar a FIP como
principal espaço de organização da solidariedade aos presos e denúncia
das arbitrariedades estatais. Foi importante, entretanto, a decisão de
intervir nesse comitê, que acabou minado pelas suas próprias
contradições. Já nesse momento apareciam no nosso campo arestas que,
mais tarde, quando das novas ordens de prisão e audiências, ficariam
explícitas como divergências na linha de defesa dos manifestantes: para
uns tratava-se de individualiza-los, apresenta-los como típicos
representantes da “classe média”, bons moços e moças, vítimiza-los; para
outros, e aqui nos incluímos, tratava-se (e trata-se) de politizar a
questão, apresentando-a como um ataque ao movimento popular em geral e
ao movimento combativo em particular, ataque concentrado principalmente
sobre os direitos fundamentais de manifestação e organização. Isso, à
época, não ficou inteiramente resolvido, e no momento em que
preparávamos o início de um processo coletivo de avaliação, após a
vitoriosa campanha de boicote às eleições, sobrevieram novas prisões.
VII –Novas prisões e campanha pela liberdade dos presos políticos
A 03 de
dezembro de 2014 o companheiro Igor Mendes foi preso e as companheiras
Elisa e Moa passaram à clandestinidade. Ao contrário do que muitos
previram, de que as prisões preventivas decretadas pelo fascista
Itabaiana não se sustentariam por muito tempo, foram necessários quase
sete meses para que viessem a ser revogadas. Isso, de imediato, exige
que elevemos nossa consciência acerca de dois pontos: em primeiro lugar,
o Estado possui caráter de classe, a democracia burguesa nada mais é
senão uma fraude que visa enganar os trabalhadores, e de modo algum
podemos alimentar ilusões de que é possível, sob esse sistema, atuar num
sentido revolucionário sem que isso tenha implicações, sem que isso
cobre um preço; em segundo lugar, as prisões, e o ódio destilado pela
reação, particularmente, nesse caso, pelo Judiciário que sentiu-se
“afrontado” e o monopólio de imprensa, nos chama a levar em alta conta o
que temos realizado –se o inimigo o faz, porque nós mesmos não devemos
fazê-lo? Atuando de forma convergente com a reação está o oportunismo,
desesperado com o crescimento do movimento revolucionário, que tem tido
sua expressão mais raivosa no PSTU, assumindo abertamente papel de tropa
de choque no ataque às nossas posições (a invenção de que MEPR e FIP
teriam invadido sua sede, a agressão covarde e provocação contra nossos
companheiros/as, além de sucessivas campanhas de desqualificação da
juventude combatente revelam seu desespero, num cenário em que estão
crescentemente desmascarados diante de um setor da sua própria
militância inclusive).
Há
companheiros e companheiras que subestimam essas questões, e ainda hoje,
preferem enfatizar um caráter caricato desse processo, como se ele
fosse uma qualquer aberração que ninguém consegue levar a sério. Na
verdade, a reação investiu enormes recursos materiais e humanos para
conduzi-lo e por trás dele atua, sem dúvida, a sempre vigilante polícia
política. Comparemos as prisões massivas e indiscriminadas de 2013 com a
opção cada vez mais clara por fazer detenções em menor número,
seletivas, bem como o trabalho sistemático de mapeamento feito no
interior das organizações populares, para vermos que modificou-se o modus operandi do
inimigo. Escarnecer disso, alimentar o espírito de que não passa de um
mal entendido que não terá consequências, é na verdade consciente ou
inconscientemente uma postura capituladora, uma fuga dos problemas,
quando o que se coloca perante lutadores honestos é uma avaliação
criteriosa dos erros e acertos, a fim de que possamos seguir adiante.
Nunca poderemos, enquanto o poder político permanecer nas mãos das
atuais classes dominantes, nos subtrair inteiramente aos seus golpes,
mas podemos e devemos nos esforçar para minimizá-los até o limite.
Entramos com
isso, em cheio, no debate sobre a linha de defesa. A Frente
Revolucionária de Defesa dos Direitos do Povo avalia como correta, em
forma e conteúdo, a linha adotada pelo escritório que defende
nossos/asmilitantes. Em forma porque não podemos adotar, frente a um
Estado crescentemente fascista, representado na figura truculenta de um
Itabaiana, postura de conciliações e conluios. Era e é preciso
enfrenta-los vigorosamente, para vencê-los inclusive no terreno moral e
psicológico, porque também aí eles atuam, traçando uma linha divisória
clara e intransponível. “Há que endurecer”, essa é uma lição bastante
oportuna para este período. Quanto ao conteúdo, entendamos que a FIP é a
própria quadrilha armada do processo; que este tem por alvo as posições
mais combativas que atuaram no curso das jornadas de junho, visando com
os golpes contra elas desferidos desvincular o movimento de massas
dessas posições; e que por fim é o próprio direito de lutar que está
sendo atacado (a espúria medida cautelar impedindo os ativistas de
participar de manifestações não poderia ser mais clara nesse sentido).
Diante disso,
que fazer? Negar participação em atividades políticas? Negar a
militância política, inclusive revolucionária, quando assim o era? Negar
ou escamotear o caráter político do processo, e também a condição de
prisioneiros políticos daqueles nossos que chegaram a ser encarcerados?
Buscar uma inocentação individual, em detrimento da defesa da própria
causa? Naturalmente, essa luta deveria ser travada entendendo as
particularidades jurídicas aí encerradas, mas como travar é diferente de fazê-lo ou não.
