Thursday, June 4, 2015

a nova democracia - Índia: solidaridade con intelectuais e ativistas presos

 Kannampally Murali e o ativista popular C. P. Ismail

Nos primeiros dias de maio, o intelectual maoísta e escritor Kannampally Murali e o ativista popular C. P. Ismail foram presos pelas forças policiais em Maharashtra, na cidade de Pune.
Organizações democráticas e de defesa dos direitos do povo indiano denunciaram que K. Murali, 62 anos, foi sequestrado em um hospital de Pune quando se encontrava sob cuidados médicos e conduzido encapuzado por policiais para o cárcere.
Murali é o autor de diversos livros e artigos sobre as trajetórias político-econômicas e históricas que contribuíram para a constituição da formação social do estado de Kerala. Seu trabalho mais discutido é Terra, Castas e Escravidão. Ele foi editor do periódico Um Mundo a Ganhar e de outras revistas políticas de análise nacional e internacional a partir da perspectiva do maoísmo.
O Comitê para a Libertação dos Presos Políticos da Índia publicou um comunicado de denúncia e manifesta grande preocupação com a saúde de K. Murali, que passou por uma cirurgia cardíaca e não está recebendo os devidos cuidados médicos sob custódia da polícia, e exige que ele tenha direito de se consultar com o seu médico em Pune.
Até o momento da divulgação do manifesto, Murali e Ismail não tiveram autorização para falar com seus advogados.
“Eles têm o direito de expressar seus pontos de vista e opiniões livremente, não apenas como um direito fundamental de liberdade de expressão, mas também como um direito democrático que nós reivindicamos que deve ser cumprido”, finaliza o manifesto pela imediata e incondicional liberdade de K. Murali e C. P. Ismail e pela revogação da draconiana Lei para Prevenção de Atividades Ilegais (UAPA).



O manifesto do Comitê para a Libertação dos Presos Políticos é assinado por:
SAR Geelani – Presidente
Amit Bhattacharyya – Secretário-Geral
Jagmohan Singh – Vice-Presidente
Sukhendu Bhattacharjee – Vice-Presidente
PA Sebastian – Vice-Presidente
MN Ravunni – Vice-Presidente
N. Venuh – Vice-Presidente
Wilson Rona – Secretário de Relações Públicas

Absurda condenação de ativistas

Em 15 de maio, a Frente Democrática Revolucionária (RDF, na sigla em inglês) publicou um manifesto contra a condenação de prisão perpétua por um tribunal de Midnapore dos membros da RDF, Raja Sarkhel e Prasun Chatterjee, além dos ativistas Chhatradhar Mahato, Sukhshanti Baske, Sambhu Soren e Shagun Mahato, acusados de “sedição” (crime contra a segurança do Estado) e outros crimes previstos pela Lei para Prevenção de Atividades Ilegais (UAPA).
Todos eles participaram ativamente do histórico movimento de massas em Lalgarh e das atividades desenvolvidas pela Frente Democrática Revolucionária.
Raja Sarkhel tem lutado pelas causas dos povos da Índia desde os anos 70. Prasun Chatterjee participou do movimento popular-revolucionário nos últimos 20 anos. Chhatradhar Mahato foi uma destacada liderança no movimento em Lalgarh e é o porta-voz do Comitê Popular Contra as Atrocidades Policiais (PCPA). Sukhshanti Baske, Sambhu Soren e Shagun Mahato também eram ativistas do PCPA.
Em nota, a RDF denuncia a UAPA e o Estado fascista indiano, afirmando que a legislação antipovo visa “limpar o caminho para o imperialismo, a grande burguesia compradora e latifundiários locais para saquear os recursos naturais e explorar as massas trabalhadoras. Pessoas como Raja Sarkhel, Prasun Chatterjee e Chhatradhar Mahatose dedicaram-se a construir o movimento de resistência. Eles desempenharam um papel histórico no fortalecimento da organização das massas com a política revolucionária e auxiliaram o povo na luta contra as forças de repressão do velho Estado. É por isso que o governo reacionário usou todos os seus recursos para fazer com que eles obtenham uma condenação em vez de garantir a sua libertação como prometeram anteriormente. A RDF exige a libertação imediata e incondicional de Raja Sarkhel, Prasun Chatterjee, Chhatradhar Mahato, Sukhshanti Baske, Sambhu Soren, Shagun Mahato e todos os outros presos políticos e o fim de todas as acusações sobre eles”,  conclui a RDF no manifesto assinado pelo seu Presidente e Secretário-Geral, Varavara Rao Rajkishore.

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