Um relatório parcial do projeto Circuito Favelas por Direitos revelou que as Forças Armadas e as polícias Civil e Militar violaram inúmeros direitos dos moradores das áreas onde houve ações da intervenção militar no Rio de Janeiro. A pesquisa foi coordenada pela Ouvidoria Externa da Defensoria Pública do Rio de Janeiro no final de setembro e ouviu mais de 300 pessoas que foram vítimas de soldados e policiais. Os crimes relatados são diversos: violação de domicílio, revistas vexatórias, assassinatos e execuções sumárias, roubos, furtos, destruição de objetos pessoais, extorsões, ameaças, agressões e até violência sexual.
Um outro caso foi relatado por um morador anonimamente. “Eles entraram numa casa que era ocupada pelo tráfico. Lá havia dois garotos e três meninas. As meninas eram namoradas de traficantes. Era pra ser todo mundo preso, mas o que aconteceu é que os policiais ficaram horas na casa, estupraram as três meninas e espancaram os garotos. Isso não pode estar certo.”.
O uso de drogas por agentes da repressão também foi relatado. “O caveira [militar] parou e colocou uma carreira de pó no capo do carro e mandou ver. Nunca vi ninguém cheirar e ficar endemoniado como aquele polícia. Antes ele estava passando sério e sem dar nem um tchum pra nós. Depois parecia um capeta”, disse um morador.
Além disso, a prática do banditismo parece também atrair os militares, segundo relata uma moradora aos defensores públicos: “O Exército entrou aqui no bar e roubou o videogame do meu filho, comeu nossa mercadoria, levou a bebida, foram mais de 4 mil de prejuízo. A gente trabalha para ter esse pouco e eles fazem isso”.
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