O operário Juraci Cunha dos Santos foi morto na tarde de ontem esmagado por uma viga de sustentação enquanto trabalhava na obra da Linha 17-Ouro do monotrilho, situada na esquina da Rua Vieira de Moraes com a Avenida Washington Luís, zona sul de São Paulo. Outros dois operários ficaram feridos. O operário era natural do Piauí e trabalhava há um ano em São Paulo.
O orçamento para a obra é de R$ 3,1 bilhões e o consórcio de empreiteiras é formado pelas empresas Andrade Gutierrez, CR Almeida, Scomi e MPE. O monotrilho, que terá 17,7 km de extensão, fazia parte do pacote de obras da copa da Fifa, quando inicialmente o estádio do Morumbi fazia parte dos planos desse evento. Com a exclusão do estádio, a obra passou a ser responsabilidade do governo do estado de São Paulo.
As empresas faturam milhões mas impõem um ritmo desumano e péssimas condições de trabalho. Essa situação nas obras do monotrilho já haviam sido expostos pela recente greve realizada pelos operários que trabalham no local. Às vésperas da copa, a situação chega ao seu ápice, diante de uma vítima fatal. A morte do companheiro Juraci Cunha ocorre no momento em que os trabalhadores metroviários enfrentam uma grande batalha por melhores salários e melhores condições de trabalho e a truculência do governo Alckmin diante da greve. A atitude do governo é tiros, bombas, prisões e demissões para os metroviários e para os operários das obras de expansão, descumprimento de direitos trabalhistas e de normas de segurança elementares.
Como é regra geral nas obras do governo, os operários da obra do monotrilho são superexplorados, recebem baixos salários e são submetidos a péssimas condições de trabalho. É fragrante a falta de condições de segurança do trabalho. A queda da viga que matou Juraci Cunha e feriu outros dois trabalhadores é resultado do ritmo imposto pelo governo e empreiteiras para o cumprimento da obra, que era previsto para antes da copa da Fifa. A farra da Fifa, a ganância das empreiteiras e dos seus cúmplices, os políticos de plantão, ceifam a vida de mais um trabalhador!
Abaixo o massacre de operários nos canteiros de obras!
Abaixo a impunidade das construtoras assassinas e a cumplicidade do governo!
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