BRASIL: Divulgação: LCP se pronuncia contra a farsa eleitoral e denuncia demagogia de candidatos (CEBRASPO)
Abaixo a farsa eleitoral e o incremento da guerra contra os
camponeses e o povo. Avançar a Revolução Agrária!
Mentiras e disputa para ver quem é mais servil ao imperialismo, à grande burguesia e ao latifúndio.
Só mesmo uma colossal crise econômica, política, militar e moral de decomposição do capitalismo burocrático, em meio à crise geral do imperialismo poderia fazer com que os “debates” hipócritas, covardes e nauseabundos desta edição da farsa eleitoral recebessem o adjetivo de “democracia”.
A máxima do reacionário alemão, do século XIX, Otto Bismark, chega a parecer genial o que é só simples constatação: “Nunca se mente tanto antes de eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada.”
Mas não é cômico, é trágico. Quando falam de si mesmos os candidatos, principalmente Luiz Inácio, o pelegão Lula, e Jair Bolsonaro, o celerado, mentem deslavadamente. Só se aproximam da verdade quando se atacam, mas tomam todos os cuidados para se atacarem pessoalmente e preservarem o sistema de dominação, exploração e opressão que afunda o país em miséria e sangue. Sistema do qual são os esbirros mais destacados e pelo que merecem o ódio e a repulsa da grande maioria dos brasileiros. Pois fora do pequeno círculo de interesseiros de cada qual, a maioria dos votos que receberão serão de quem rejeita o outro e não quer que o outro vença.
Logo no primeiro “debate” Luiz Inácio repetiu a mentira já contestada pelas massas camponesas e desmoralizada por artigo baseado em fatos, documentos e números pelo geógrafo, professor e pesquisador Ariovaldo Umbelino, de que teria sido o presidente da república que mais realizou “assentamentos” da reforma agrária. Por outro lado, no mesmo evento midiático Bolsonaro, o celerado, jactou-se de ter sido o presidente que mais entregou títulos da terra, principalmente às mulheres. O mesmo Bolsonaro que declarou guerra aos camponeses na Agrishow de Ribeirão Preto em seus primeiros meses de mandato dizendo aos latifundiários ladrões de terra da União que “Meu governo é de vocês”. E que nas “comemorações” do 1o de Maio de 2021, falando aos criadores de gado zebu da ABCZ, deixou bem claro a essa corja de parasitas sanguessugas da Nação suas intenções, quando chamou a LCP de “terrorista”. E vale registrar que nenhum dos outros participantes do debate, farsesco episódio, contestou os sacripantas. Afinal, o latifúndio é “sagrado”.
A primeira grande mentira implícita, dos dois, é tentar passar a ideia que o Estado brasileiro, através de seus sucessivos governos, está atendendo à demanda histórica dos camponeses pelo direito à terra para quem nela vive e trabalha. Por consequência, o campo brasileiro estaria em paz. A demanda histórica dos camponeses sem terra, com pouca terra ou mesmo dos camponeses médios, estaria sendo atendida pelos governos de turno que detém a terrível marca de estar entre os cinco países do mundo em que é maior a concentração de terras na mão de uma minoria ínfima, em detrimento da imensa maioria do campesinato.
Mentirosos, bandidos e canalhas!
Guerra no campo
Então que nos respondam: por que a primeira medida deste governo reacionário e de “esquadrões da morte” de Bolsonaro foi armar até os dentes os latifundiários e seus sicários e pistoleiros? Por que lhes entregou o governo (discurso na Agrishow)? Por que generais comandando o Incra e a Funai? Por que a Força Nacional de Segurança, guarda pretoriana criada por Luiz Inácio, passa meses lotando hotéis no interior do país onde as massas camponesas estão lutando pela terra? Por que aumentaram os conflitos no campo? Por que dezenas de camponeses, indígenas e quilombolas têm sido impunemente assassinados, com Bolsonaro a defender policiais assassinos (excludente de ilicitude)? Por que centenas de camponeses são hoje presos políticos no Brasil, com a cumplicidade covarde do silêncio de toda essa falsa esquerda oportunista eleitoreira? Por que advogados populares têm suas casas invadidas e seus telefones grampeados e são criminalizados e processados? Por que, se os problemas fundamentais teriam sido resolvidos, os camponeses não deixaram um dia sequer de resistir, lutar e tomar terras? Por que milhares de pequenos produtores (como os produtores de leite pelo Brasil afora) protestam a cada ano fechando estradas e distribuindo leite ao povo? Por que os “caveirões”, comumente utilizados nas chacinas nas favelas, principalmente contra pobres e pretos, estão hoje espalhados nas regiões rurais do país? Por que importar equipamentos modernos de guerra contrainsurgente do Estado sionista e terrorista de Israel? Por que aumentaram de forma vertiginosa, sob a batuta dos ianques, os exercícios militares nas selvas brasileiras? Será que tudo isso que é fato acontece porque Luiz Inácio e Jair Bolsonaro cumpriram seu dever “constitucional” de fazer a “reforma agrária”?
