Tuesday, September 3, 2019

BOLETIM INFORMATIVO CEBRASPO - EDIÇÃO Nº 16


BOLETIM CEBRASPO: SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL E A LUTA DOS POVOS NO BRASIL E NO MUNDO. DEFESA DA LIBERDADE DOS PRESOS POLÍTICOS

CEBRASPO - Defender o direito do povo lutar pelos seus direitos!

Edição nº 16 - Agosto, 2019





Ativistas estadunidenses, canadenses, irlandeses, austríacos, alemães e brasileiros realizaram diversas atividades em solidariedade ao camarada Théo, revolucionário francês e preso político. Os ativistas exigem ainda a sua libertação imediata do cárcere. Imagens das ações, especialmente pichações, foram publicadas pelo jornal popular francês Cause du Peuple. O militante foi preso em seu local de trabalho no dia 22 de julho, em Nantes. Ele foi acusado de pichar a casa de um ex-ministro localizada em Orvault e de participar de protestos contra as mudanças nas leis trabalhistas em 2016. A campanha internacional também exige a liberdade para outros dois ativistas do movimento dos coletes amarelos, Téo e Tristan, 
INTERNACIONAL:

No dia 4 de julho, o governo reacionário de Martín Vizcarra autorizou as Forças Armadas peruanas a intervirem para reprimir a greve de tempo indeterminado que está ocorrendo na região de Arequipa, contra o projeto de mineração de cobre conhecido como “Tia Maria”. A medida autorizou que as Forças Armadas apoiem militarmente a Polícia Nacional Peruana por 30 dias visando “o mantimento da ordem” no porto de Matarani, um dos locais que seria afetado pela mineração. O porto havia sido bloqueado por dez dias pelo protesto dos camponeses, como forma de exigir que o governo não entregue a licença à mineradora imperialista Southern Copper Corporation (SCC), que pretende iniciar uma exploração na região.

Repercutirmos documento emitido pela Associação dos Trabalhadores Indianos (Grã Bretanha) que condena a divisão imposta pelo governo de Modi (do Partido do Povo Indiano, BJP), que viola a Constituição e a autodeterminação dos povos de Jammu e Caxemira e intensifica a violência e a repressão contra as massas da região, que já é uma das zonas mais militarizadas do mundo. Estendemos nossa solidariedade aos povos de Jammu e Caxemira e condenamos veementemente essa grave violação e esse ataque aos direitos dos povos por parte do Primeiro Ministro da Índia.

No dia 11 de agosto, quando se iniciava a festividade muçulmana de Eid al-Adha (festa do sacrifício), palestinos foram covardemente atacados pela polícia israelense ao se oporem à entrada de judeus fanáticos no terceiro lugar mais sagrado para o Islã, o complexo de Al-Aqsa, localizada na Jerusalém Oriental, ocupada e colonizada pelo Estado de Israel. Segundo os palestinos, grupos extremistas formados por colonos judeus tentavam entrar no sítio, o que, a princípio, havia sido proibido por “autoridades” israelenses, mas depois permitido. Ao menos 1,7 mil judeus fanáticos entraram no local, causando indignação nos palestinos e despertando o sentimento patriótico anticolonial. 

Durante um protesto contra a demolição de moradias populares, 12 moradores foram presos, em Austin, estado do Texas. O protesto, que invadiu o conselho municipal da cidade (equivalente às Câmaras Municipais no Brasil), rechaçou o projeto que visa construir no local condomínios de luxo e denunciou que os parlamentares foram “comprados” pela construtora. “Nós vamos lutar contra a gentrificação com a revolução”, disse uma jovem chicana¹ que seria afetada pela demolição de moradias em Riverside para a construção dos condomínios de luxo.

O velho Estado mexicano emitiu sete pedidos de prisão para revolucionários mexicanos que são lideranças da seção nove do Sindicato Nacional Independente dos Trabalhadores da Saúde (SNITS), sendo um deles também dirigente da Corrente do Povo Sol Rojo. Os pedidos de prisão foram feitos após uma vitoriosa paralisação de 25 dias no setor da saúde, onde o sindicato combativo exigiu a reintegração de mais de 170 demitidos. Para tentar aplastar o forte movimento independente, o governo de Oaxaca começou uma campanha de perseguição aos militantes.

Konnath Muralidharan, mais conhecido como camarada Ajith, de 66 anos, foi libertado provisoriamente da prisão de Yerwada, no último dia 23 de julho. Ele é um veterano dirigente maoista, além de escritor e prestigiado intelectual. Ajith estava preso desde o dia 9 de maio 2015, sob a acusação de pertencer ao Partido Comunista da Índia (Maoista), o que nunca foi provado. Após conquistar sua liberdade, Ajith deu uma entrevista que pode ser acessada no seguinte endereço:

No dia 28 de agosto, o judiciário de Munique retirou o pedido de prisão contra o ativista turco Deniz Pektaş, acusado de fazer parte do TKP/ML (Partido Comunista da Turquia/Marxista-Leninista). Deniz Pektaş ficou preso por mais de quatro anos nas masmorras do velho estado alemão, parcialmente em em confinamento solitário sem nunca sequer ter sido sentenciado por crime algum.

NACIONAL

No dia 1º de agosto, famílias camponesas da área Bacuri, no município de Rio Crespo, foram despejadas de suas terras numa ação de reintegração de posse. Essas são terras públicas griladas pelos latifundiários conhecidos como Dagmar, Paulo França e Genaro. Dois dias depois, a área que Paulo França se diz dono estava cheia de guaxebas (como são chamados os pistoleiros do latifúndio na região). Segundo informação dos camponeses, no meio dos guaxebas há policiais comandando a pistolagem. Os pistoleiros atearam fogo em pastos, barracos e atacaram a tiros camponeses que se recusaram a sair da área. Os camponeses estão resistindo e prometem não abrir mão de suas terras e benfeitorias.

