Uma
vez mais o Estado Sionista de Israel lança toneladas de bombas sobre o
povo palestino e suas casas. Novamente o genocida e fascista Estado de
Israel perpetua assassinatos em
massa na Palestina. Desde segunda-feira, 07/07/14, ocorrem inúmeros
bombardeios e ataques militares contra a população da Faixa de Gaza e
desde então mais de 200 palestinos foram mortos, em suas quase
totalidades civis, incluídos dezenas de crianças.
O
covarde e assassino Estado de Israel lança bombas de aviões e mísseis
para atingir as pessoas dentro das suas casas, nas concentrações
comerciais e nas ruas. Para
isso, arquitetou uma inescrupulosa armação, seqüestrando eles próprios
três jovens israelenses e deixando seus corpos na Cisjordânia com o
objetivo de criminalizar o Hamas. Mentem descaradamente ao dizer que
atacam somente alvos militares, quando na verdade perpetuam uma
verdadeira matança contra o povo palestino. Milhares de pessoas
encontram-se feridas e desabrigadas.
Israel
comete todo o tipo de atrocidades, crimes de lesa-humanidade, com a
cumplicidade da ONU e da dita “comunidade internacional”. Nos últimos
dias, aviões despejaram milhares de panfletos, exigindo a retirada da
população de Gaza e as tropas israelenses já atravessam por terra as
fronteiras palestinas, prontas para ampliarem o genocídio.
Repudiamos
veementemente os horrendos crimes cometidos pelo Estado Sionista de
Israel contra o povo palestino. O Fascismo não passará e a
inquebrantável resistência do povo palestino somadas à solidariedade e a
luta dos povos do mundo inteiro vão destruir a besta fera fascista de
Israel e o imperialismo, principalmente ianque, que propaga guerras de
agressão, dominação e saque pelo mundo.
VIVA A HEROICA RESISTÊNCIA DO POVO PALESTINO!
MORTE AO ESTADO FASCISTA E SIONISTA DE ISRAEL!
Reproduzimos
texto publicado pelo Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino
do Rio de Janeiro (http://somostodospalestinos.blogspot.com.br/), da
autoria da jovem brasileira, Lara Sartorio, que escreve diretamente da
Cisjordânia a respeito da heróica resistência do povo palestino.
Por Lara Sartorio
Cisjordânia, Palestina 15/07/2014
Que
dificuldade é transmitir o que vejo aqui. Tenho sempre que esperar meus
berros e choros se lapidarem em letras comportadas. Palavras como
crueldade, humanidade, indignação perderam lugar no espaço. Nem sei se
começo a falar dos palestinos, ou dos Israelenses. Se falo dos lutadores
palestinos, ou de sua elite. Se falo daqueles israelenses que
justificam, direta ou indiretamente, o massacre, ou se falo daqueles
poucos, mas que existem, que condenam a invasão e ocupação de Israel.
O conflito Israel x Palestina pode ser tudo, menos um "versus" entre duas etnias, ou ainda, entre duas religiões. O que chega encoberto em outros lugares, aqui é mais evidente. Sem mediações. Branco ou negro, pobre ou rico, você pode chegar aqui e ver. Essa mesma realidade macabra que se esconde em nossos próprios países enquanto escrevemos no facebook, e que é rotina dentre Amarildos, Cláudias e tantos outros Silvas. Os oprimidos e explorados existem e sofrem também em cada um dos países que nossos livros de geografia chamavam de "primeiro mundo".
Não só somos cegos, optamos por não ver, como também aqueles que estão vencendo todas essas guerras ajudam a esconder. É como olhar para o muro que divide Palestina e os Territórios ocupados da Palestina em 1948 (muito vulgarmente chamados de "Israel"). Para o lado dos invasores o muro é decorado por um mármore caro e bonito. Do lado de cá, o muro é concreto. E de concreto.Com uma parte inclinada impedindo que qualquer objeto seja lançado ao outro lado e com os arame farpado, configurando os lados da prisão e da liberdade. No muro, alguns gritos reprimidos transformaram-se em pichações.