Se é muito difícil para alguns acreditar nas massas, na intelectualidade honesta e na Liga dos Camponeses Pobres, que lhes respondam o vetusto STF, na condição de guardião civil da velha ordem (ou de guardião do suposto Estado Democrático de Direito, como cacarejam os oportunistas). Pois foi esta instituição carcomida e decrépita que suspendeu, implicitamente reconhecendo tudo o que estamos levantando e se utilizando da pandemia como desculpa, as ações de reintegração de posse bem como as incursões das tropas de elite e de comandos especiais assassinos nas favelas no último período. O STF não tomaria esta decisão se não temesse uma reedição muito mais violenta e ameaçadora para o sistema do que as revoltas de 2013 e 2014 que acenderam o sinal vermelho para o imperialismo, a grande burguesia e o latifúndio. Mas que só foi realmente aplicada em retaliação aos ataques de Bolsonaro a esta Corte e diante da feroz e combativa resistência das massas (como ocorreu em 2021 nas áreas revolucionárias Tiago Campim dos Santos, Ademar Ferreira e Manoel Ribeiro, em Rondônia). Mas, inclusive, não impediu os massacres nas favelas do Rio de Janeiro.
E essa suprema corte de fancaria atua no mesmo sentido torturando povos indígenas ao não enterrar a fantasmagórica tese do “Marco Temporal”. O STF não pauta, não vota, pede vista, fazendo cena de que é contrário ante a pressão da opinião pública internacional. A posição é sinistra. Se os governos tivessem minimamente cumprido a constituição promulgada em 1988 e demarcado os territórios indígenas o problema não existiria. Nem Collor, nem Itamar, nem FHC, nem Luiz Inácio e Dilma, nem Temer, menos ainda Bolsonaro o fizeram. Na verdade o STF deu a esta aberração jurídica de “Marco Temporal” caráter de possível “legalidade” para dar tempo que a bancada do latifúndio no Congresso a consagre como lei através de emenda constitucional. Pois então, todos estes acontecimentos e medidas, com a respectiva ação das forças políticas, não comprovam a principal mentira implícita neste debate do sujo com o mal lavado? Para nós, por enquanto é o bastante. Mas é nosso dever também desmoralizar as mentiras no varejo.
Nem “assentamento”, nem título, nem terra
Quanto aos títulos Bolsonaro mente tanto quanto Lula sobre as “milhares de famílias assentadas”. Em primeiro lugar quando se refere aos títulos dá a entender que está titulando pequenos agricultores. Destes títulos anunciados a grande maioria, no que se refere a quantidade de terras tituladas, são para latifundiários, na Amazônia legal, cada um podendo declarar até 2.500 hectares (quando a terra pretendida pelo ladrão de terras é maior do que este tamanho o mesmo coloca em nome dos filhos). E o requisito é alguma doação para sua pregação anticomunista ou campanha de “delenda” LCP (Bolsonaro afirma que o MST não é mais problema).
O que faz o atual governo com relação aos “assentamentos” em que os camponeses já estão na terra há pelo menos 20 anos, e para os quais o INCRA deve bilhões de reais em estradas, créditos, poços artesianos, etc., etc., etc., é entregar títulos provisórios, ainda não definitivos, que terão que ser pagos, sem registro em cartório, que em última instância servem para o camponês cair nas garras dos bancos e se endividar ainda mais para entregar a terra de mão beijada na bacia das almas.
