Não, não é esta conjuntura putrefata que nos leva a afirmar que o PT fracassou. Ela é, simplesmente, a manifestação do fenômeno em toda a sua extensão e em toda a sua abrangência, quando aquilo que em um momento anterior era um sinal, agora é fato concreto.
Muito antes da crise econômica que afunda o país se instalar com todos seus indicadores; muito antes da crise política que tornou coisa corriqueira e comum na política oficial o descaramento, a desfaçatez, a mentira, a corrupção, enfim, o vale-tudo, revelar claramente que os de baixo não aceitam mais viver como antes, de engano a engano, e que os de cima não conseguem mais seguir dominando como dantes, o PT já estava condenado ao fracasso. A crise moral que envergonha a nação, imersa no lamaçal no qual boiam todas as instituições do velho Estado — em que as siglas do Partido Único se engalfinham num verdadeiro “saco de gatos” e, ao mesmo tempo, fecham acordos na calada da noite para livrarem a pele uns dos outros, como ocorreu na CPI da Petrobras e nos conchavos de Luiz Inácio com Eduardo Cunha —, é só a exposição à luz do dia dos intestinos de um sistema de exploração e opressão anacrônico que se recusa a desaparecer.
Quando, em julho de 2002, a edição de
número um do AND já advertia que as quatro principais candidaturas ao
pleito presidencial (no caso, Serra, Garotinho, Ciro Gomes e Luiz
Inácio) eram “farinha do mesmo saco”, adiantávamos que, ao assinarem o
documento, apresentado por Cardoso — o qual estabelecia a total
submissão do candidato eleito às imposições do imperialismo —, aqueles
postulantes se igualavam ao curvarem-se à política de subjugação
nacional imposta pelo imperialismo ianque. Mas isto fora somente um
ritual, como diz no ditado, “bata na carroça que o burro entende”, pois
que, pouco importa que discursos façam quaisquer pretendentes ao posto,
aí, de fato, a casaca faz o que a veste. É o gerenciamento de turno.
Contando
em sua coalizão desde uma parcela da grande burguesia, representada
pelo seu vice José Alencar, e com o aval da quase totalidade das forças
ditas de “esquerda”, Luiz Inácio chega ao gerenciamento do Estado, logo
demonstrando a que veio em seus primeiros seis meses no exercício do
cargo, sendo, portanto, desmascarado pelo AND em sua edição de número 10
(junho de 2003), com a manchete ‘Governo Lula é uma fraude’.
Em
editorial, o AND fundamentava sua denúncia aclarando a seus leitores que
“As oligarquias enviam para o aparelho estatal e governamental seus
representantes, defensores e apologistas, entre eles desertores de
outras classes, quadros experimentados, formados ao longo das batalhas
travadas contra o povo. Por isso, o petismo é a fusão das ‘teorias
toleráveis’ com a ‘virtude paga com o bem’, ou seja, da renúncia e da
filiação ao ‘bem’ do império. Comporta crendice, populismo, demagogia,
serviços de intriga, delação, greves administradas e o sindicalismo
domesticado com suas confederações ligadas à CIOLS — essa central
manipulada pelo USA, sua grande aspiração, única força...
transcendental”.
E, já antevendo o que viria a acontecer (e que
de fato não tardou acontecer) com o envolvimento petista com os negócios
das classes dominantes, adiantávamos que “A elite petista, uma escória
saída da pequena burguesia tecnocrática, foi absorvida, isto sim, pelos
especialistas em negócios do governo e admitida na administração
auxiliar do imperialismo em nosso país, principalmente, firmando um
continuísmo regido à maneira das prefeituras municipais que se submetem
ao poder centralizador, dominante. Não por acaso, a direção petista,
quando ainda ensaiava os trejeitos debutantes que adotaria na rampa do
poder, marcou orgulhosa a sua primeira medida — a de reconhecer
obediência ao capital monopolista internacional”.
