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Centenas de manifestantes
percorreram o centro do Rio de Janeiro nesta terça-feira, 14 de agosto,
desfraldando bandeiras em defesa dos 23 ativistas condenados
recentemente, pelo direito à livre manifestação, contra a intervenção
militar, contra o genocídio do povo pobre e negro nas favelas e em
repúdio ao assassinato político de Marielle Franco. O ato foi convocado
pela campanha Não é só pelos 23, é por todas e todos que lutam! e contou com a participação das mães e familiares vítimas da violência do velho Estado.
Sob as consignas Chega de chacina polícia assassina, Fora intervenção, o povo quer saúde e educação, Por nossos filhos eu digo não à intervenção e Nem eleição, nem intervenção, o povo quer é fazer revolução, os manifestantes marcharam altivamente da Candelária até a Cinelândia.
O ato foi destacado pela presença
massiva das mães e familiares de vítimas assassinadas pelo aparato
repressivo do velho Estado, contando também com a participação de
ativistas progressistas, membros de movimentos revolucionários,
populares, estudantis e democráticos.
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Glaucia dos Santos marcha lançando consignas contra intervenção militar | Ellan Lustosa/AND
Dentre as mães e familiares
estiveram presente Gláucia dos Santos, que teve seu filho Fabrício
executado pela Polícia Militar (PM) na virada de 2014, no Chapadão;
Bruna da Silva, mãe do menino Marcos Vinicius, assassinado em junho por
operação da Polícia Civil (PC) no Complexo do Maré; familiares de um dos
cinco jovens assassinados em novembro de 2015, em Costa Barros, com 111
tiros; a Ana Paula de Oliveira, mãe do jovem Johnatha, executado pela
Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) de Manguinhos, em maio de 2014;
e José Luiz Faria da Silva, pai do menino Maycon, de 2 anos, executado
em abril de 1996, em Acari, classificado como "auto de resistência", e
tantas outras mães e familiares.
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Mães marcharam junto com os movimentos populares contra a intervenção militar e a perseguição política | Ellan Lustosa/AND
Ao fim do ato realizado na Câmara
dos Vereadores, Cinelândia, diversos manifestantes realizaram em praça
pública intervenções, denunciando as chacinas cometidas pelo velho
Estado com suas polícias assassinas contra a juventude negra e pobre.
Mencionou-se também que esse mesmo Estado é o responsável por perseguir e
condenar os 23 ativistas políticos. As mães de vítimas da violência
reafirmaram com combatividade o caminho da resistência ante os
genocídios cometidos contra os filhos do povo, prestando sua
solidariedade aos 23.
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Bruna da Silva, mãe de Marcos Vinicius | Ellan Lustosa/AND
“O maior crime que esses
governantes cometem é roubar a vida da nossa juventude diariamente. São
60 mil assassinados anualmente. E quem são os assassinados? Eles moram
nas favelas, eles têm a pele preta, eles são trabalhadores! Porque esse
genocídio em marcha é contra a nossa classe, contra os que trabalham, os
que vivem honestamente”, agitou Igor Mendes, em frente à Cinelândia.
“Nos últimos 20 anos, quantos presidentes passaram pelo Planalto?
Quantos partidos? Vários, inclusive um dito de esquerda, o PT, e só fez
criar Força Nacional de Segurança, ajudou a instalar a UPP. Portanto,
essa não é a nossa luta. É uma farsa! Só quem pode nos defender somos
nós mesmos!”, concluiu.
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Solidariedade Internacional
Participantes saudaram no ato o
apoio internacional aos 23 ativistas recebido pela jovem combatente
palestina Ahed Tamimi, que foi recentemente libertada da prisão
sionista.
Diversas ações de solidariedade
repercutiram por todo o Brasil como em Belo Horizonte (MG) onde foi
realizado cinedebate sobre o filme Operações de Garantia da Lei e da Ordem
e em Montes Claros (Norte de Minas) onde ocorreu uma agitação do Dia
Nacional de Luta por estudantes da Executiva Nacional dos Estudantes de
Pedagogia (ExNEPe) e Executiva Nacional de Estudantes de Filosofia
(ENEF), na qual os participantes prestaram apoio aos 23.
Os manifestantes também realizaram
um chamado internacional de solidariedade a todas e todos que lutam,
sendo atendido por várias organizações e entidades como a Agrupación de Víctimas de violencia policial e outras organizações no Chile, membros da Universidade de Moscou, além do próprio apoio da jovem palestina Ahed Tamimi.
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