E com relação às áreas já ocupadas e divididas pelo próprio INCRA nos últimos 10 anos, e que tem menos ainda do que os camponeses citados logo acima, o que Bolsonaro está entregando são os famigerados CCU, Contratos de Concessão e Uso, pelos quais os camponeses não tem nada e ainda ficam cativos dos programas governamentais que já nem existem desde os tempos de Dilma Rousseff. Quer ver um camponês ficar humilhado é chegar ao banco com um destes CCU´s, ser colocado no último lugar da fila, e sair após o gerente falar que vai ter que esperar o INCRA liberar o dinheiro …
Esta é a verdade sobre os títulos da terra de Bolsonaro, política compensatória e dissimuladora da guerra travada contra camponeses, indígenas e quilombolas, esta sim com as armas, com o objetivo de concentrar ainda mais a propriedade da terra no Brasil e entregar nossas riquezas ao imperialismo em troca de migalhas. Mas ele não tem nada de original.
Onde tudo começou
Foi Luiz Inácio, após fracassar no II PNRA (segundo Plano Nacional de Reforma Agrária, o primeiro do governo petista, obrigação constitucional de qualquer presidente da república), quem primeiro aplicou o método de manipular os números, tentando fazer passar regularização fundiário (a grosso modo título da terra) por reforma agrária. Relata o Professor Ariovaldo Umbelino:
...”Os resultados finais do II PNRA indicam que em se desagregando as 448.954 Relações de Beneficiários emitidas pelo INCRA naquele período, havia apenas 163 mil famílias referentes aos assentamentos novos ... As demais famílias eram referentes à regularização fundiária (113 mil), reordenação fundiária (171 mil) e reassentamentos de atingidos por barragens (2 mil)...”
Além de atingir pouco mais de 1/3 da meta pretendida, ter assentado menos famílias do que o vende-pátria FHC, Luiz Inácio ainda deu “a deixa” para os que lhe sucederiam de como servir ao latifúndio e enganar as massas, e o bom aprendiz Bolsonaro não o deixa mentir. E a entrega de terras públicas na Amazônia Legal como Bolsonaro pratica hoje (ver acima) também é da lavra de Luiz Inácio, através da Medida Provisória 422 de março de 2008, tornada Lei n.º 11.763 de 1º de agosto de 2008. Afronta descarada à constituição brasileira (sem nenhuma contestação do STF), permitir que ladrões de terra pública regularizem suas propriedades. Até então, quem ocupasse terra devoluta teria direito a permanecer com no máximo 300 hectares, sendo que o restante teria que ser confiscado pelo Estado para assentar famílias sem terra. Luiz Inácio passou este limite para 1.500 hectares.
À época, o Professor Ariovaldo afirmava: “... Assim, no total entregar-se-ia aos grileiros (latifundiários, destaque nosso) uma área de quase 183 milhões de hectares de terras públicas ...”
Traição aos camponeses do agente do imperialismo Luiz Inácio, o pelegão Lula
O coveiro da “reforma agrária do governo” foi ele, Luiz Inácio. Afirmou que no Brasil existia espaço para o pequeno camponês e o latifúndio. Chamou os latifundiários usineiros de heróis. Não revogou (como prometera) a medida provisória de FHC que impedia a vistoria de terras ocupadas. Teve papel chave no discurso de criminalização do movimento camponês, quando sendo Presidente da República, José Sarney Presidente do Congresso e Gilmar Mendes Presidente do STF, em uníssono com essas criaturas, afirmou que a ação de massas camponesas de Pernambuco de reagirem a um ataque de pistoleiros e eliminaram três destes era crime, dizendo em declaração ao monopólio de imprensa: “E que não me venham dizer que foi legítima defesa”.
Lula criou a Ouvidoria Agrária para atrair os camponeses para a mesa de negociações, cooptando as lideranças mais dóceis e entregando para grupos de extermínio da polícia militar ou para a pistolagem os nomes daquelas que não se rendiam. Criou a Força Nacional de Segurança que desde então atua fundamentalmente contra o movimento camponês revolucionário. Enviou o Exército e a Força Nacional para combater a LCP e os camponeses que tomaram o latifúndio escravocrata Forkilha, sul do Pará, de um dos fundadores da UDR, Jairo Andrade, na maior operação militar na região depois das campanhas contra gloriosa Guerrilha do Araguaia. Também no Pará, junto com Ana Júlia Carepa (PT), legalizou milhares de hectares de terra para madeireiros de Santarém promovendo falsos assentamentos de camponeses.
