da movimento estudiantil popular revolucionario
Na
última semana, ocorreram duas manifestações contra o aumento do preço
das passagens em Belo Horizonte. A primeira, na quarta (12), terminou
com um violento ataque da Polícia Militar, centenas de pessoas ficaram feirdas
e mais de sessenta foram detidas, com o objetivo declarado de impedir a
manifestação de prosseguir. No segundo ato, na sexta (14), a PM
“dirigiu” o ato, com a aprovação dos movimentos e partidos eleitoreiros e
oportunistas à frente da convocação, fazendo dele um verdadeiro roteiro
turístico pela área “nobre” da cidade e impedindo que as vias fossem
fechadas completamente. Entretanto, o povo segue revoltado contra o
aumento e a repressão policial e as lutas tendem a crescer!
Aumento de novo, nas costas do povo!
Este
foi o mais recente de uma série de aumentos e ameaças de aumento no
preço das passagens do transporte coletivo em BH/MG em curto período de
poucos meses ; e faz parte da aplicação do pacotaço de ataques contra o
povo, liderado pela gerência
nacional de Rousseff (PT/Pecedobe) e copiado à risca por todas as
gerências estaduais e municipais, de todas as siglas do Partido Único
das classes dominantes, tendo sido alvo da justa revolta e indignação
das massas por todo país.
Na
capital mineira, o preço dos ônibus mais utilizados subiu de R$3,10
para R$3,40, totalizando um aumento de quase 20% nos últimos sete meses,
além de outro aumento já estar anunciado para o final do ano. A
justificativa fajuta dada foi a de que os empresários mafiosos do
transporte coletivo de BH e Região Metropolitana estão tendo prejuízo
(leia-se: não estão lucrando os milhões de reais que lhes bastem) desde a
implementação do sistema BRT-MOVE, que prometia justamente ser mais
barato, assim como ser mais rápido e confortável, todas mentiras
diariamente desmentidas pelas centenas de milhares de pessoas,
trabalhadores, estudantes, aposentados e pessoas do povo em geral, que
utilizam os ônibus sempre lotados de BH e Região.
Há
toda uma encenação montada para justificar o aumento, com a
participação da gerência da máfia dos transportes em BH, BHTrans, do
podre Judiciário e da empresa Ernst & Young, contratada para fazer a
“auditoria” nas empresas e que a cada momento apresenta novo relatório
indicando serem necessários mais aumentos nas passagens. Além, claro, da
presença sempre constante dos melhores funcionários da máfia dos
transportes de BH, a pelegada encastelada na direção do Sindicato dos
Rodoviários, que não só impede a categoria de se organizar e lutar pelas
suas condições de trabalho e lucra com isso, mas que recentemente
chegou ao descaramento de orquestrar um locaute nas garagens, num
simulacro de greve a mando do sindicato dos empresários e que caiu de
presente no colo dos mafiosos como mais um motivo mentiroso para o
aumento. Tudo, claro, com o apoio descarado do monopólio da imprensa.
Pimentel e demais eleitoreiros: O povo quer manifestar e não passear!
Convocada
para a última quarta-feira na Praça 7, no hipercentro de BH, a
manifestação contou com cerca de mil pessoas. O primeiro fato notável
deste dia foi materialização da noção anti-povo dos movimentos que
encabeçaram a convocação sobre onde e como realizar
uma manifestação. Para a direção do Tarifa Zero BH e do Movimento Passe
Livre BH, as manifestações tem que acontecer na zona sul, na área
“nobre”, pra “incomodar a burguesia” e não “atrapalhar o trabalhador que
quer ir pra casa depois do serviço”. E assim procederam levando o ato
na Avenida Afonso Pena rumo a tal área nobre, bem longe dos olhos do
povo.
Quando
o ato chegou na rua da Bahia, veio a ordem do comandante da PM que se
liberasse a pista em 2 minutos, ao término dos quais, a polícia atacou a
manifestação com dezenas de bombas de gás lacrimogênio e balas de
borracha, ferindo várias pessoas. Em um vídeo é possível ver o momento
exato quando a polícia atira uma bomba exatamente embaixo de um ciclista
que havia caído com sua bicicleta.