Quanto aos princípios, nós da FRDDP baseamo-nos no assinalado pelo camarada Lênin:
“1)
Defender sua causa e não sua pessoa; 2) Mostrar-se física e
politicamente corajoso; 3) Não prestar informações ao inimigo sobre o
que ele deve ignorar; 4) Atacar o regime acusador; 5) Dirigir-se, por
cima da cabeça do juiz, às massas; 6) Não confiar sua defesa aos
advogados”.
Desses seis pontos destacamos “defender sua causa e não sua pessoa”, e “atacar o regime acusador”. Não
confiar sua defesa aos advogados significa que deve ser a linha
ideológico-política, e não a técnica jurídica, o centro da atenção dos
militantes.
Baseamo-nos também no que disse o Presidente Mao: “Não temer o inimigo, nem dar-lhe informações”.
Esses os
critérios, proletários, que têm norteado nossa atuação, tanto quanto à
linha que têm seguido nossos companheiros/as processados e presos/as,
quanto no que se refere à Campanha de modo geral. Estamos abertos a
discutir toda e qualquer questão, desde que sobre uma base de
princípios.
VIII –Conclusão
A densidade
desse documento, o número de questões levantadas, expressam o acúmulo e a
rica trajetória percorrida pela Frente Independente Popular. Jogar fora
essa trajetória, ainda que sob as alegações mais “radicais”, atuar para
minar e dividir o campo independente e combativo surgido nas jornadas
de junho, é na verdade renunciar às bandeiras levantadas pelas mesmas.
Seguir adiante, assumindo nossa responsabilidade nesse novo ciclo da
luta de massas que se inaugurou no País, que tem no fracasso e
desmoralização do gerenciamento oportunista seu aspecto principal? Ou
atuar na prática como linha auxiliar desse oportunismo decadente, vendo
apenas a repressão e as dificuldades, enxergando “onda conservadora”
onde o que existe de fato é uma agudização da luta de classes, que só
pode ser desejada e de modo algum temida por um sincero revolucionário?
Lançarmo-nos
com ardor e de forma incansável na agitação política entre as camadas
mais profundas do nosso povo, organizar passo a passo o trabalho de base
paciente e “invisível”, ao mesmo tempo em que elevamos nossa
politização e capacidade para fazer frente aos novos “grandes dias”
quando estes cheguem? Ou afundarmo-nos num debate fratricida,
dividirmo-nos em inúmeras seitas descoladas das massas e da realidade,
voltarmos aos braços e à cola do oportunismo? Prosseguir ou capitular?
Mantém-se e
na verdade agravam-se as contradições que geraram as jornadas de junho e
a FIP, seu produto mais autêntico. Defender a FIP é defender as
jornadas de junho e a juventude combatente, renega-la é renega-los. Por
isso, porque suas bandeiras são justas, a FIP prosseguirá, prosseguirá e
triunfará.
Frente Revolucionária de Defesa dos Direitos do Povo (FRDDP), Rio de Janeiro, dezembro de 2015
1“Não dá para você me associar a um homicídio de forma leviana e irresponsável. Isso é muito sério. É a minha vida”. Entrevista
de Marcelo Freixo ao jornal “O Dia”, de 19/02/2014. Além de falar em
“homicídio” –“acusação” que, de tão absurda, acabou desclassificada pelo
próprio TJRJ, como sabemos –o candidato ainda comete outras
enormidades. Link: http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2014-02-19/nao-e-quebrando-bancos-que-se-destroi-o-capitalismo-afirma-marcelo-freixo.html
Praia do Sossego (Niterói-RJ) / Luta dos Caiçaras
Vídeo sobre a história da comunidade local:
Matéria do MIC sobre o local:
Matéria do Jornal AND
Chamada do debate realizado no local:
https://www.facebook.com/events/108207786194267/
”DEBATE NA PRAIA DO SOSSEGO: ”O DIREITO À RESISTÊNCIA E OS MOVIMENTOS CONSTITUINTES”
Evento vigília dia 2/8/15:https://www.facebook.com/events/977575772264357/?ref=107&action_history=null
Informe jurídico, por Aldeia Maracanã:
Fotos (do MIC):
Matéria do Jornal AND
Chamada do debate realizado no local:
https://www.facebook.com/events/108207786194267/
”DEBATE NA PRAIA DO SOSSEGO: ”O DIREITO À RESISTÊNCIA E OS MOVIMENTOS CONSTITUINTES”
Neste domingo à noite teremos exibição de curtas produzidos por mídias ativistas que estão na mobilização contra a remoção.
O debate terá como convidado o professor Adriano Pilatti e você. Iremos falar sobre o levante de 2013 e suas varias formas de organização e resistência popular.
QUANDO SUA CASA E SUA VIDA ESTÃO EM RISCO RESISTIR É PRECISO!”
O debate terá como convidado o professor Adriano Pilatti e você. Iremos falar sobre o levante de 2013 e suas varias formas de organização e resistência popular.
QUANDO SUA CASA E SUA VIDA ESTÃO EM RISCO RESISTIR É PRECISO!”
Evento vigília dia 2/8/15:https://www.facebook.com/events/977575772264357/?ref=107&action_history=null
Informe jurídico, por Aldeia Maracanã:
Fotos (do MIC):
Comunicados da ADEP
Informes sobre Ocupação Fidel Castro
Entrevista com advogado do Povo Sr. Marino, por Correio do Rio
Campanha pela Liberdade dos Presos Políticos
Plenária da FIP-RJ, hoje, 05/10/15
Lembramos a todos que hoje temos mais uma plenária da FIP-RJ.
Será na UERJ, 9o andar, às 18h30
Compareçam!
https://www.facebook.com/events/438082936375872/
Será na UERJ, 9o andar, às 18h30
Compareçam!
https://www.facebook.com/events/438082936375872/