Vinte e seis aldeias do povo Apinajé participaram do encontro. Foto: Laudovina Pereira/Cimi (Goiás-Tocantins)
Com o
objetivo de debater a situação política nacional e encaminhar ações em
defesa dos direitos dos povos indígenas frente às ameaças do
gerenciamento de Jair Bolsonaro – tutelado pelo Alto Comando das Forças
Armadas – foi realizado, no município de Tocantinópolis (TO), o Encontro de Lideranças e Caciques do Povo Apinajé.
O
encontro foi realizado entre os dias 28 e 30 de junho, na aldeia
Serrinha, e reuniu cerca de 70 pessoas, entre mulheres, jovens,
lideranças, e caciques de 26 aldeias do povo Apinajé. Durante as
atividades os indígenas demonstraram preocupação com as propostas do
novo gerenciamento de turno, como o estabelecimento de um marco temporal
para a demarcação das terras indígenas, uma das principais investidas
da bancada ruralista sobre as terras indígenas.
“O
agronegócio está destruindo a mata, as nascentes, os rios, matando as
abelhas, envenenando as caças e mudando a vida da terra. Não vamos
aceitar que o agronegócio roube nossas águas para molhar as grandes
lavouras do agronegócio, porque está afetando as aldeias com a poluição
da água, do ar e da terra. Nossas crianças estão sendo envenenadas pelo
uso de agrotóxicos das lavouras no entorno do território indígena”
afirma o documento divulgado ao final do encontro.
Além de
contrariar os direitos constitucionais garantidos na Constituição de
1988, o gerenciamento do ex-capitão do exército tem feito de tudo para
atacar os povos indígenas do país, e a contrarreforma da previdência,
cuja proposta impossibilitará que eles continuem com o direito de se
aposentar e a receber os benefícios sociais, é mais um exemplo disso. O
que ele não contava era com a obstinação e resistência de quem luta pela
sobrevivência de sua cultura, pelo seu legítimo direito a terra, como
aponta outro trecho do documento. “Não vamos aceitar esses ataques aos
nossos direitos, que as nossas lideranças garantiram na Constituição
Federal de 1988. Cada ataque desse governo aos direitos indígenas será
respondido na força e na resistência”.
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