Greve na construção civil em Belo Horizonte
Esse é o segundo dia de paralisações em
obras da capital desde a aprovação do Estado de Greve pela assembleia da
categoria em 24 de novembro.
Os trabalhadores da construção de
Belo Horizonte e Região estão em plena campanha salarial 2013/2014.
Nesse ano a campanha salarial é unificada e conta com a participação dos
sindicatos ligados à Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da
Construção e do Mobiliário de Minas Gerais, Feticom-MG.
Desde ontem a tarde, duas obras da
construtora Direcional estão em greve próximo ao Shopping Del Rey. O dia
amanheceu com piquetes e agitação nessas obras e em outras duas dessa
mesma construtora no bairro Floramar. As obras próximas ao Shopping Del
Rey também já foram palcos de greves no mês passado contra más condições
de trabalho e baixos salários.
Uma greve do governo estadual,
empreendida pela construtora OAS, também encontra-se paralisada nesse
momento. Essa obra foi paralisada pelos operários há pouco mais de um
mês e, devido ao não cumprimento das reivindicações da greve por parte
da OAS, os operários decidiram paralisá-la novamente. Os trabalhadores
reivindicam melhores salários e melhores condições de trabalho,
alimentação no canteiro de obras (almoço e café da tarde), etc..
A obra da Cemig, empreendida pela Via
Engenharia, localizada à rua Barbacena (Lourdes) também encontra-se
paralisada desde o início da manhã. Segundo informam os diretores do
Sindicato dos Trabalhadores da Construção – STIC-MARRETA no local, a
paralisação contra com grande adesão dos trabalhadores dessa obra.
Sinduscon não comparece a reuniões de negociação
No último dia dia 24 de novembro, os trabalhadores da construção de
Belo Horizonte e Região decidiram, em assembléia, pelo Estado de Greve e
o comunicaram ao Sinduscon.
O Sindicato dos Trabalhadores da Construção de BH e Região -
STIC-MARRETA entregou, no final de setembro, a pauta de reivindicações
da categoria aprovada em assembléia ao sindicato patronal e, até o
momento, ocorreram duas reuniões que deveriam ser para tratar da pauta
de reivindicações, mas apanas o advogado do Sinduscon compareceu sem
sequer fazer referência à pauta apresentada pelos trabalhadores. Os
diretores do Sinduscon não compareceram em nenhuma dessas reuniões ou se
pronunciaram sobre as reivindicações dos trabalhadores.
A proposta apresentada pelo advogado do Sinduscon foi de 7,5% de
reajuste, o que, segundo os cálculos feitos pela diretoria do MARRETA,
equivalem a R$ 1,85 por dia (tomando como base o salário de um
servente). Essa proposta aviltante foi unanimemente rejeitada pela
categoria na assembléia do dia 24.
As principais reivindicações da categoria são
Melhores salários
Oficial: R$2.300,00
Oficial de acabamento: R$2.700,00
Meio oficial: R$2.000,00
Servente: R$1.500,00
Vigia: R$1.700,00
Mestre de obra: R$4.200,00
Encarregado: R$3.000,00
Almoxarife e apontador: R$2.700,00
Operador de betoneira: R$2.300,00
Operadores de guinchos/elevadores: R$2.700,00
- Almoço e café da tarde em todos os canteiros de obras. Chega de
levar marmita de casa ou ficar comprando almoço caro em porta de obra.
De acordo com a CLT o trabalhador tem o direito de se alimentar de 4 em 4
horas. Alimentação é um direito e as empresas têm que fornecer
refeições de qualidade.
- Fim da terceirização nos canteiros de obras.
- Melhoria das condições de trabalho, com adoção de medidas coletivas e individuais de segurança.
- Alojamentos decentes.
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