BOLETIM CEBRASPO: SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL E A LUTA DOS POVOS NO BRASIL E NO MUNDO. DEFESA DA LIBERDADE DOS PRESOS POLÍTICOS
CEBRASPO - Defender o direito do povo lutar pelos seus direitos!
Edição nº 16 - Agosto, 2019
Ativistas estadunidenses, canadenses, irlandeses, austríacos, alemães e
brasileiros realizaram diversas atividades em solidariedade ao camarada
Théo, revolucionário francês e preso político. Os ativistas exigem ainda
a sua libertação imediata do cárcere. Imagens das ações, especialmente
pichações, foram publicadas pelo jornal popular francês Cause du
Peuple. O militante foi preso em seu local de trabalho no dia 22 de
julho, em Nantes. Ele foi acusado de pichar a casa de um ex-ministro
localizada em Orvault e de participar de protestos contra as mudanças
nas leis trabalhistas em 2016. A campanha internacional também exige a
liberdade para outros dois ativistas do movimento dos coletes amarelos,
Téo e Tristan,
INTERNACIONAL:
No
dia 4 de julho, o governo reacionário de Martín Vizcarra autorizou as
Forças Armadas peruanas a intervirem para reprimir a greve de tempo
indeterminado que está ocorrendo na região de Arequipa, contra o projeto
de mineração de cobre conhecido como “Tia Maria”. A medida autorizou
que as Forças Armadas apoiem militarmente a Polícia Nacional Peruana por
30 dias visando “o mantimento da ordem” no porto de Matarani, um dos
locais que seria afetado pela mineração. O porto havia sido bloqueado
por dez dias pelo protesto dos camponeses, como forma de exigir que o
governo não entregue a licença à mineradora imperialista Southern Copper
Corporation (SCC), que pretende iniciar uma exploração na região.
Repercutirmos
documento emitido pela Associação dos Trabalhadores Indianos (Grã
Bretanha) que condena a divisão imposta pelo governo de Modi (do Partido
do Povo Indiano, BJP), que viola a Constituição e a autodeterminação
dos povos de Jammu e Caxemira e intensifica a violência e a repressão
contra as massas da região, que já é uma das zonas mais militarizadas do
mundo. Estendemos nossa solidariedade aos povos de Jammu e Caxemira e
condenamos veementemente essa grave violação e esse ataque aos direitos
dos povos por parte do Primeiro Ministro da Índia.
No
dia 11 de agosto, quando se iniciava a festividade muçulmana de Eid
al-Adha (festa do sacrifício), palestinos foram covardemente atacados
pela polícia israelense ao se oporem à entrada de judeus fanáticos no
terceiro lugar mais sagrado para o Islã, o complexo de Al-Aqsa,
localizada na Jerusalém Oriental, ocupada e colonizada pelo Estado de
Israel. Segundo os palestinos, grupos extremistas formados por colonos
judeus tentavam entrar no sítio, o que, a princípio, havia sido proibido
por “autoridades” israelenses, mas depois permitido. Ao menos 1,7 mil
judeus fanáticos entraram no local, causando indignação nos palestinos e
despertando o sentimento patriótico anticolonial.
Durante
um protesto contra a demolição de moradias populares, 12 moradores
foram presos, em Austin, estado do Texas. O protesto, que invadiu o
conselho municipal da cidade (equivalente às Câmaras Municipais no
Brasil), rechaçou o projeto que visa construir no local condomínios de
luxo e denunciou que os parlamentares foram “comprados” pela
construtora. “Nós vamos lutar contra a gentrificação com a revolução”,
disse uma jovem chicana¹ que seria afetada pela demolição de moradias em
Riverside para a construção dos condomínios de luxo.