No
intuito de escapar ao ataque da PM, cerca de cem pessoas se refugiaram
no interior de um hotel próximo, das quais a polícia só liberou para
sairem aquelas que estavam de posse da sua carteira de trabalaho. As
outras 60, incluindo dois menore de idade, foram levados para serem
fichados, e só foram liberados na madrugada do dia seguinte. Enquanto
estas pessoas estavam sendo mantidas presas pela polícia no interior do
hotel, um grupo grande se reuniu em frente ao hotel e passou a exigir
com palavras de ordem a libertação daquelas pessoas
Neste
dia ficou claro porque Polícia Militar veio, a mando das gerências
estadual, de Pimentel-PT, e municipal de Lacerda-PSB: para impedir que a
manifestação continuasse, pois em Belo Horizonte foi declarado que as
manifestações não podem mais fechar as ruas. Ao menos é isso que os
gerentes deste Estado fascista pensam que vão conseguir impor ao povo.
Na
sexta-feira, o ato contou com muito mais pessoas, cerca de 5 mil, muito
em função da repercussão que sucedeu à repressão na quarta, que nem
mesmo o monóplio da imprensa teve como esconder. Também compareceram os
moradores das ocupações urbanas Esperança, Vitória e Rosa Leão,
atualmente ameaçadas de despejo.
Porém,
desta feita, a PM adotou uma tática diferente: impôs aos oportunistas
eleitoreiros que puxavam o ato o “acordo” de que uma faixa deveria
permanecer livre todo o tempo e que a PM deveria saber qual seria o
trajeto que a manifestação tomaria (que depois veio
a ser chamado pelo bloco mais combativa que compareceu ao ato de
“passeio turístico por BH”). À frente da manifestação via-se, não os
manifestantes, mas as dezenas de carros e motos da PM que “abriam
caminho” para o ato, assim como vinham também na sua retarguada. A
aceitação desse “acordo” prova qual o caráter desses movimentos e
partidos eleitoreiros: são de várias cores na forma, mas todos amarelos
no conteúdo.
Era vísivel a insatisfação com o trajeto da manifestação. Palavras de ordem como “Na savassi não, tem que parar o Move no centrão!” deixaram
claro a vontade da massa em retornar ao centro de BH, e parar de vez o
trânsito, principalmente as pistas exclusivas do BRT-MOVE na Avenida
Paraná. Pois é o BRT-MOVE o centro de toda a indignação popular! Além de
tornar ainda mais desconfortável a viagem, com ônibus lentos, com menos
bancos e com horários reduzidos, o MOVE é o principal meio de
transporte dos trabalhadores de BH. Parar o MOVE é parar a cidade! E
está mais do que claro que todo o povo, nisto inclusos os trabalhadores
dentro dos ônibus, todo o povo está contra o aumento. Temos que levar
até eles o grito de VEM PRA RUA!
Novas
manifestações devem acontecer ainda essa semana em BH contra o aumento
das passagens. Porém, é preciso elevar a mobilização. Só uma grande
mobilização popular pode garantir ao povo o seu direito de se manifestar
como e onde quiser, independete das vontades da PM ou dos gerentes
municipal e estadual. E é justamente à juventude, aos grandes
contingentes de estudantes que são esmagados cotidianamente dentro do
transporte coletivo de BH, a quem cabe o papel de vanguardear esta luta!
É preciso mobilizar as escolas, criar comandos de luta contra o aumento
localizados nas escolas e nos bairros, para barrar o aumento e seguir
avançando, até a conquista da histórica reivindicação dos estudantes de
BH: o passa livre!
Radicalizar a luta contra o aumento!
Intensificar a mobilização nas escolas pelo passe livre!
3,40 NÃO! PORRADA NO BUSÃO!
IR AO COMBATE SEM TEMER! OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!
LUTAR NÃO É CRIME!
REBELAR-SE É JUSTO!
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