Monday, October 5, 2020

la rebellion de masas en colombia

Colômbia: Rebelião das massas continua e povo promove protestos, ocupações e greves

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Manifestantes marcham em Medellín no dia 21 de setembro durante a rebelião das massas que começara no dia 9/07.

A rebelião das massas colombianas desatada no dia 9 de setembro, após a tortura até a morte de um trabalhador e pai pela polícia reacionária, continuou ininterruptamente durante todo esse mês, com o povo empreendendo diversas ações combativas, entre elas mais protestos contra a violência do velho Estado após o assassinato de uma mulher com um tiro na cabeça pelo exército reacionário, greves e ocupações de terrenos. 

No dia 21 de setembro, protestos multitudinários em dezenas de cidades aconteceram, contando com diversas ações combativas do povo em revolta. 

Em Medellín, a juventude combativa, indo contra o trajeto traçado pelas grandes centrais sindicais oportunistas,  tomou a Av. Oriental, que cruza o centro da cidade e passa pelo Comando da Polícia Metropolitana do Vale do Aburrá e importantes filiais de diferentes bancos. Mais de 4.000 pessoas se mobilizaram, incluindo um grande grupo de jovens de diferentes posições políticas que realizaram diversas ações, tais como colagem de cartazes, pichações, ataques contra bancos, bloqueios de rua, e contra o Comando da Polícia, que teve uma parte incendiada por coquetéis molotov.

Diante da iniciativa da juventude de atacar as instituições alvos da fúria das massas, a polícia dispersou a marcha com vários tanques disparando grandes quantidades de gás lacrimogêneo e água e depois com uma grande perseguição com motocicletas contra os jovens que protestavam. Os jovens responderam aos tanques com coquetéis molotov, fazendo-os recuar em muitas ocasiões.

Na cidade de Cali, após intensa repressão da polícia aos protestos em frente à Polícia de Cali (Sijin), os manifestantes entraram em confronto com as forças de repressão. Também, uma câmera fotomultadora foi queimada, e a estação de metrô MIO foi atacada. 

Em Bogotá, um banco foi alvo da fúria das massas, com os manifestantes também entrando em confronto com as forças de repressão, além de diversos bloqueios de estrada realizados em diversos locais da cidade.

Manifestantes atacam banco em Bogotá. Fonte: Reprodução/ Twitter/ @ClaudiaLopez

Em Barranquilla, um placa em apoio ao ex-presidente reacionário Álvaro Uribe foi destruída e em Pasto (Nariño), três pessoas ficaram feridas em enfrentamentos com as forças de repressão.

Também, 150 trabalhadores da Metrolínea (empresa de metrô) em Bucaramanga entram em greve no dia 22/09 após o atraso de duas semanas de salário e parte do bônus. Entretanto, se a empresa não pagar a dívida na totalidade, os trabalhadores podem voltar à greve. Juan Carlos Estrada, vice-presidente do sindicato dos transportadores, disse que "a situação que os trabalhadores tinham tido foi parcialmente resolvida", mas que, se no dia 5 de outubro não fosse feito outro pagamento devido, conforme acordado com a empresa, "ninguém estaria disposto a continuar trabalhando sem um salário".

Em 23/09, centenas de famílias que sofreram diretamente a crise do capitalismo burocrático, incapazes de pagar o aluguel, ocuparam uma área na cidade de Ciudad Bolivar, em Bogotá, sendo alvos de uma tentativa de expulsão da prefeitura. Devido à ação combativa das massas, em 25 de setembro os ocupantes conseguiram que a prefeitura lhes desse um vale-alimentação e subsídios para aluguel. 

Como parte da rebelião das massas, em 24/07, povos indígenas bloquearam a rodovia Pan-Americana, que liga Cali e Popayán, após um funcionário do governo se recusar a assinar um acordo para não restaurar a estátua do colonizador genocida Sebastián de Belalcázar. A estátua tinha sido derrubada no dia 16 de em meio a um protesto.

Nos dias 25 e 26 de setembro, revoltas eclodiram em todo o país contra o assassinato de Juliana Giraldo, mulher trans morta com um tiro na cabeça por um soldado do exército colombiano, em frente ao seu marido, enquanto os dois apenas dirigiam por uma estrada, passando por uma blitz do exército, 8:30 da manhã do dia 24/09, na comunidade de Guatemala, em Miranda.

No dia 26/09, uma estátua representando e homenageando um soldado foi derrubada em Palmira, Cauca, durante um protesto contra o assassinato da mulher. Também foi pichado na base do que restou da estátua “Assassinos da Juliana”.

Já no dia anterior, no Batalhão da Terceira Brigada da Polícia Militar de Pichincha (Cali), em meio a um protesto no local, um policial atirou com arma de fogo à mesmo contra a multidão, sendo logo após atacado pelas massas enfurecidas.

A motocicleta do policial foi queimada pelos manifestantes.

No mesmo dia 25, cerca de 40 jovens protestaram em frente à Quarta Brigada do Exército em Medellín. Eles exigiam justiça por Juliana entoando palavras de ordem como Soldados assassinos!, Militares e paramilitares, a mesma relação! e Sem vergonha!. Eles exigiram que o Governo Nacional pedisse desculpa pelo que aconteceu e que este acto não ficasse impune.

Veja aqui imagens das manifestações combativas do dia 21 de setembro, pelo jornal da imprensa popular e democrática colombiana, El Comunero:

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