Moção de repúdio às prisões em Rondônia |
O Movimento Classista de Trabalhadores em Educação – MOCLATE manifesta total REPÚDIO
CONTRA A AÇÃO TRUCULENTA DA POLÍCIA MILITAR DE RONDÔNIA que na tarde
dia 24 de maio de 2016 prendeu 04 estudantes e um professor que
distribuíam panfletos assinados pelos camponeses de Ariquemes e
Ji-Paraná denunciando a grilagem de terras em Rondônia e ação da PM na
criminalização da luta pela terra.
Os energúmenos de farda, como cães de
guarda do latifúndio, agiram com truculência e ferindo as liberdades
individuais e coletivas previstas na Constituição Brasileira, que os
mesmos dizem defender. A voz de prisão deveria ser dada aos policiais
que agiram com abuso de autoridade e na ilegalidade. Contudo,
vivemos num ESTADO DE EXCESSÃO, que criminaliza a luta pela terra, onde
agentes do Estado com ou sem farda assassinam pobres no campo e nas
periferias das cidades.
Em release distribuído a vários
sites, o assessor de imprensa da PM de Rondônia, Lenilson Guedes,
tratou de destilar seu veneno afirmando que a PM de Confúcio Moura/PMDB,
age no campo rondoniense, visando “combater atos de terrorismo” e que,
os jovens presos, estavam “tentando aplicar a ideologia da LCP”. Pasmem! Defender ideias, direitos e se manifestar não são crimes!
Crime foi a ação da PM que executou camponeses há 20 anos em Corumbiara (RO) e em Eldorado dos Carajás (PA)!
Crimes são os praticados por grupos de extermínio que já assassinaram
10 camponeses em Rondônia em 2016. Terrorismo é o praticado pelo Estado
de Rondônia, através de seu aparelho repressor comandado pelo Coronel
Ênedy que persegue, tortura e executa camponeses e jovens nas
periferias!
Há 10 anos, em Porto Velho (RO) o
professor Josafá Borges da Silva, de 23 anos, foi executado em sua
residência pelo então cabo PM da COE (Comando de Operações Especiais)
Antonio Eduardo Guimarães Souza. A polícia adentrou a residência sem
mandado judicial e após a execução retirou o corpo do local, mesmo com a
família aterrorizada, dizendo que iria prestar socorro, para simular
que Josafá estava armado e reagiu à ação da PM! Quem afinal causa o terror em Rondônia?
Segundo dados da CPT, os assassinatos do
campo aumentaram 39% em 2015 em relação ao ano anterior. Só no ano de
2015, foram mortos mais de 20 camponeses em Rondônia em virtude de
conflitos agrários.
E sim, a PM age sem mandado de
reintegração de posse e inúmeros policiais fazem pistolagem, como no
caso do acampamento 10 de maio em Alto Paraíso (RO) onde o latifundiário
Caubi Moreira Quito afirmou em depoimento à polícia civil de Ariquemes em 29 de dezembro de 2012 que “negociou” com o“PM-Rivelino
e PM-Dirceu a venda de 150 (cento e cinquenta) alqueires de terra” para
que eles providenciassem a “segurança da área” e que os mesmos
retiraram os camponeses da área e que continuaram a prestar serviços e
que à época lá “trabalhavam” cerca de “10 policiais” e que cada um
receberia “10 alqueires de terra”. A área do dito fazendeiro é na verdade terra pública da União que foi grilada pelo latifúndio conforme atesta o próprio INCRA! Latifundiário e policiais, então, dividem o que na verdade é do povo!
Segundo denúncias reveladas em 15 de
outubro de 2014 em Ji Paraná, na 733ª Reunião da Comissão Nacional de
Combate à Violência no Campo, “capangas”, “milícias”, agentes
penitenciários e policiais militares fortemente armados eram contratados
para realizar “segurança” nas fazendas da região de Ariquemes, em
Rondônia, sob a coordenação de um oficial da Polícia Militar e
ex-comandante do 7º Batalhão de Ariquemes. A acusação, que não
cita o nome do referido oficial, foi revelada, segundo o relatório, da
reunião, a partir de informações do próprio Núcleo Integrado de
Inteligência da Polícia Militar, que só divulgou a informação temendo
uma reação dos camponeses e “mortes de ambos os lados”.
É preciso que as organizações
classistas, movimentos populares e intelectuais honestos se unam para
barrar o genocídio contra os camponeses, ribeirinhos, indígenas e pobres
das periferias! Organizemos uma grande campanha nacional para denunciar
os crimes praticados pelo Estado Burguês-latifundiário!
Abaixo a perseguição e criminalização contra os camponeses e o povo pobre de Rondônia!
PM FASCISTA! VOCÊ É TERRORISTA!
Brasil, 29 de maio de 2016.
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