Manifestantes entram em confronto com policias ao protestarem contra
aumento das contribuições previdenciárias. Jornalistas teriam sido
atacados, e emissoras são tiradas do ar após transmitirem imagens das
manifestações.Protestos violentos contra reformas propostas para o
sistema de previdência social da Nicarágua deixaram ao menos dez mortos e
cerca de cem feridos em três dias, anunciou o governo do país
centro-americano nesta sexta-feira (20/04).
Nos maiores protestos ocorridos durante os 11 anos de governo do presidente Daniel Ortega, manifestantes entraram em confronto com policiais na capital Manágua e em cidades próximas ao se oporem a um aumento das contribuições de empregados e empregadores. Além de aumentar as contribuições, a nova lei cortaria as aposentadorias em 5%.
"Somos contra essas reformas, o que significa que somos contra o
governo tirando dos bolsos de nicaraguenses", disse Juan Bautista. Ele
afirmou que policiais reprimiram duramente manifestantes como ele porque
"o ditador não gosta que o povo proteste". Outra manifestante gritou:
"O povo está cansado dessa repressão!"
Quatro emissoras de televisão independentes foram tiradas do ar aos transmitirem imagens dos protestos na quinta-feira, e duas permaneceram bloqueadas nesta sexta-feira. A associação de escritores Pen afirmou que ao menos 11 jornalistas foram atacados ao cobrirem as manifestações.
Miguel Mora, diretor do canal de televisão 100% Notícias, um dos que foi bloqueado, acusou Ortega de aplicar a mesma censura que ele impôs nos anos 1980, durante a Revolução Sandinista. "Quando Ortega voltou ao poder, em 2007, ele prometeu nunca censurar a mídia e hoje ele está fazendo justamente isso", disse Mora.
Liz Throssell, porta-voz do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, instou o governo a deixar a população usufruir de seu direito à liberdade de expressão e pediu que os manifestantes protestem de maneira pacífica.
"Pedimos às autoridades da Nicarágua que ajam para evitar mais ataques contra manifestantes e contra a mídia", afirmou.
Governo disposto a dialogar
A vice-presidente do país, Rosario Murillo, comparou os manifestantes a "vampiros demandando sangue para alimentar sua agenda política".
No entanto, após a onda de violência, o governo aceitou retomar o diálogo com o setor privado pra discutir as novas medidas a serem implementadas no sistema social.
Murillo assegurou que as reformas aprovadas pelo Conselho Diretivo do
Instituo Nicaraguense de Segurança Social (INSS) são uma "proposta",
embora já tenham sido publicadas no Diário Oficial.
"Não há nada concluído. Pode-se continuar trabalhando nessa mesa de encontro, diálogo e busca de consenso", afirmou.
Apesar de as reformas do sistema de segurança social terem desencadeado as manifestações, um ambiente de rebeldia contra o governo Ortega já se notava desde os últimos meses do ano passado. O aumento do custo de vida, a corrupção e ações contra a liberdade de expressão também motivaram os protestos.
LPF/afp/efe
Nos maiores protestos ocorridos durante os 11 anos de governo do presidente Daniel Ortega, manifestantes entraram em confronto com policiais na capital Manágua e em cidades próximas ao se oporem a um aumento das contribuições de empregados e empregadores. Além de aumentar as contribuições, a nova lei cortaria as aposentadorias em 5%.
Quatro emissoras de televisão independentes foram tiradas do ar aos transmitirem imagens dos protestos na quinta-feira, e duas permaneceram bloqueadas nesta sexta-feira. A associação de escritores Pen afirmou que ao menos 11 jornalistas foram atacados ao cobrirem as manifestações.
Miguel Mora, diretor do canal de televisão 100% Notícias, um dos que foi bloqueado, acusou Ortega de aplicar a mesma censura que ele impôs nos anos 1980, durante a Revolução Sandinista. "Quando Ortega voltou ao poder, em 2007, ele prometeu nunca censurar a mídia e hoje ele está fazendo justamente isso", disse Mora.
Liz Throssell, porta-voz do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, instou o governo a deixar a população usufruir de seu direito à liberdade de expressão e pediu que os manifestantes protestem de maneira pacífica.
"Pedimos às autoridades da Nicarágua que ajam para evitar mais ataques contra manifestantes e contra a mídia", afirmou.
Governo disposto a dialogar
A vice-presidente do país, Rosario Murillo, comparou os manifestantes a "vampiros demandando sangue para alimentar sua agenda política".
No entanto, após a onda de violência, o governo aceitou retomar o diálogo com o setor privado pra discutir as novas medidas a serem implementadas no sistema social.
"Não há nada concluído. Pode-se continuar trabalhando nessa mesa de encontro, diálogo e busca de consenso", afirmou.
Apesar de as reformas do sistema de segurança social terem desencadeado as manifestações, um ambiente de rebeldia contra o governo Ortega já se notava desde os últimos meses do ano passado. O aumento do custo de vida, a corrupção e ações contra a liberdade de expressão também motivaram os protestos.
LPF/afp/efe
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