Durante
a gerência Luiz Inácio/Dilma/PT agravou-se a situação agrária no
Brasil: praticamente paralisou a desapropriação de latifúndios, aumentou
a concentração de terras e o número de camponeses assassinados. Isto
somado à grave crise econômica por que passa o país, faz crescer as
tomadas de terra. Os latifundiários incrementam a violência contra a
luta pela terra como tentativa de manter seu sistema, que representa o
que há de mais retrógrado no país.
Em Rondônia, especialmente no Vale do
Jamari, camponeses, apoiadores e lideranças têm sofrido uma onda
crescente de repressão a mando do latifúndio, cometida principalmente
por pistoleiros e policiais. Na região tem imperado um clima de terror,
são várias as denúncias:
- calúnias, difamações e mentiras divulgadas pelo monopólio dos meios de comunicação
- impedimento de crianças acampadas estudarem
- latifundiários grilam terras públicas, como se não bastasse todo apoio que recebem do velho Estado
- ordens judiciais favoráveis ao
latifúndio mesmo em terras públicas destinadas à reforma agrária, mesmo
em áreas com negociações em andamento, mesmo com a constituição federal
determinando o uso social da terra e a “reforma agrária” mesma
- Incra não cumpre sua “reforma
agrária” falida e o governo federal ainda apoia repressão violenta aos
que ousam lutar pela terra
- despejos violentos cometidos por policiais militares com queima de barracos e pertences dos camponeses
- prisões e processos arbitrários contra camponeses pobres
- humilhações, assédios moral e
sexual, ameaças de morte, agressões, torturas e disparos de armas de
fogo cometidos por policiais militares contra acampados e camponeses e
comerciantes vizinhos
- agressões físicas, atentados,
ameaças de morte, destruição de casas, cercas, criações e outros
pertences de acampados e apoiadores, por pistoleiros fortemente armados
- impunidade para latifundiários que
confessam publicamente a conformação de grupos de pistoleiros, inclusive
com participação de policiais
- assassinatos de camponeses e apoiadores
No final de outubro o Ouvidor Agrário
Nacional Gercino José reuniu-se com representantes da segurança pública
do governo estadual e teve o desplante de parabenizar a polícia militar
pela prevenção de crimes no campo e de prometer recursos para ajudar nas
operações policiais. Em reunião com camponeses, disse que tão logo as
terras da Área 10 de maio sejam entregues às famílias, começará a punir
os camponeses responsáveis pelas atrocidades que têm acontecido na
região. Não diz uma palavra sobre a paralisação da “reforma agrária”,
nenhuma palavra sobre o fato de Rondônia ser o estado campeão em
violência no campo em 2014, nenhuma palavra sobre os crimes comprovados
de latifundiários, pistoleiros e policiais.
Os governos Luiz Inácio/Dilma/PT e
Confúcio Moura/PMDB são responsáveis diretos pela crescente violência no
campo. Convidamos todos trabalhadores, pessoas e movimentos
democráticos para esta Audiência Pública onde serão denunciadas estas
arbitrariedades e crimes. É urgente uma forte pressão popular para frear
a onda de repressão do latifúndio contra camponeses e lideranças.
O camponês quer terra, não repressão!
Lutar pela terra não é crime!
LCP - Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental
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