E foi no governo do PT que dirigentes da LCP e ativistas e massas do movimento camponês combativo foram brutalmente assassinados. Todo este ódio de Lula e seu PT contra a LCP são por duas razões: 1) é para adular o latifúndio, ou seja, as “elites” de que tanto reclamam, encenação barata para se fazer passar como de “esquerda”, e 2) porque os revolucionários desmascaram ele e seu partido. Mas também contra os povos indígenas Luiz Inácio atuou se negando a demarcar os territórios ancestrais sagrados e legítimos. E contra os remanescentes de quilombolas atuou cooptando e tentando jogar massas contra massas (quilombolas X movimento camponês combativo).
A Revolução Agrária varrerá todo este lixo, destruirá o latifúndio
entregando a terra a quem nela trabalha!
Por tudo isso, não é de se estranhar que as acusações e troca de insultos entre Luiz Inácio e Bolsonaro seja do tipo “mais do mesmo”. É um quadro para os desavisados meio que apocalíptico, mas estamos sim no final dos tempos do capitalismo burocrático e do imperialismo. O que está em jogo não é salvar esta falsa democracia baseada na concentração da propriedade da terra, na produção primária para exportação, na entrega das riquezas naturais para o imperialismo, e das migalhas assistencialistas, cabresto e chumbo para o povo. Esse capitalismo burocrático não tem salvação, mas se não for derrubado seguirá infelicitando nosso povo e a Nação. O Brasil não é um país em que o sistema político vai mal, a economia vai mal, e o latifúndio (batizado agronegócio) vai bem como querem alguns. O latifúndio vai “bem” porque o Brasil vai mal. E o latifúndio vai “bem” por que o plano do imperialismo para esta república de bananas na ordem mundial pós-guerra fria é aprofundar nossa condição, jamais rompida, de semicolônia.
Se em momentos em que a crise estava mais branda a farsa eleitoral só alcançou resultados raquíticos e efêmeros, nesta agora vai ser pior. A crise vai se agravar, a miséria vai aumentar, a guerra contra o povo será incrementada, as reintegrações de posse aumentarão, e serão cometidas chacinas muito mais do que as que já ocorrem e repugnam a todos. Diante disso, todas estas mentiras vão ser desmoralizadas por raios certeiros quando o povo estourar sua paciência que já passou dos limites.
É a realidade. Em última instância, os grandes beneficiários da farsa eleitoral são o imperialismo, a grande burguesia e o latifúndio. Votar em qualquer um é votar neste sistema e não perceber que ele está podre, pedindo para ser derrubado e que as massas lutam e podem vencer. Os camponeses de Rondônia o demonstraram, derrotando o celerado falastrão nas batalhas camponesas em 2020 e 2021, em Rondônia. Batalhas que o monopólio da imprensa buscou ocultar para proteger os latifundiários ladrões de terra da União e predadores da natureza, a qual essa mesma imprensa, com rede Globo a frente, demagogicamente diz defender.
Levantemos mais alto nossas bandeiras vermelhas! A Revolução Agrária vai passar!
Não Vote! Lute! Viva a Revolução Agrária!
Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres - Brasil
Setembro de 2022
english traslation
Down with the electoral farce and the increase of the war against the peasants and the people. Forward the Agrarian Revolution!
Lies and dispute to see who is more servile to imperialism, the big bourgeoisie and the latifundia.
Only a colossal economic, political, military and moral crisis of decomposition of bureaucratic capitalism, in the midst of the general crisis of imperialism could make the hypocritical, cowardly and nauseating "debates" of this edition of the electoral farce receive the adjective of "democratic".
The maxim of the 19th century German reactionary, Otto Bismark, comes across as genius but is just simple observation: "One never lies so much as before elections, during a war, and after a hunt."
