Esta semana uma nova operação que contou
com quase 200 efetivos policiais da Força Nacional de Segurança (FNS),
Grupamento de Operações Especiais (GOE), Polícia Federal e agentes do
ICMBio tinha como objetivo uma nova retirada das famílias da área. Na
quarta feira (13) a população se revoltou após a apreensão de várias
motos e 2 camponeses terem sido presos ilegalmente pela polícia. A
resposta dos moradores foi bloquear as estradas e destruir as pontes de
acesso para tentar impedir que suas motos e companheiros fossem levados
pela FNS para Buritis. Soldados da FNS ficaram encurralados dentro da
Flona e cercados por centenas de camponeses. Numa ação desesperada a
polícia revidou com tiros de borracha e depois com munição real ferindo
várias pessoas.
Os camponeses se defenderam com rojões,
pedras e paus. Uma viatura da Força Nacional e um caminhão do ICMBio que
participavam das apreensões foram totalmente queimados, várias outras
viaturas do GOE e PM foram atacadas com pedras, a base de operações da
PM e FNS foi completamente destruída em represália aos ataques contra os
camponeses.
Na quinta feira pela manhã, o comandante
da PM de Ariquemes- Enedy Dias, prestou informações desencontradas
alegando que a situação na área era tranquila e negando os confrontos.
No mesmo dia sites de notícia da região desmentiram sua versão e
informaram sobre a morte de um soldado da FNS que teria sido atingido
por um suposto disparo acidental.
Há informações de que dezenas de
camponeses foram feridos e continuam na área com medo de sofrerem
represálias pois a PM estaria controlando as entradas de pacientes em
hospitais.
Um representante dos moradores de Rio
Pardo esteve num Seminário realizado ontem (14) na Universidade Federal
de Porto Velho, com a presença de entidades, advogados, professores e
estudantes de várias cidades do país, falou para sobre a situação dos
camponeses, da ação repressiva do Estado contra os moradores da região e
sua disposição em seguir lutando pela permanência nas terras.
Ontem os efetivos da FNS se retiraram da
área e se deslocaram para a cidade de Ariquemes para redefinir sua ação
contra os moradores. Hoje pela manhã efetivos policiais de Ji-Paraná,
Porto Velho e Ariquemes se deslocaram para a região de Buritis
aumentando ainda mais o clima terror e intimidação na população.
Os moradores de Rio Pardo são
trabalhadores, tem o direito de viver e trabalhar nestas terras, e não
aceitam serem tratados como bandidos e criminosos. É longa a lista de
humilhações, violações e abusos das forças policiais contra a população
da região. Assim como é antiga a atuação criminosa dos agentes do ICMBio
que destroem plantações, queimam casas, roubam ferramentas e aplicam
multas abusivas. As famílias de Rio Pardo se cansaram de tudo isso, se
cansaram das promessas nunca cumpridas por parte dos políticos, do Incra
e Ministério do Meio Ambiente - MMA.
Os governos aliados de Dilma (PT) e
Confúcio/Raupp (PMDB) são os únicos responsáveis pelo que possa vir a
acontecer com os moradores de Rio Pardo, porque nunca cumpriram sua
parte no acordo com as famílias e agora se prepararam para enviar mais
forças repressivas com o intuito de massacrar os trabalhadores que lutam
por seus direitos.
Abaixo a criminalização da luta pela terra!
Fora Ibama e ICMBio agentes do imperialismo na Amazônia!
Os moradores de Rio Pardo e região têm o direito de viver e trabalhar em suas terras!
LCP - Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental
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