Como falaram os companheiros do Campo de Refugiados Dheisheh, "cada realidade, de cada país capitalista, guarda o sofrimento de seus próprios "palestinos". Talvez mude a forma como tudo isso se dá, mas o conteúdo de exploração é o mesmo".
O jogo perverso e cruel que somente o dinheiro é capaz de financiar e promover está dizimando toda uma população. Muito se fala em números, como se cada vida cruelmente apagada pudesse ser contada como se contam os dedos das mãos. E ainda comparam: os 174 massacrados em Gaza equivalem aos 3 meninos assentados israelenses seqüestrados e assassinados. Os palestinos são mortos-vivos, não só assassinaram sua família, mas assassinaram tudo que se pode entender como vida. Os sonhos, os pensamentos, a imaginação são invadidas por cenas de horror desde que nasceram.
O "-vivo" trata da potência e fagulha que cada um desses lutadores coloca em ação por uma resistência desproporcional: pedras dos jovens, "molotovs" desajeitados do Hamas contra o mais bem equipado armamento do mundo concentrados em "Israel", que nada mais é que porta-aviões dos EUA.
Mas para os que só acreditam em números, eis os dados:
EM GAZA:
174 palestinos assassinados; mais de 90% civis. Dentre os civis, 70% são crianças.
17000 desalojados.
400000 tiveram sua eletricidade cortada.
860 casas destruídas.
Mais de 700 ataques aéreos.
10 escolas destruídas. 7 mesquitas destruídas. Hospital destruído.
Ouço bombas explodindo pela noite. Acordo com as bombas. Durante o dia, bombas. "Em pouco tempo você se acostuma e já nem ouve mais as bombas". Assim como a morte, a violência, é natural ouvir explosões e encontrar famílias despedaçadas pelo sionismo.
Há 12 dias os palestinos por toda a Cisjordânia encontram-se às 10h da noite para o que chamam de enfrentamento. Em outros lugares, tal como no teatro, chamamos esses momentos de "atos". Achei interessante o encontro com o real e a denominação de "enfrentamento". Ontem estive lá pela primeira vez. Fui sozinha, mas logo me acolheram, me emprestaram aparelhos de segurança e agradeceram o apoio à luta. Cheguei logo depois do primeiro bombardeio da polícia que terminou em três baleados, e outros tantos feridos e desmaiados com o forte gás lacrimogêneo. Ficaram ali poucos, mas resistindo.... com pedras, fogos e molotov, escondidos atrás de uma lixeira derrubada, aqueles vencedores resistiam a tanques e policiais sionistas fortemente armados que se escondiam no muro que construíram. Minutos depois de algumas pedras e molotovs lançados, os soldados saíram com seu armamento pesado e tanques de guerra para cima daquelas crianças. Explodindo bombas de gás e atirando. Eu estava na frente tentando tirar uma foto. Saí correndo sem enxergar muito o rumo e entrei na primeira casa que encontrei. Lá já estavam as mães prontas com garrafas de água e paninhos pra me acolher. Eram duas mulheres e 6 crianças. Um bebê de dois meses com problemas respiratórios em função do gás. Uma outra bebê de um ano e meio, outra de 3, um mais velho de 9 e as outras não lembro a idade certa. O pai da casa depois de me dar água me levou para o terraço onde talvez eu conseguiria filmar o que estava acontecendo. Infelizmente não conseguíamos abrir os olhos e assim ficou. As crianças com máscaras, seguiam brincando sob os sons de explosão, gritos de dor e de desespero. De lá de cima eu via a imagem distorcida do cenário claro de um genocídio: soldados em maior número, altamente armados. Crianças correndo e buscando um lugar para se esconder, repetindo em tempos diferentes, sem organização ou microfone: "Gaza livre, Gaza resiste! Liberdade aos palestinos!".
