Na noite de 1º de
julho, o Exército reacionário brasileiro homenageou o militar Eduard
Ernest Thilo Otto Maximilian von Westernhagen, mais conhecido como Otto
Maximilian. Trata-se de um major do Exército nazifascista de Adolf
Hitler, atuante durante a Segunda Guerra Mundial, e que foi executado em
1968 pelo Comando de Libertação Nacional (Colina).
O oficial alemão – que
veio ao Brasil fazer um curso na Escola de Comando e Estado-Maior do
Exército (Eceme) – foi executado por engano, pois o grupo Colina, na
verdade, pretendia aniquilar o major boliviano Gary Prado, que
participou da captura do revolucionário argentino Ernesto Guevara de la
Serna, ou simplesmente Che Guevara, em 1967, na Bolívia. Ou seja, os
militantes se confundiram, o que não tirou o valor da ação, já que o
alvo foi um ex-oficial da máquina de guerra hitlerista e que veio ao
Brasil exatamente na época em que os militares impunham seu regime
fascista que torturou, sequestrou e assassinou milhares de progressistas
e patriotas.
O site do
Exército reacionário brasileiro publicou um tributo a Otto Maximilian e o
qualificou como um “oficial brilhante” e, pasmem, “um sobrevivente da
2ª Guerra Mundial e das prisões totalitárias soviéticas, cuja vida foi
encurtada por um ato terrorista insano e covarde”. Só faltou dizer que
Hitler foi vítima da repressão soviética!
Leia também: O governo, as Forças Armadas e o tráfico de drogas
O Exército também
postou em rede social que prestou “homenagem ao oficial de nação amiga”.
Porém, na época em que Otto lutou, esta “nação amiga” (o Estado alemão)
foi a inimiga número 1 da Humanidade. Inclusive, mais de 400 soldados
da Força Expedicionária Brasileira (FEB) verteram seu generoso sangue
nos campos da Itália na luta contra as forças fascistas do Eixo
(Alemanha, Itália e Japão). A FEB obteve relevantes vitórias, como na
Batalha de Monte Castello.
Militares do Exército reacionário prestam homenagem a Otto. Foto: Divulgação/ECEME
Sobre o genocídio
praticado pelos nazistas nos campos de concentração e nos países em que
eles invadiram, o Exército reacionário não deu nenhuma palavra, assim
como não fez nenhuma menção ao fato dos soviéticos serem os grandes
vencedores da Segunda Guerra, enterrando de uma vez por todas o Terceiro
Reich nazifascista. Somente na União Soviética, 22 milhões de pessoas
perderam a vida no conflito, sejam nos ataques indiscriminados dos
nazistas, sejam nos campos de combate contra a agressão fascista.
Tais fatos não
surpreendem vindos de um Exército que encarna o anticomunismo visceral e
mais raivoso, porém o fato de um nazista ser homenageado obviamente
gerou grande rechaço e discussão na sociedade. Isto também não
surpreende, pois este mesmo Exército tem como patrono um reconhecido
genocida, o Duque de Caxias.
Otto alcançou seu
primeiro posto na carreira de oficial no ano 1943, em plena Segunda
Guerra Mundial, ocasião em que comandou um pelotão de blindados. Segundo
reportagens publicadas logo após sua morte, nos anos 1960, pelos órgãos
do monopólio da imprensa Globo e Folha de São Paulo, o major nazista
foi condecorado por Hitler por ter sido ferido em combate.
No comments:
Post a Comment