But it's not comical, it's tragic. When they talk about themselves the candidates, especially Luiz Inacio, the pelegão [corrupt unionist] Lula, and Jair Bolsonaro, the scoundrel, lie blatantly. They only come close to the truth when they attack each other, but they take every care to only attack each other personally and preserve the system of domination, exploitation and oppression that sinks the country in misery and blood. A system of which they are the most prominent traitors, and for which they deserve the hatred and repulsion of the great majority of Brazilians. For, outside of their own small circle of interest, the majority of the votes they will receive will come from those who reject the other and do not want the other to win.
In the very first "debate" Luiz Inácio repeated the lie already contested by the peasant masses and invalidated in an article based on facts, documents and numbers by the geographer, professor and researcher Ariovaldo Umbelino, that he would have been the president of the republic that most carried out "resolutions" of the agrarian reform. On the other hand, in the same event, Bolsonaro, the scoundrel, boasted to have been the president who had delivered more land titles, especially to women. The same Bolsonaro who declared war on the peasants at the agricultural fair in Ribeirão Preto in his first months in office, telling the big landowner who steal land from the Union that "My government belongs to you". And that during the "celebrations" of May 1st, 2021, speaking to the zebu cattle breeders of ABCZ, he made his intentions very clear to this bunch of parasitic bloodsuckers of the Nation, when he called the LCP "terrorist". And it is worth noting that none of the other participants in the farcical episode of the debate challenged these scoundrels. After all, the latifundium is "sacred".
The first big implicit lie, by both, is to try to pass the idea that the Brazilian State, through its successive governments, is meeting the historical demand of peasants for the right for land for those who live and work on it. Consequently, the Brazilian countryside would be at peace. The historical demand of the landless peasants, of the peasants with little land, or even of the middle peasants, would be being satisfied by the current governments that hold the terrible record of being among the five countries in the world where the concentration of land in the hands of a tiny minority, to the detriment of the immense majority of peasants, is greater.
Liars, bandits and scoundrels!
War in the countryside
So what we answer is: why the first measure of this reactionary government and of Bolsonaro's "death squads" was to arm the landowners and their hired guns and gunmen to the teeth? Why did he give them the government (speech at Agricultural fail)? Why are generals in charge of Incra and Funai? Why does the National Security Force, the praetorian guard created by Luiz Inácio, spend months filling hotels in the interior of the country where the peasant masses are fighting for land? Why have the conflicts in the countryside increased? Why have dozens of peasants, indigenous people and quilombolas been murdered with impunity, with Bolsonaro defending police murderers (exclusion of illegality)? Why are hundreds of peasants today political prisoners in Brazil, with the cowardly complicity of the silence of all this false leftist electioneering opportunist ? Why do popular lawyers have their houses invaded and their phones tapped and are criminalized and prosecuted? Why, if the fundamental problems would have been solved, have the peasants not stopped resisting, fighting and taking land for a single day? Why do thousands of small producers (like the milk producers all over Brazil) protest every year, closing roads and distributing milk to the people? Why are the "skulls", commonly used in massacres in the favelas, mainly against poor and black people, now spread all over the rural regions of the country? Why import modern counterinsurgent warfare equipment from the Zionist and terrorist state of Israel? Why have military exercises in the Brazilian jungles increased dramatically, under the leadership of the Yankees? Could it be that all this is happening because Luiz Inácio and Jair Bolsonaro have fulfilled their "constitutional" duty to carry out "agrarian reform"?
If it is very difficult for some to believe the masses, the honest intelligentsia, and the League of Poor Peasants, then let the old Federal Supreme Court (STF) answer them, as the civilian guardian of the old order (or guardian of the supposed Democratic State of Law, as the opportunists cluck). Because it was this rotten and decrepit institution which in the last period, suspended the expropriations, aswell as the deployments of elite troops and the murderous speacial units in the favelas, implicitly recognizing everything we put forward and using the pandemic as an excuse. The STF would not make this decision if it did not fear a much more violent and system threatening re-run the the 2013 and 2014 revolts, which put on the stoplight for imperialism, the big bourgeoisie and the latifundia. But that was only really applied in retaliation to Bolsonaro's attacks on this Court and in the face of the fierce and combative resistance of the masses (as occurred in 2021 in the revolutionary areas Tiago Campim dos Santos, Ademar Ferreira and Manoel Ribeiro, in Rondônia). But, even including this, did not prevent the massacres in the favelas of Rio de Janeiro.