Me pergunto da onde os palestinos tiram essa ternura e leveza no olhar, refletindo o oposto do que os rodeiam. Esse abraço acolhedor e a entrega que nada pede em troca. Talvez comecem ali, por eles mesmos, a praticar o motivo pelo qual lutam. Como disseram os refugiados: clamamos pelo "direito ao retorno" não somente às nossas casas. Talvez nossas casas e antigas vilas nem signifiquem mais nosso desejo. Não clamamos aqui pelas contradições de um Estado e não lutaríamos por outras fronteiras. Nosso direito ao retorno é o direito à vida sem controle.
Não me interessa da onde digam que vêm todas essas imagens compartilhadas pelo facebook e que já não consigo mais ver.. tantos corpinhos sem rosto, mutilados pelo interesse financeiro. Seja da Síria, da Colômbia e da Palestina, tudo isso faz parte da mesma luta contra o mesmo inimigo. Discursos capazes de relativizar esses massacres ou de considerar "complexo demais para falarmos sobre", NÃO PASSARÃO. O que mais é necessário para tomarmos uma posição? Lutar é preciso! E há luta onde há capitalismo! Não estou em posição de dar lições à ninguém, não confundam. As lições vêm da realidade concreta.
No final do dia, nas minhas despedidas, o que me resta a dizer é: Obrigada por resistirem.
O conflito Israel x Palestina pode ser tudo, menos um "versus" entre duas etnias, ou ainda, entre duas religiões. O que chega encoberto em outros lugares, aqui é mais evidente. Sem mediações. Branco ou negro, pobre ou rico, você pode chegar aqui e ver. Essa mesma realidade macabra que se esconde em nossos próprios países enquanto escrevemos no facebook, e que é rotina dentre Amarildos, Cláudias e tantos outros Silvas. Os oprimidos e explorados existem e sofrem também em cada um dos países que nossos livros de geografia chamavam de "primeiro mundo".
Não só somos cegos, optamos por não ver, como também aqueles que estão vencendo todas essas guerras ajudam a esconder. É como olhar para o muro que divide Palestina e os Territórios ocupados da Palestina em 1948 (muito vulgarmente chamados de "Israel"). Para o lado dos invasores o muro é decorado por um mármore caro e bonito. Do lado de cá, o muro é concreto. E de concreto.Com uma parte inclinada impedindo que qualquer objeto seja lançado ao outro lado e com os arame farpado, configurando os lados da prisão e da liberdade. No muro, alguns gritos reprimidos transformaram-se em pichações.
Como falaram os companheiros do Campo de Refugiados Dheisheh, "cada realidade, de cada país capitalista, guarda o sofrimento de seus próprios "palestinos". Talvez mude a forma como tudo isso se dá, mas o conteúdo de exploração é o mesmo".
O jogo perverso e cruel que somente o dinheiro é capaz de financiar e promover está dizimando toda uma população. Muito se fala em números, como se cada vida cruelmente apagada pudesse ser contada como se contam os dedos das mãos. E ainda comparam: os 174 massacrados em Gaza equivalem aos 3 meninos assentados israelenses seqüestrados e assassinados. Os palestinos são mortos-vivos, não só assassinaram sua família, mas assassinaram tudo que se pode entender como vida. Os sonhos, os pensamentos, a imaginação são invadidas por cenas de horror desde que nasceram.
O "-vivo" trata da potência e fagulha que cada um desses lutadores coloca em ação por uma resistência desproporcional: pedras dos jovens, "molotovs" desajeitados do Hamas contra o mais bem equipado armamento do mundo concentrados em "Israel", que nada mais é que porta-aviões dos EUA.
Mas para os que só acreditam em números, eis os dados:
EM GAZA:
174 palestinos assassinados; mais de 90% civis. Dentre os civis, 70% são crianças.
