No
Vale do Jamari, pelo menos 3 ataques brutais foram cometidos por bandos
de pistoleiros fortemente armados, incluíndo um policial militar, pelo
menos, no período de apenas 5 dias. Mais provas irrefutáveis do que
sempre denunciamos. Mas não se viu gritaria alguma do ouvidor nacional
dos latifundiários Gercino da Silva, nem do governador Confúcio Moura /
PMDB, muito menos do comandante geral da PM coronel Ênedy e da imprensa
mentirosa, como fazem quando camponeses invadem latifúndios para
garantir o direito a terra, quando fazem manifestações, interditam
estradas ou resistem a despejos. Ao contrário, mentem para enganar os
incautos de que os camponeses em luta pela terra são os responsáveis
pelo terror que tem vigorado na região.
Mas contra fatos não há argumentos. Vamos a eles.
Acampamento Paulo Justino e Assentamento Terra Prometida
No
dia 27 de janeiro, 15 pistoleiros armados invadiram o sítio de um
camponês do Assentamento Terra Prometida, localizado na linha C 60, no
município de Ariquemes, ameaçaram-no, espancaram-no com um facão,
jogaram seus pertences para fora de casa e destruiram, inclusive uma
moto e dois carro. Seus familiares não foram agredidos porque
conseguiram se esconder.
Este foi mais um crime a mando do
latifundiário Antônio Carlos Faitaroni e da recém criada Associação de
latifundiários do Vale do Jamari que tem aterrorizado a região, desde
novembro de 2015, quando 25 camponeses tomaram a fazenda Santo Antônio
(antiga fazenda Pedra Bonita), situada na Gleba 06 de Julho, no
município de Alto Paraíso, de 2000 alqueires que Faitaroni alega ser
sua. Depois que os trabalhadores foram brutalmente despejados por
pistoleiros, acamparam provisoriamente num lote cedido por um
trabalhador do Assentamento Terra Prometida, num ato de solidariedade. É
longa a lista de crimes deste latifundiário, seus pistoleiros e
policiais: despejo, agressões, tortura, ameaças, roubos e assassinatos
bárbaros de Enilson e Valdiro, líderes do Acampamento Paulo Justino, no
dia 23 em Jaru (acompanhe na página resistenciacamponesa.com).
Mas nada disto é encontrado na
imprensa mercenária que mostra os latifundiários como se fossem homens
de bem, produtores rurais, a nata da sociedade e esconde que eles são os
verdadeiros bandidos e terroristas de Rondônia. Como o jornaleco Rondônia Vip,
que aproveitou para caluniar a LCP mais uma vez, acusando-a dos crimes
cometidos pelos pistoleiros neste último ataque no Assentamento Terra
Prometida.
E como já é tradição, eles mesmos se contradizem. No título nos acusam: “Homens da LCP invade (sic) fazenda a procura de ex-companheiro para matá-lo e causa tiroteio e destruição”. Mas no corpo da matéria dizem que um “grupo rival” da LCP provocou a destruição: “os sem-terras da LCP se correram (sic) para o mato, (...)
os 'inimigos' aproveitaram a falta de resistência: reviraram toda a
casa, quebraram os vidros de uma picape branca com uma marreta, e por
fim, furaram o tanque de uma moto e cortaram o banco, além de queimarem o
veículo Gol roubado, com placas de Jaru, que teria sido utilizado pelo
bando que representaria a Liga”. E as contradições não param por aí.
No começo da matéria, dizem que o ataque aconteceu num sítio do
Assentamento Terra Prometida, mas mais à frente, afirmam que foi na
fazenda Pedra Bonita.
Rondônia Vip mente que não somos um movimento de luta pelo sagrado direito à terra e que nossa nova modalidade de atuação é “a
invasão de propriedades rurais pequenas, tanto para ocupação quanto o
roubo ou furto de diversos objetos e equipamentos agrícolas.” Mentem que conseguiram informações de que é “uma prática corriqueira a fuga de prisioneiros para acampamentos localizados em assentamentos rurais ou em fazendas invadidas.”