O
velho Estado mexicano emitiu sete pedidos de prisão para
revolucionários mexicanos que são lideranças da seção nove do Sindicato
Nacional Independente dos Trabalhadores da Saúde (SNITS), sendo um deles
também dirigente da Corrente do Povo Sol Rojo. Os pedidos de prisão
foram feitos após uma vitoriosa paralisação de 25 dias no setor da
saúde, onde o sindicato combativo exigiu a reintegração de mais de 170
demitidos. Para tentar aplastar o forte movimento independente, o
governo de Oaxaca começou uma campanha de perseguição aos militantes.
Konnath
Muralidharan, mais conhecido como camarada Ajith, de 66 anos, foi
libertado provisoriamente da prisão de Yerwada, no último dia 23 de
julho. Ele é um veterano dirigente maoista, além de escritor e
prestigiado intelectual. Ajith estava preso desde o dia 9 de maio 2015,
sob a acusação de pertencer ao Partido Comunista da Índia (Maoista), o
que nunca foi provado. Após conquistar sua liberdade, Ajith deu uma
entrevista que pode ser acessada no seguinte endereço:
No
dia 28 de agosto, o judiciário de Munique retirou o pedido de prisão
contra o ativista turco Deniz Pektaş, acusado de fazer parte do TKP/ML
(Partido Comunista da Turquia/Marxista-Leninista). Deniz Pektaş ficou
preso por mais de quatro anos nas masmorras do velho estado alemão,
parcialmente em em confinamento solitário sem nunca sequer ter sido
sentenciado por crime algum.
NACIONAL
No
dia 1º de agosto, famílias camponesas da área Bacuri, no município de
Rio Crespo, foram despejadas de suas terras numa ação de reintegração de
posse. Essas são terras públicas griladas pelos latifundiários
conhecidos como Dagmar, Paulo França e Genaro. Dois dias depois, a área
que Paulo França se diz dono estava cheia de guaxebas (como são chamados
os pistoleiros do latifúndio na região). Segundo informação dos
camponeses, no meio dos guaxebas há policiais comandando a pistolagem.
Os pistoleiros atearam fogo em pastos, barracos e atacaram a tiros
camponeses que se recusaram a sair da área. Os camponeses estão
resistindo e prometem não abrir mão de suas terras e benfeitorias.
Mais
de 2,5 mil pessoas participaram de ato em memória de Sharley Sales
Mendes Fermin Junior no último dia 1º de agosto. O jovem de 18 anos foi
assassinado por um cabo da Polícia Militar (PM) do Amazonas na madrugada
do dia 28 de julho, no município de Jutaí, a 749 quilômetros da capital
do estado, Manaus. Carregando faixas e cartazes, os manifestantes
exigiam justiça aos assassinos fardados. A aglomeração teve início por
volta das 16h30 e seguiu em passeata pelas principais ruas da cidade até
o local onde o jovem caiu baleado. Posteriormente, os manifestantes se
encaminharam à praça do João e concluíram a programação na praça do
Seringueiro.
No
último dia 1º de agosto, por volta das 4h da manhã, 200 indígenas do
povo Kinikinau, entre eles idosos e crianças, retomaram seu território
na fazenda Água Branca, no município de Aquidauana (MS), área
reivindicada há mais de cem anos pela etnia como território tradicional.
De forma ilegal e sem ordem judicial do âmbito federal, imediatamente
depois, no mesmo dia, o prefeito da cidade, Odilon Ribeiro
(latifundiário e primo da atual ministra da Agricultura, Tereza
Cristina), convocou as forças repressivas do velho Estado para
despejarem os indígenas na base de agressões e humilhações.
A
Polícia Militar invadiu um encontro fechado das lideranças femininas do
PSOL, que acontece na sede do Sindicato dos Profissionais em Educação
no Ensino Municipal, no centro de São Paulo. O partido afirma que a ação
ocorreu sem mandado, enquanto a corporação diz que a entrada foi para
verificar “concentração de pessoas”. No Twitter do Psol, os militantes
do partido relatam que os policiais pediram documentos dos participantes
e anunciaram estar monitorando o encontro.