And this bankrupt supreme court is acting in the same direction by torturing indigenous peoples by not burying the phantasmagorical thesis of the "Temporal Frame". The STF is not in session, doesn't vote, ask for an investigation, make a scene, which is contrary to the pressure of international public opinion. The position is sinister. If the governments had minimally complied with the constitution promulgated in 1988 and demarcated the indigenous territories the problem would not exist. Neither Collor, Itamar, FHC, Luiz Inácio and Dilma, Temer, and even less Bolsonaro did so. In fact, the STF gave this legal aberration from the "Temporal Frame" the character of possible "legality" to give the landowners in Congress time to enshrine it as law through constitutional amendment. Well then, don't all these events and measures, with the respective actions of the police forces, prove the main lie implicit in this filthy debate? For us, that is enough for now. But it is also our duty to invalidate each lie.
Neither "settlement", nor title, nor land
As for the titles, Bolsonaro lies as much as Lula about the "thousands of settled families". In the first place, when he refers to the titles, he implies that he is giving titles to small farmers. Of these announced titles, the vast majority, in terms of the amount of land titled, are for large landowners, each of which can legally claim up to 2500 hectares in Amazonia (when the land claimed by the land thief is bigger than this size, he puts it in the name of his children). And the requirement is some donation to his anti-communist preaching or LCP "delenda" campaign (Bolsonaro confirms that the MST is no longer a problem).
What the current government does with respect to the "settlements" in which peasants have been on the land for at least 20 years, and for which the National Institute of Colonization and Agrarian Reform (Incra) owes billions of reais in roads, credits, artesian wells, etc, etc., etc., is to give provisional titles, not yet definitive, that will have to be paid for, without notary registration, that ultimately serve to let the peasant farmer fall into the clutches of the banks and become even more indebted, in order to hand over the land to them on a plate.
And in relation to the areas already occupied and divided by INCRA itself in the last 10 years, and which have even less than the peasants mentioned above, what Bolsonaro is handing over are the infamous Concession and Use Contracts (CCU), for which the peasants have nothing and are captive to government programs that no longer exist since the times of Dilma Rousseff. If you want to see a peasant being humiliated is to arrive at the bank with one of these CCU's, be put in the last place in line, and leave after the manager says that he will have to wait for Incra to release the money…
This is the truth about Bolsonaro's land titles, a compensatory policy that disguises the war waged against peasants, indigenous people and quilombolas, with or without weapons, with the aim of concentrating even more land ownership in Brazil and handing over our riches to imperialism in exchange for crumbs. But there is nothing original about it.
Where it all began
It was Luiz Inácio, after the failure of the second National Plan for Agrarian Reform (II PNRA), the first of the PT government, (a constitutional obligation of any president of the republic), who first applied the method of manipulating the numbers, trying to pass land regularization (roughly speaking, land titles) off as agrarian reform. Professor Ariovaldo Umbelino reports:
"... The final results of the II PNRA indicate that in disaggration of the 448,954 Beneficiary Relations issued by INCRA in that period, there were only 163 thousand families referring to new settlements ... The remaining families were related to land regularization (113 thousand), land reorganization (171 thousand) and resettlements of people affected by dams (2 thousand)…"
Besides reaching a little more than 1/3 of the intended goal, having settled fewer families than the country-seller FHC, Luiz Inácio still gave "the cue" to those who would succeed him on how to serve the latifundium and deceive the masses, and the good apprentice Bolsonaro won't let him lie. And the legal handing over of public lands in Amazonia as Bolsonaro practices today (see above) also comes from the hand of Luiz Inácio, through Provisional Measure 422 of March 2008, which became Law No. 11.763 of August 1, 2008. It is a blatant affront to the Brazilian constitution (without any challenge by the STF) to allow thieves of public land to regularize their properties. Until then, whoever occupied vacant land would have the right to remain with a maximum of 300 hectares, the rest having to be confiscated by the State in order to settle landless families. Luiz Inácio increased this limit to 1,500 hectares.