Treze anos
depois vamos encontrar os despojos de um projeto filho da conciliação de
classes que, ideologicamente, se vincula à convergência entre as teses
da transição pacífica do revisionismo moderno kruschovista com as teses
imperialistas da Cepal sob a estratégia da “Aliança para o progresso” e
todas as combinações oportunistas daí derivadas. Daí que o fracasso
petista é, também, o fracasso das tendências trotskistas, revisionistas e
social-democratas, hoje abrigadas em siglas cujas denominações nada
dizem de seu conteúdo ideológico, tais como PSTU, PCO, PSOL, pecedobê,
Rede, PCB e outros insignificantes que, durante todo este período ou em
parte dele, respaldaram o embuste.
Se por um lado é de se
lamentar o alto preço pago pela nação e pelo povo brasileiro, por outro é
preciso reconhecer que a história anda por caminhos tortuosos, donde os
fracassos e as crises abrem passagem ao novo lançando abruptamente suas
forças para a frente. Objetivamente, hoje, as massas populares, o
proletariado, o campesinato, a pequena e média burguesias, as classes
oprimidas e exploradas, ao tomar cada vez mais consciência do engodo a
que estiveram submetidas sob a farsa do gerenciamento petista, se
mobilizam, politizam e organizam dando-se conta, cada vez mais, que
estiveram secularmente submetidas e que não puderam, por falta de uma
correta direção, triunfar em suas revoltas anteriores. E por isto mesmo
elas se acham à procura e clamam por uma direção que levante a nova
bandeira, que aponte o rumo novo, que afirme que é possível o Brasil
Novo, livre de toda esta podridão. Clamam pela direção revolucionária
que tenha a coragem de afirmar a Revolução como único caminho possível
para livrar o Brasil da secular condição semicolonial e semifeudal,
causa de todas as desgraças de nossa gente sempre empobrecida e garantia
dos privilégios de uma minoria abastada, exploradora e opressora.
Atualmente,
no Brasil, a politicalha, mais desavergonhada que nunca, zomba de nosso
povo com sua ciranda de imundícies, chantageando uns aos outros
(governo e oposição) na rinha por decidir quem cairá e quem seguirá
enganchado no topo do velho Estado. Inclusive parece não se importar com
a cruzada por moralização que os verdadeiros donos do poder movem,
assustados que estão com o nível de decomposição e desmoralização a que
se chegou as instituições de seu sistema de exploração e,
principalmente, temerosos com um possível tsunami de revoltas que tal
situação prepara e anuncia. Porém, mais indiferente ainda, a politicalha
se mostra com a desgraça cotidiana que se avoluma sobre o povo. Ora,
“que se dane o povo”! Pois que as “medidas de ajustes” serão
inevitavelmente tomadas como reza a cartilha do imperialismo.
Mas,
enquanto isto, o que fermenta entre o povo poderá, muito mais cedo que
se imagina, gestar e parir a direção que anuncia e reafirme a promessa e
esperança do novo mundo, a promessa e os atos da Revolução Democrática
em nosso país.
Quando, em julho de 2002, a edição de número um do AND já advertia que as quatro principais candidaturas ao pleito presidencial (no caso, Serra, Garotinho, Ciro Gomes e Luiz Inácio) eram “farinha do mesmo saco”, adiantávamos que, ao assinarem o documento, apresentado por Cardoso — o qual estabelecia a total submissão do candidato eleito às imposições do imperialismo —, aqueles postulantes se igualavam ao curvarem-se à política de subjugação nacional imposta pelo imperialismo ianque. Mas isto fora somente um ritual, como diz no ditado, “bata na carroça que o burro entende”, pois que, pouco importa que discursos façam quaisquer pretendentes ao posto, aí, de fato, a casaca faz o que a veste. É o gerenciamento de turno.
Contando em sua coalizão desde uma parcela da grande burguesia, representada pelo seu vice José Alencar, e com o aval da quase totalidade das forças ditas de “esquerda”, Luiz Inácio chega ao gerenciamento do Estado, logo demonstrando a que veio em seus primeiros seis meses no exercício do cargo, sendo, portanto, desmascarado pelo AND em sua edição de número 10 (junho de 2003), com a manchete ‘Governo Lula é uma fraude’.