A
Resistência Camponesa de Santa Elina ocorreu em 9 de agosto de 1995, em
Corumbiara, Rondônia. Os camponeses foram à batalha com paus, pedras e
velhas espingardas de caça contra uma tropa de policiais e pistoleiros a
mando do latifúndio e do governador Valdir Raupp (PMDB). Em documento, a
LCP aponta que surgiu desta heroica resistência, lembrando os
camponeses que verteram sangue e suor na luta pela terra e afirma que as
famílias camponesas continuam na área, lutando e garantindo seu sagrado
direito a terra. A LCP também realizou ato político no dia 17/08 em áreas camponesas para celebrar a resistência. Organizações classistas como o MOCLATE também fizeram celebração em 12/08 na UNIR
Nos
dias 10 e 11 de agosto foi promovido o “Dia do fogo”, uma ação política
dos latifundiários que devastou produções dos camponeses e pequenos
produtores e cobriu várias regiões do país com nuvens de fumaça. Em
Rondônia, no dia 13 de agosto, o fogo das queimadas foi se alastrando ao
longo da Linha TB-14 e atingiu dezenas de casas, incluindo o
assentamento Galo Velho, no município de Machadinho do Oeste, forçando
os moradores a abandonar suas casas com medo. Depois do fogo se
extinguir, os camponeses retornaram ao local e encontraram, além de suas
as casas e pertences destruídos, um casal que morreu abraçado e
carbonizado
A
comunidade do Cajueiro, na zona rural de São Luís (Maranhão), sofreu
uma violenta reintegração de posse no dia 12 de agosto, autorizada pelo
estado do Maranhão e efetuada pela Polícia Militar (PM) do governador
Flávio Dino (PCdoB). Os 200 policiais foram acionados para executar o
despejo forçado das cerca de 80 famílias que lá vivem e possuem título
de pescadores tradicionais já há 21 anos.
No
Rio da Janeiro, um aumento na letalidade por parte da PM em ações
policiais levou a um aumento significativo nas mortes dos moradores de
favelas e bairros periféricos, em sua maioria negros e pobres. No dia 12
de agosto, no município de Magé, o jovem Henrico de Jesus Viegas de
Menezes Júnior, de 19 anos, esperava o ônibus às margens da Favela Terra
Nova, no bairro Lagoa, quando foi atingido na barriga e socorrido por
colegas. No local, ocorria uma operação da Polícia Militar. Em Niterói,
no dia 12, o jovem Dyogo Coutinho, de 16 anos, saía de casa na Favela da
Grota para jogar uma partida de futebol quando foi surpreendido pela
chegada da PM, em um dos acessos ao bairro. Os PMs dispararam e
acertaram Dyogo na barriga. No dia 9 de agosto, no bairro da Tijuca, na
cidade do Rio, o estudante Gabriel Pereira Alves, 18 anos, foi atingido
por um tiro enquanto esperava o ônibus próximo a comunidade do Borel,
Gabriel não resistiu aos ferimentos. Em todas esses covardes
assassinatos, as massas se rebelaram e fizeram protestos combativos
contra a violência policial desencadeada contra as massas dessas
favelas, que vitima e assassina jovens diariamente.
O
preso político chileno no Brasil, Mauricio Hernández Norambuena,
ex-dirigente da Frente Patriótica Manuel Rodríguez (FPMR), foi
extraditado para o Chile no dia 20 de agosto. A família de Norambuena
disse que não foi informada oficialmente sobre a transferência e disse
que o Chile deveria respeitar a condenação que Norambuena recebeu da
Justiça brasileira, de 30 anos de prisão. No Chile, ele tem duas
condenações à prisão perpétua. O chileno Mauricio Hernández Norambuena
era o "Comandante Ramiro", dirigente da Frente Patriótica Manoel
Rodrigues (FPMR), uma organização político-militar que empreendeu a luta
armada contra o regime militar-fascista de Pinochet, no Chile, na
década de 1970, estendendo suas ações durante os anos de 1980 e início
de 1990.
No comments:
Post a Comment