Rechaçamos
essas mentiras odiosas. Afirmamos categoricamente que a LCP não
extorque, rouba ou ataca camponeses e demais trabalhadores. Ao
contrário, enfrentamos todos os perigos para destruir o latifúndio,
cortar suas terras em lotes pequenos e entregá-los a camponeses pobres
sem terra ou pouca terra, para avançar a produção cooperada e para que o
povo decida através das Assembleias Populares tudo o que lhes diz
respeito. Nem somos os causadores do terrorismo que impera no Vale do
Jamari, como afirmou Rodolfo Jacarandá, Presidente da Comissão de
Direitos Humanos da OAB de Rondônia, durante audiência pública que
organizamos em dezembro de 2015 na UNIR: “de 88 áreas identificadas
pelos órgãos do Estado como 'áreas de conflitos' [nós chamamos de
áreas onde os latifundiários acobertados pelas forças policiais do
Estado e pelo judiciário cometem mais crimes contra a população], no máximo em 26 destas foram identificadas a participação de 'movimentos sociais' [nós
chamamos de movimentos políticos de organização do povo para lutar pela
terra, e política não é ficar nesse jogo eleitoreiro de PT X PSDB e
Cunha x Dilma não].” Só se engana quem não conhece a realidade dos campones de Rondônia.
Acampamento na linha C 114, no município de Cujubim
Camponeses
invadiram a fazenda Tucumã, localizada na linha C 114, no município de
Cujubim, também conhecida como fazenda do Japonês. No dia 28 de janeiro
eles foram despejados. No dia 31, 5 ex-acampados foram de carro buscar
alguns pertences que tinham deixado na fazenda. Estacionaram próximo e
concluíam o deslocamento a pé quando foram atacados a tiros por
pistoleiros fortemente armados, que estavam numa caminhonete. Os jovens
conseguiram fugir e se abrigar na mata e ao tentar retornar ao carro,
foram novamente atacados a tiros, desta vez por mais pistoleiros e mais
uma caminhonete. Na fuga, os jovens se separaram, um deles viu quando
Ruan Hildebran Aguiar, de 18 anos, caindo ao solo. Ele e Alysson
Henrique Lopes, de 23 anos, estão desaparecidos. 3 conseguiram chegar
numa vila e pegar uma carona até Cujubim, onde chegaram por volta da 1
hora da madrugada. Se eles não tivessem sobrevivido e denunciado, seria
mais um crime jogado nas costas dos camponeses, como briga de grupos
rivais.
Moradores da região relataram que
viram vários pistoleiros fortemente armados, com roupas camufladas, em
duas caminhonetes, abrigados na sede da fazeda Tucumã. Os criminosos
abordaram vários camponeses perguntando pelos invasores de terra e pelo
jovem desaparecido. Certamente não queriam deixar testemunhas. No dia 1º
de fevereiro a polícia localizou um corpo carbonizado dentro de um
carro Santana queimado.
No
dia 3 de fevereiro, policiais que estariam procurando pelo desaparecido
abordaram uma caminhonete com 4 pistoleiros: o 3º sargento PM Moisés
Ferreira de Souza, Cristovão Rodrigues, Valdemir Pires dos Santos e
Daniel Francisco dos Santos. A polícia apreendeu armas de grosso calibre
e vários equipamentos bélicos na caminhonete Chevrolet S 10, placa
OHU-1290 e na fazenda. O arsenal apresentado pelos policiais foi: uma
submetralhadora 9mm, três espingardas 12, uma espingarda 28, uma
espingarda 16, um revólver 38, mais de 300 munições intactas de diversos
calibres, carregadores, coletes balísticos, capuzes, um rádio
transmissor, celulares e documentos de outra caminhonete Amarock.
Zombando da inteligência da população,
a polícia disse que o sargento pistoleiro conseguiu fugir, após agredir
um policial no pé, quando era colocado na viatura! Ele se juntou a
vários pistoleiros que estavam escondidos na mata e que começaram a
disparar contra os policiais.
Neste caso, também se pode ver dois pesos e duas medidas dos porta-vozes do latifúndio e do velho Estado fascistas. O jornaleco Rondônia Vip
omitiu de forma muito conveniente mais um PM atuando como pistoleiro e
sua fuga milagrosa. Disse que os bárbaros pistoleiros como “suspeitos”
de serem “seguranças das fazendas” contratados para “proteger contra
invasões dos sem-terras”. Apresentou o terror cometido pelos criminosos
como “troca de tiros”. Da mesma laia, o Canal 35 chamou os pistoleiros
de “peões de fazenda”. Já um suposto ataque à fazenda Fluminense que
teria sido cometido por camponeses no último dia 3 foi chamado de “Terror e destruição”.
Esses ataques da imprensa não é só mau
jornalismo, fazem parte de um plano maior dos quadros do latifúndio e
do velho Estado, comandado pelo coronel Ênedy para criminalizar,
demonizar e exterminar lideranças e ativistas da luta combativa pela
terra, especialmente da LCP. É urgente que se levante uma ampla e ativa
campanha de defesa dos camponeses, seus líderes combativos e da luta
sagrada pela terra.
Terra para quem nela vive e trabalha!
Lutar pela terra não é crime!
Fora Confúcio e Ênedy fascistas!
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