Em editorial, o AND fundamentava sua denúncia aclarando a seus leitores que “As oligarquias enviam para o aparelho estatal e governamental seus representantes, defensores e apologistas, entre eles desertores de outras classes, quadros experimentados, formados ao longo das batalhas travadas contra o povo. Por isso, o petismo é a fusão das ‘teorias toleráveis’ com a ‘virtude paga com o bem’, ou seja, da renúncia e da filiação ao ‘bem’ do império. Comporta crendice, populismo, demagogia, serviços de intriga, delação, greves administradas e o sindicalismo domesticado com suas confederações ligadas à CIOLS — essa central manipulada pelo USA, sua grande aspiração, única força... transcendental”.
E, já antevendo o que viria a acontecer (e que de fato não tardou acontecer) com o envolvimento petista com os negócios das classes dominantes, adiantávamos que “A elite petista, uma escória saída da pequena burguesia tecnocrática, foi absorvida, isto sim, pelos especialistas em negócios do governo e admitida na administração auxiliar do imperialismo em nosso país, principalmente, firmando um continuísmo regido à maneira das prefeituras municipais que se submetem ao poder centralizador, dominante. Não por acaso, a direção petista, quando ainda ensaiava os trejeitos debutantes que adotaria na rampa do poder, marcou orgulhosa a sua primeira medida — a de reconhecer obediência ao capital monopolista internacional”.
Treze anos depois vamos encontrar os despojos de um projeto filho da conciliação de classes que, ideologicamente, se vincula à convergência entre as teses da transição pacífica do revisionismo moderno kruschovista com as teses imperialistas da Cepal sob a estratégia da “Aliança para o progresso” e todas as combinações oportunistas daí derivadas. Daí que o fracasso petista é, também, o fracasso das tendências trotskistas, revisionistas e social-democratas, hoje abrigadas em siglas cujas denominações nada dizem de seu conteúdo ideológico, tais como PSTU, PCO, PSOL, pecedobê, Rede, PCB e outros insignificantes que, durante todo este período ou em parte dele, respaldaram o embuste.
Se por um lado é de se lamentar o alto preço pago pela nação e pelo povo brasileiro, por outro é preciso reconhecer que a história anda por caminhos tortuosos, donde os fracassos e as crises abrem passagem ao novo lançando abruptamente suas forças para a frente. Objetivamente, hoje, as massas populares, o proletariado, o campesinato, a pequena e média burguesias, as classes oprimidas e exploradas, ao tomar cada vez mais consciência do engodo a que estiveram submetidas sob a farsa do gerenciamento petista, se mobilizam, politizam e organizam dando-se conta, cada vez mais, que estiveram secularmente submetidas e que não puderam, por falta de uma correta direção, triunfar em suas revoltas anteriores. E por isto mesmo elas se acham à procura e clamam por uma direção que levante a nova bandeira, que aponte o rumo novo, que afirme que é possível o Brasil Novo, livre de toda esta podridão. Clamam pela direção revolucionária que tenha a coragem de afirmar a Revolução como único caminho possível para livrar o Brasil da secular condição semicolonial e semifeudal, causa de todas as desgraças de nossa gente sempre empobrecida e garantia dos privilégios de uma minoria abastada, exploradora e opressora.
Atualmente, no Brasil, a politicalha, mais desavergonhada que nunca, zomba de nosso povo com sua ciranda de imundícies, chantageando uns aos outros (governo e oposição) na rinha por decidir quem cairá e quem seguirá enganchado no topo do velho Estado. Inclusive parece não se importar com a cruzada por moralização que os verdadeiros donos do poder movem, assustados que estão com o nível de decomposição e desmoralização a que se chegou as instituições de seu sistema de exploração e, principalmente, temerosos com um possível tsunami de revoltas que tal situação prepara e anuncia. Porém, mais indiferente ainda, a politicalha se mostra com a desgraça cotidiana que se avoluma sobre o povo. Ora, “que se dane o povo”! Pois que as “medidas de ajustes” serão inevitavelmente tomadas como reza a cartilha do imperialismo.
Mas, enquanto isto, o que fermenta entre o povo poderá, muito mais cedo que se imagina, gestar e parir a direção que anuncia e reafirme a promessa e esperança do novo mundo, a promessa e os atos da Revolução Democrática em nosso país.
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