URGENTE: Policiais levam terror aos moradores do Complexo do Alemão com mortes, casas invadidas e violação de direitos
Guerra reacionária: caveirão da PM em uma das entradas do Complexo do Alemão. Foto: José Lucena/The News2/ Estadão Conteúdo
Uma mulher foi morta após ser baleada por policiais da Core e do Bope durante uma operação genocida no Complexo do Alemão que teve início às cinco da manhã de 21 de julho. As forças de "segurança" afirmam que mais de 400 policiais participam da invasão. Um policial foi morto na Fazendinha, uma das comunidades do Complexo do Alemão, logo nas primeiras horas da operação, resultando em novas investidas dos militares reacionários. É a infame tática das operações de vingança, novamente repetida pelo aparato policial do Rio de Janeiro levando terror aos mais de 180 mil moradores das favelas do Complexo.
A trabalhadora Letícia Marinho do Sales, 50 anos, foi baleada no peito assim que saia junto com seu namorado pela Estrada do Itararé, principal via de acesso à Comunidade, de carro. Ao parar em um sinal de trânsito, policiais simplesmente estenderam a mão com fuzis e pistolas e atiraram na direção da mulher, que deixa três filhos e um neto. Familiares da trabalhadora denunciaram que não estava ocorrendo qualquer tiroteio no momento e que os policiais não deram qualquer explicação para o tiro.
Moradores foram obrigados a se abrigar em casa durante a ação terrorista da polícia de Cláudio Castro. Gravações feitas denunciam que os agentes militares invadiram casas, violando qualquer resquício de direito à inviolabilidade dos lares dos trabalhadores da comunidade.
Os policiais invadiram dezenas de casas somente nas primeiras horas da operação. Denúncias recebidas pela Redação de AND dão conta de que pelo menos 10 caveirões estão circulando o Complexo do Alemão. Uma idosa foi morta enquanto estava no ponto de ônibus.
Na Grota, uma das localidades do Complexo do Alemão, os moradores estão acuados e procurando abrigo nos comércios, pois o caveirão adentrou depois das barreiras de contenção e está tendo uma intensa troca de tiros. Além disso, policiais invadiram casas e, ao ser questionado por um morador sobre o mandato judicial que permitia a entrada, um agente respondeu que "está juridicamente respaldado por estado de necessidade".
Durante o tiroteio, casas ficaram completamente destruídas, seja pela invasão dos polícias e destruição de cômodos inteiros para a transformação das residências em bases militares improvisadas, quanto pelas balas atiradas pelos agentes reacionários que atingem e destroem portas, janelas, paredes e móveis dos moradores.
Até o momento da redação desta matéria já haviam denúncias de pelo menos dez mortes.
A operação terrorista da PM de Cláudio Castro
Os caveirões (veículos blindados utilizados pelas forças policiais) chegaram ao Complexo do Alemão ainda antes de amanhecer. O objetivo da operação conjunta entre Polícia Militar e Polícia Civil era combater roubo de veículos, a cargas e a bancos. Logo nas primeiras horas da invasão, um policial morreu, e uma base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) foi atacada. Para evitar a entrada dos policiais, barricadas foram levantadas, óleo foi lançado nas ruas de acesso. Ainda assim, a polícia insistiu e um intenso tiroteio ocorre desde as primeiras horas da manhã.
Além da operação no Alemão, a PM realiza também outras operações em Vicente de Carvalho e Tomas Coelho, bairros próximos. No total são 11 operações em diferentes comunidades. O 41º Batalhão da PM, em Irajá, em conjunto com o 9º BPM, Rocha Miranda, 14º, 31º, 27º e 40º (respectivamente Bangu, Recreio, Santa Cruz e Campo Grande) estão sendo mobilizados. Todo este enorme contingente de policiais vinculados à batalhões localizados em bairros distantes dá conta de que se trata de uma megaoperação cujos resultados serão os de sempre: moradores acuados em suas residências, morte de trabalhadores e a continuação da política de genocídio desenfreado e do terrorismo de Estado.
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