Friday, June 3, 2016

Brasil - O Movimento Classista de Trabalhadores em Educação – MOCLATE contra a policia militar de Rondonia

Moção de repúdio às prisões em Rondônia



O Movimento Classista de Trabalhadores em Educação – MOCLATE manifesta total REPÚDIO CONTRA A AÇÃO TRUCULENTA DA POLÍCIA MILITAR DE RONDÔNIA que na tarde dia 24 de maio de 2016 prendeu 04 estudantes e um professor que distribuíam panfletos assinados pelos camponeses de Ariquemes e Ji-Paraná denunciando a grilagem de terras em Rondônia e ação da PM na criminalização da luta pela terra.
Os energúmenos de farda, como cães de guarda do latifúndio, agiram com truculência e ferindo as liberdades individuais e coletivas previstas na Constituição Brasileira, que os mesmos dizem defender. A voz de prisão deveria ser dada aos policiais que agiram com abuso de autoridade e na ilegalidade. Contudo, vivemos num ESTADO DE EXCESSÃO, que criminaliza a luta pela terra, onde agentes do Estado com ou sem farda assassinam pobres no campo e nas periferias das cidades.
Em release distribuído a vários sites, o assessor de imprensa da PM de Rondônia, Lenilson Guedes, tratou de destilar seu veneno afirmando que a PM de Confúcio Moura/PMDB, age no campo rondoniense, visando “combater atos de terrorismo” e que, os jovens presos, estavam “tentando aplicar a ideologia da LCP”. Pasmem! Defender ideias, direitos e se manifestar não são crimes!
Crime foi a ação da PM que executou camponeses há 20 anos em Corumbiara (RO) e em Eldorado dos Carajás (PA)! Crimes são os praticados por grupos de extermínio que já assassinaram 10 camponeses em Rondônia em 2016. Terrorismo é o praticado pelo Estado de Rondônia, através de seu aparelho repressor comandado pelo Coronel Ênedy que persegue, tortura e executa camponeses e jovens nas periferias!
Há 10 anos, em Porto Velho (RO) o professor Josafá Borges da Silva, de 23 anos, foi executado em sua residência pelo então cabo PM da COE (Comando de Operações Especiais) Antonio Eduardo Guimarães Souza. A polícia adentrou a residência sem mandado judicial e após a execução retirou o corpo do local, mesmo com a família aterrorizada, dizendo que iria prestar socorro, para simular que Josafá estava armado e reagiu à ação da PM! Quem afinal causa o terror em Rondônia?
Segundo dados da CPT, os assassinatos do campo aumentaram 39% em 2015 em relação ao ano anterior. Só no ano de 2015, foram mortos mais de 20 camponeses em Rondônia em virtude de conflitos agrários.
E sim, a PM age sem mandado de reintegração de posse e inúmeros policiais fazem pistolagem, como no caso do acampamento 10 de maio em Alto Paraíso (RO) onde o latifundiário Caubi Moreira Quito afirmou em depoimento à polícia civil de Ariquemes em 29 de dezembro de 2012 que “negociou” com o“PM-Rivelino e PM-Dirceu a venda de 150 (cento e cinquenta) alqueires de terra” para que eles providenciassem a “segurança da área” e que os mesmos retiraram os camponeses da área e que continuaram a prestar serviços e que à época lá “trabalhavam” cerca de “10 policiais” e que cada um receberia “10 alqueires de terra”. A área do dito fazendeiro é na verdade terra pública da União que foi grilada pelo latifúndio conforme atesta o próprio INCRA! Latifundiário e policiais, então, dividem o que na verdade é do povo!
Segundo denúncias reveladas em 15 de outubro de 2014 em Ji Paraná, na 733ª Reunião da Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, “capangas”, “milícias”, agentes penitenciários e policiais militares fortemente armados eram contratados para realizar “segurança” nas fazendas da região de Ariquemes, em Rondônia, sob a coordenação de um oficial da Polícia Militar e ex-comandante do 7º Batalhão de Ariquemes. A acusação, que não cita o nome do referido oficial, foi revelada, segundo o relatório, da reunião, a partir de informações do próprio Núcleo Integrado de Inteligência da Polícia Militar, que só divulgou a informação temendo uma reação dos camponeses e “mortes de ambos os lados”.
É preciso que as organizações classistas, movimentos populares e intelectuais honestos se unam para barrar o genocídio contra os camponeses, ribeirinhos, indígenas e pobres das periferias! Organizemos uma grande campanha nacional para denunciar os crimes praticados pelo Estado Burguês-latifundiário!
Abaixo a perseguição e criminalização contra os camponeses e o povo pobre de Rondônia!
PM FASCISTA! VOCÊ É TERRORISTA!
Brasil, 29 de maio de 2016.

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