At the time, Professor Ariovaldo said: "... Thus, in total, an area of almost 183 million hectares of public lands would be handed over to the Landgrabber (Big landowners, emphasis added)..."
Treason to the peasants of the agent of imperialism Luiz Inácio, the pelegão Lula
The gravedigger of the "government's agrarian reform" was him, Luiz Inácio. He claimed that in Brazil there was space for the small peasant and the latifundium. He called the owners of the latifundium heroes. He did not criticize (as he had promised) FHC's provisional measure that prevented the inspection of occupied lands. He played a key role in the discourse of criminalization of the peasant movement, when being President of the Republic, José Sarney President of Congress and Gilmar Mendes President of the STF, in unison with these creatures, he affirmed that the action of the masses of peasants of Pernambuco who reacted to an attack by gunmen and eliminated three of them was a crime, saying in a statement to the press monopoly: "And don't tell me that it was legitimate selfdefence.”
Lula created the Agrarian complain office to attract the peasants to the negotiating table, co-opting the most docile leaders and delivering to the military police extermination groups or to the gunmen the names of those who would not surrender. He created the National Security Force that since then has acted fundamentally against the revolutionary peasant movement. He sent the Army and the National Force to combat the LCP and the peasants who seized the slaveholding latifundium Forkilha, in southern Pará, from one of the founders of the UDR, Jairo Andrade, in the largest military operation in the region after the campaigns against the glorious Araguaia Guerrilla. Also in Pará, together with Ana Júlia Carepa (PT), he legalized thousands of hectares of land for loggers in Santarém, promoting false peasant settlements.
And it was under the PT government that LCP leaders and activists and masses of the militant peasant movement were brutally murdered. All this hatred of Lula and his PT against the LCP is for two reasons: 1) it is to flatter the latifundia, that is, the "elites" they claim so much about, a cheap staging to pass themselves off as "leftist", and 2) because the revolutionaries unmask him and his party. But Luiz Inácio also acted against the indigenous peoples by refusing to demarcate their sacred and legitimate ancestral territories. And against the remaining quilombolas he acted co-optingly and tried to play masses against masses (quilombolas vs. combative peasant movement).
The Agrarian Revolution will sweep away all this garbage, destroy the latifundium and give the land to those who work it!
For all this, it is not surprising that the accusations and exchange of insults between Luiz Inácio and Bolsonaro are of the type "more of the same". It is a somewhat apocalyptic picture for the unaware, but we are at the end of the times of bureaucratic capitalism and imperialism. What is at stake is not saving this false democracy based on the concentration of land ownership, on primary production for export, on the handing over of natural wealth to imperialism, and on the welfare crumbs, harness and lead for the people. This bureaucratic capitalism has no salvation, but if it is not overthrown it will continue to inflict with misfortune our people and the Nation. Brazil is not a country in which the political system is doing badly, the economy is doing badly, and the latifundium (baptized agribusiness) is doing well, as some people believe. The latifundium is "doing well" because Brazil is doing badly. And the latifundium is doing "well" because the imperialist plan for this banana republic in the post-cold war world order is to deepen our never broken condition as a semi-colony.
If at times when the crisis was milder, the electoral farce achieved only rickety and ephemeral results, this time it will be worse. The crisis will worsen, misery will increase, the war against the people will be intensified, repossessions of property will increase, and massacres will be committed much more than the ones that already occur and this will disgust everyone. In the face of this, all these lies are going to be refuted by lightning strikes when the people burst their patience, which has already passed its limits.
This is reality. Ultimately, the big beneficiaries of the electoral farce are imperialism, the big bourgeoisie and the latifundia. To vote for anyone is to vote for this system and not realize that it is rotten, asking to be overthrown and that the masses fight and can win. The peasants of Rondonia demonstrated this by defeating the blabbering scoundrel in peasant battles in 2020 and 2021 in Rondonia. Battles that the press monopoly tried to hide in order to protect the landowners who steal the land from the Union and are predators of nature, which this same press, with Network Globo at the head, demagogically claims to defend.
Let us raise our red flags even higher! The Agrarian Revolution will take place!
Don't Vote! Fight! Long Live the Agrarian Revolution!
National Commission of the Leagues of Poor Peasants - Brazil
September 2022
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