Garimpeiros estão utilizando armamentos de controle exclusivo das Forças Armadas. Foto: Alexandro Pereira, Rede Amazônia
Armamentos de controle exclusivo pelo Exército e de uso restrito são utilizados por garimpeiros ligados ao narcotráfico. Os artefatos, que somente podem ser adquiridos pelas Forças Armadas ou pelas forças de repressão oficiais, são usados pelos grupos paramilitares que atacam desde maio quatro comunidades Yanomami localizadas na região Palimiu em Roraima.
Essa região das terras indígenas atualmente está sob invasão de aproximadamente 20 mil garimpeiros que têm três livres acessos às comunidades. Indígenas alegam que garimpeiros chegam de barcos atirando as bombas de gás lacrimogêneo para desorientar os indígenas e intimidá-los.
Conforme o Decreto 10.030/2019 responsável pela fiscalização é o Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC) do Exército, que informou que os fatos estão sob “investigação” da Polícia Federal. O portal Brasil de Fato tentou contato com a Polícia Federal durante 21 dias para questionar como as bombas chegaram nas mãos de garimpeiros ilegais, mas não tiveram nenhuma respostas.
Os ataques começaram em maio, após indígenas aprenderem os maquinários dos invasores. Os povos originários também criaram barreiras nos caminho onde circula o garimpo ilegal e conseguiram interceptar mil litros de combustivel que abasteceria até aeronaves dos garimpeiros.
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grande apreensão
No dia 29/06, segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), foi realizado a Operação Omama, em conjunto com forças repressão oficial para “combater” o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. Conforme divulgado no último dia 06/07, ocorreu apreensão de uma aeronave, uma máquina caça-níquel, quatro embarcações, dois motores, 12 geradores de energia, 22 bombas de propulsão, 3 mil litros de combustível, celulares, aparelhos GPS e aproximadamente R$ 3 mil em cédulas. Segundo o levantamento, cinco balsas também foram desativadas, e foram apreendidas três motores, 2,5 mil litros de combustível, além de ter sido realizada a “destruição” de 6 acampamentos de garimpeiros ilegais na região de Homoxi.
Ataques contra indígenas não param a luta por território
Sem escrúpulos, de forma ameaçadora, os invasores de terras matam a tiros cachorros da comunidade indígena, que não se intimidam e seguem firme em seus territórios.
Em junho, garimpeiros ilegais armados batem de forma proposital com seu barco contra uma canoa que afundou. Nela havia seis crianças, com idades entre dez e onze anos, e dois adolescentes que pescavam no Rio Uriracoera. Os indígenas caíram da embarcação e conseguiram correr pela mata sendo perseguidos pelos garimpeiros até chegar à Comunidade Yakepraopë onde receberam refúgio.
Em maio, aconteceu outro ataque semelhante: duas crianças indígenas, uma de 1 ano e outra de 5 anos, morreram afogadas após a colisão do barco provocada pelos garimpeiros ilegais.
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