Mais de 2,5 mil pessoas participaram de ato em memória de Sharley Sales Mendes Fermin Junior no último dia 1º de agosto. O jovem de 18 anos foi assassinado por um cabo da Polícia Militar (PM) do Amazonas na madrugada do dia 28 de julho, no município de Jutaí, a 749 quilômetros da capital do estado, Manaus. Carregando faixas e cartazes, os manifestantes exigiam justiça aos assassinos fardados. A aglomeração teve início por volta das 16h30 e seguiu em passeata pelas principais ruas da cidade até o local onde o jovem caiu baleado. Posteriormente, os manifestantes se encaminharam à praça do João e concluíram a programação na praça do Seringueiro.

No último dia 1º de agosto, por volta das 4h da manhã, 200 indígenas do povo Kinikinau, entre eles idosos e crianças, retomaram seu território na fazenda Água Branca, no município de Aquidauana (MS), área reivindicada há mais de cem anos pela etnia como território tradicional. De forma ilegal e sem ordem judicial do âmbito federal, imediatamente depois, no mesmo dia, o prefeito da cidade, Odilon Ribeiro (latifundiário e primo da atual ministra da Agricultura, Tereza Cristina), convocou as forças repressivas do velho Estado para despejarem os indígenas na base de agressões e humilhações.

A Polícia Militar invadiu um encontro fechado das lideranças femininas do PSOL, que acontece na sede do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal, no centro de São Paulo. O partido afirma que a ação ocorreu sem mandado, enquanto a corporação diz que a entrada foi para verificar “concentração de pessoas”. No Twitter do Psol, os militantes do partido relatam que os policiais pediram documentos dos participantes e anunciaram estar monitorando o encontro.

A Resistência Camponesa de Santa Elina ocorreu em 9 de agosto de 1995, em Corumbiara, Rondônia. Os camponeses foram à batalha com paus, pedras e velhas espingardas de caça contra uma tropa de policiais e pistoleiros a mando do latifúndio e do governador Valdir Raupp (PMDB). Em documento, a LCP aponta que surgiu desta heroica resistência, lembrando os camponeses que verteram sangue e suor na luta pela terra e afirma que as famílias camponesas continuam na área, lutando e garantindo seu sagrado direito a terra. A LCP também realizou ato político no dia 17/08 em áreas camponesas para celebrar a resistência. Organizações classistas como o MOCLATE também fizeram celebração em 12/08 na UNIR

Nos dias 10 e 11 de agosto foi promovido o “Dia do fogo”, uma ação política dos latifundiários que devastou produções dos camponeses e pequenos produtores e cobriu várias regiões do país com nuvens de fumaça. Em Rondônia, no dia 13 de agosto, o fogo das queimadas foi se alastrando ao longo da Linha TB-14 e atingiu dezenas de casas, incluindo o assentamento Galo Velho, no município de Machadinho do Oeste, forçando os moradores a abandonar suas casas com medo. Depois do fogo se extinguir, os camponeses retornaram ao local e encontraram, além de suas as casas e pertences destruídos, um casal que morreu abraçado e carbonizado

A comunidade do Cajueiro, na zona rural de São Luís (Maranhão), sofreu uma violenta reintegração de posse no dia 12 de agosto, autorizada pelo estado do Maranhão e efetuada pela Polícia Militar (PM) do governador Flávio Dino (PCdoB). Os 200 policiais foram acionados para executar o despejo forçado das cerca de 80 famílias que lá vivem e possuem título de pescadores tradicionais já há 21 anos.

No Rio da Janeiro, um aumento na letalidade por parte da PM em ações policiais levou a um aumento significativo nas mortes dos moradores de favelas e bairros periféricos, em sua maioria negros e pobres. No dia 12 de agosto, no município de Magé, o jovem Henrico de Jesus Viegas de Menezes Júnior, de 19 anos, esperava o ônibus às margens da Favela Terra Nova, no bairro Lagoa, quando foi atingido na barriga e socorrido por colegas. No local, ocorria uma operação da Polícia Militar. Em Niterói, no dia 12, o jovem Dyogo Coutinho, de 16 anos, saía de casa na Favela da Grota para jogar uma partida de futebol quando foi surpreendido pela chegada da PM, em um dos acessos ao bairro. Os PMs dispararam e acertaram Dyogo na barriga. No dia 9 de agosto, no bairro da Tijuca, na cidade do Rio, o estudante Gabriel Pereira Alves, 18 anos, foi atingido por um tiro enquanto esperava o ônibus próximo a comunidade do Borel, Gabriel não resistiu aos ferimentos. Em todas esses covardes assassinatos, as massas se rebelaram e fizeram protestos combativos contra a violência policial desencadeada contra as massas dessas favelas, que vitima e assassina jovens diariamente. 


O preso político chileno no Brasil, Mauricio Hernández Norambuena, ex-dirigente da Frente Patriótica Manuel Rodríguez (FPMR), foi extraditado para o Chile no dia 20 de agosto. A família de Norambuena disse que não foi informada oficialmente sobre a transferência e disse que o Chile deveria respeitar a condenação que Norambuena recebeu da Justiça brasileira, de 30 anos de prisão. No Chile, ele tem duas condenações à prisão perpétua. O chileno Mauricio Hernández Norambuena era o "Comandante Ramiro", dirigente da Frente Patriótica Manoel Rodrigues (FPMR), uma organização político-militar que empreendeu a luta armada contra o regime militar-fascista de Pinochet, no Chile, na década de 1970, estendendo suas ações durante os anos de 1980 e início de 1990.

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