17000 desalojados.
400000 tiveram sua eletricidade cortada.
860 casas destruídas.
Mais de 700 ataques aéreos.
10 escolas destruídas. 7 mesquitas destruídas. Hospital destruído.
Ouço bombas explodindo pela noite. Acordo com as bombas. Durante o dia, bombas. "Em pouco tempo você se acostuma e já nem ouve mais as bombas". Assim como a morte, a violência, é natural ouvir explosões e encontrar famílias despedaçadas pelo sionismo.
Há 12 dias os palestinos por toda a Cisjordânia encontram-se às 10h da noite para o que chamam de enfrentamento. Em outros lugares, tal como no teatro, chamamos esses momentos de "atos". Achei interessante o encontro com o real e a denominação de "enfrentamento". Ontem estive lá pela primeira vez. Fui sozinha, mas logo me acolheram, me emprestaram aparelhos de segurança e agradeceram o apoio à luta. Cheguei logo depois do primeiro bombardeio da polícia que terminou em três baleados, e outros tantos feridos e desmaiados com o forte gás lacrimogêneo. Ficaram ali poucos, mas resistindo.... com pedras, fogos e molotov, escondidos atrás de uma lixeira derrubada, aqueles vencedores resistiam a tanques e policiais sionistas fortemente armados que se escondiam no muro que construíram. Minutos depois de algumas pedras e molotovs lançados, os soldados saíram com seu armamento pesado e tanques de guerra para cima daquelas crianças. Explodindo bombas de gás e atirando. Eu estava na frente tentando tirar uma foto. Saí correndo sem enxergar muito o rumo e entrei na primeira casa que encontrei. Lá já estavam as mães prontas com garrafas de água e paninhos pra me acolher. Eram duas mulheres e 6 crianças. Um bebê de dois meses com problemas respiratórios em função do gás. Uma outra bebê de um ano e meio, outra de 3, um mais velho de 9 e as outras não lembro a idade certa. O pai da casa depois de me dar água me levou para o terraço onde talvez eu conseguiria filmar o que estava acontecendo. Infelizmente não conseguíamos abrir os olhos e assim ficou. As crianças com máscaras, seguiam brincando sob os sons de explosão, gritos de dor e de desespero. De lá de cima eu via a imagem distorcida do cenário claro de um genocídio: soldados em maior número, altamente armados. Crianças correndo e buscando um lugar para se esconder, repetindo em tempos diferentes, sem organização ou microfone: "Gaza livre, Gaza resiste! Liberdade aos palestinos!".
Me pergunto da onde os palestinos tiram essa ternura e leveza no olhar, refletindo o oposto do que os rodeiam. Esse abraço acolhedor e a entrega que nada pede em troca. Talvez comecem ali, por eles mesmos, a praticar o motivo pelo qual lutam. Como disseram os refugiados: clamamos pelo "direito ao retorno" não somente às nossas casas. Talvez nossas casas e antigas vilas nem signifiquem mais nosso desejo. Não clamamos aqui pelas contradições de um Estado e não lutaríamos por outras fronteiras. Nosso direito ao retorno é o direito à vida sem controle.
Não me interessa da onde digam que vêm todas essas imagens compartilhadas pelo facebook e que já não consigo mais ver.. tantos corpinhos sem rosto, mutilados pelo interesse financeiro. Seja da Síria, da Colômbia e da Palestina, tudo isso faz parte da mesma luta contra o mesmo inimigo. Discursos capazes de relativizar esses massacres ou de considerar "complexo demais para falarmos sobre", NÃO PASSARÃO. O que mais é necessário para tomarmos uma posição? Lutar é preciso! E há luta onde há capitalismo! Não estou em posição de dar lições à ninguém, não confundam. As lições vêm da realidade concreta.
No final do dia, nas minhas despedidas, o que me resta a dizer é: Obrigada por resistirem.
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