Osmir Venuto
Exemplar dirigente Operário
1979: a Rebelião dos Pedreiros. Em pleno regime lititar, milhares de operários da construção em greve tomaram as ruas da capital
A classe operária perdeu um valoroso filho:
OSMIR VENUTO DA SILVA. Ele se restabelecia de um infarto, sofreu nova parada cardíaca e seu coração combatente da classe operária, tão vigoroso e solidário, parou de bater na noite de 23 de julho de 2013.
Rendemos aqui nossa mais ardorosa e sincera homenagem a esse grande dirigente operário.
O companheiro Osmir, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Belo Horizonte e Região – MARRETA, também foi diretor da Federação dos Trabalhadores da Construção e do Mobiliário MG e dirigente-fundador da Liga Operária. Ele nos deixa exemplos de firmeza, humildade, dedicação, trabalho incansável, solidariedade e combatividade.
Nascido no interior de Minas Gerais, em Açucena, em 14/10/1952, Osmir passou a infância e a juventude na antiga “Vila dos Marmiteiros”, na região do bairro Padre Eustáquio, Belo Horizonte, onde forjou seu caráter de rebeldia e indignação a todas injustiças contra os pobres.
Teve seu batismo de fogo na luta classista participando ativamente na “Rebelião dos Pedreiros”, a Grande Greve realizada em 1979 em Belo Horizonte, e dedicou a maior e mais profícua parte de sua vida a luta da classe operária, contra a exploração e opressão. Empenhou-se como poucos pela construção de um movimento sindical classista e combativo, no combate implacável ao oportunismo.
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Trilhando os ziguezagueantes e tortuosos caminhos da luta de classes, uniu-se aos elementos mais combativos da classe operária. O canteiro de obras onde trabalhava foi a fornalha de operários que organizaram a Marreta, em 1985, para retomar o Sindicato dos Trabalhadores da Construção de BH para a classe e expulsar os pelegos encastelados nessa entidade. Atuando ativamente na linha de frente, participou da retomada do Sindicato em 1988. Pouco tempo depois a chapa MARRETA venceria as eleições para a direção do sindicato sustentando todos esses anos a posição classista e combativa.
Como dirigente sindical classista, combateu o corporativismo, defendeu a unidade e luta das classes trabalhadoras do campo e cidade contra seus inimigos de classe: a grande burguesia, o latifúndio e o imperialismo.
Dirigiu por mais de 25 anos o Marreta que, junto da Liga Operária, se desenvolveu e consolidou como um dos sindicatos mais combativos do país. Cumprindo com dedicação seu papel de dirigente classista, já de madrugada, organizava as equipes do Sindicato para distribuir panfletos e realizar reuiniões com os operários nas obras.
Junta Governativa que assumiu a direção do Sindicato após a expulsão do pelego Pizarro, em 1988. Formada por companheiros da Marreta e da “Massa-Aguada-Cut”. Companheiro Osmir Venuto circulado na foto.
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Prestou toda a solidariedade e participou de mobilizações nacionais contra as privatizações, contra as reformas antipovo e antioperárias impostas pelos governos de turno. Esteve à frente de grandes enfrentamentos de nosso povo contra a dominação imperialista, como os combativos protestos contra a reunião da ALCA e Mercosul (1997), contra a agressão ianque ao Iraque (2003), contra a reunião do BID (2006). Lutou como poucos contra a opressão e repressão policial dos operários das obras do PAC e dos megaeventos (copa e olimpíadas). Denunciou e combateu a exploração de trabalho escravo em inúmeros canteiros de obras.
À esquerda na foto, Osmir em ato antiimperialista contra o encontro do BID em BH com queima das bandeiras ianque
e de Israel fascista.
Também apoiou a luta da juventude trabalhadora e estudantil, sempre buscando se informar sobre a situação da juventude, estimulando sua organização.
Estimulou a formação técnica e política dos operários da construção em Belo Horizonte e região sendo um grande entusiasta da Escola Popular Orocílio Martins Gonçalves e da promoção de seminários e cursos de formação política pelos quais passaram centenas de trabalhadores da construção. Também não poupou esforços no apoio a criação de Escolas Populares no campo.
Osmir em sala de aula da Escola Popular Orocílio Martins Gonçalves
Apoiou tomadas urbanas de terrenos como a Vila Corumbiara (Barreiro) e Vila Bandeira Vermelha (Betim) entre outras, a construção de moradias populares no regime de mutirão em bairros proletários como Morro Alto (Marretópolis), Nova Lima, Vespasiano, Santa Luzia, Palmital e Cristina (B e C).
Apoio a ocupação da Vila Bandeira Vermelha (Betim) 1999
Foi idealizador e presença constante nos programas A Voz da Classe Operária e posteriormente na Tribuna do Trabalhador, transmitidos pela Rádio Favela, produzidos pelo MARRETA e pela Liga Operária, promovendo importantes debates e propaganda das lutas da classe operária e das massas em nosso país e em todo o mundo, combatendo a farsa eleitoral e o oportunismo das centrais sindicais, irradiando a luta classista e combativa nas manhãs de domingo para os trabalhadores de Belo Horizonte e Região Metropolitana.
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Erguendo a bandeira do internacionalismo proletário, o companheiro Osmir apoiou as lutas da classe operária e dos povos oprimidos em outros países, visitou e trocou experiências de luta com organizações classistas e populares no Paraguai, Nicarágua, Holanda e Turquia.
Denunciou e combateu a farsa eleitoral e os partidos eleitoreiros. Ardoroso defensor da necessidade do verdadeiro partido revolucionário da classe, vanguarda do proletariado marxista-leninista-maoísta para dirigir a Revolução de Nova Democracia ininterrupta ao Socialismo, para promover transformações radicais em nossa sociedade, e construir uma nova sociedade sem a exploração do homem pelo homem.
O Companheiro Osmir Venuto foi um grande dirigente operário, um lutador de nosso povo, e será sempre lembrado pelos operários da construção, camponeses, estudantes, homens e mulheres que trabalham de sol a sol no campo e cidade em nosso país.
Osmir defendeu e atuou decisivamente para a construção e fortalecimento da Aliança Operário-Camponesa, apoiou sem reservas a luta dos camponeses contra o latifúndio, por terra, pão, justiça e uma nova democracia.
Uniu-se solidamente aos camponeses em luta pela terra. Osmir visitou inúmeras áreas camponesas e era um grande entusiasta das tomadas de terra, dos Cortes Populares e da produção nas áreas camponesas. Em todas as assembleias do Marreta, chamava a atenção para a necessidade de a classe operária apoiar decididamente a Revolução Agrária e salientava que grande parte dos operários da construção veio do campo, expulsos pelo latifúndio. Estimulou a ida de delegações de operários ao campo para trabalhar e viver com os camponeses e organizou, através do Marreta, grupos de operários para promover trabalho coletivo com camponeses na construção de casas, pontes e outras benfeitorias. Foi assim, um persistente edificador da aliança operário-camponesa.
Osmir destacava que quase todos os operários da construção vieram expulsos do campo para as cidades e era grande entusiasta da luta pela terra e da produção nas áreas camponesas
Honra e Glória ao Combatente da Classe OSMIR VENUTO DA SILVA!
Belo horizonte, setembro/2013 - Liga Operária / STIC-BH - MARRETA
3º Congresso da Liga Operária - 2006
Assembleia de greve / 2006.
7º Congresso escolhe a chapa do Marreta encabeçada por Osmir e companheiros provados na luta classista
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