Brasil - 1º Encontro da Unidade Vermelha em BH - Saudação do MEPR ao encontro
Balanço da UV-LJR sobre as ocupações de 2016 em BH
Boa
tarde companheiros e companheiras! Gostaria de saudar a todos presentes
aqui e destacar a importância desse primeiro encontro da Unidade
Vermelha para a organização mais consequente da juventude combatente
aqui de Belo Horizonte. Estamos aqui porque é enorme a importância de
conformar a UV em cada canto do país, principalmente no momento de crise
que vivemos hoje no Brasil.
Desde 2013 vivemos um período histórico de aumento da politização da
juventude brasileira e principalmente de compreensão quanto ao uso
consciente da violência justa como via efetiva de transformar a
sociedade e da apropriação e reinvindicação dos espaços públicos.
O ano passado foi marcado pelo grande acontecimento das ocupações
secundaristas e universitárias por todo o país, foram mais de 1300
escolas e 200 universidades ocupadas, quando a inciativa dos alunos de
se levantar contra a PEC 55 e a MP do Ensino Médio mostrou a decisão e
compromisso da juventude combatente, que agarrou com firmeza a tarefa de
barrar mais esses ataques do podre Estado brasileiro. Assumimos com
vigor nosso papel de vanguarda e tropa de choque da revolução, mostramos
que não aceitaríamos calados os golpes do governo que claramente
tiveram o objetivo de retirar direitos das massas para assegurar os
lucros dos grandes bancos que promovem a verdadeira sangria dos cofres
públicos.
Tomamos as rédeas da gestão de nossas escolas e universidades,
promovemos atividades políticas, culturais, envolvemos e instruímos a
comunidade em torno das nossas exigências. Nos organizamos em comissões
de alimentação, saúde, comunicação, segurança, mostrando nosso poder de
organização, disciplina e maturidade para resolver conflitos.
É
importante destacar o papel das comissões de comunicação e de segurança
nas ocupações para entender o momento político atual e a necessidade de
garantir a segurança de quem luta pelos seus direitos num estado
fascista e policial, que ainda insiste em se dizer democrático de
direito. As instruções de centralizar as falas para a imprensa, de não
se identificar ao entrar em contato com a mídia, não divulgar
informações sobre o funcionamento orgânico das ocupações, não transmitir
informações a terceiros a não ser que pessoalmente, cobrir o rosto ao
ser fotografado, a escala de rondas noturnas internas e externas nos
prédios, a manutenção de portaria com controle de entrada, eram algumas
medidas de segurança que refletem a situação de perseguição da
juventude que se levanta contra o sistema.
Transformamos
nossos locais de estudo em quarteis generais de politização,
verdadeiras trincheiras de luta, onde estavamos focados nas atividades
que forjaram o nosso engajamento com a luta e a divulgação dos prejuízos
da aprovação desses ataques para toda a sociedade.
A onda de ocupações de 2016 teve início no Paraná e rapidamente se
espalhou pelo Brasil, tenho Minas Gerais o segundo maior número de
instituições ocupadas, sendo o primeiro estado com uma Universidade
privada ocupada, a PUC MINAS. Em todas as regiões do país, as ocupações
conseguiram ser impor derrotas ao velho Estado quando radicalizaram
impedindo o acontecimento da última farsa eleitoral em outubro nas
escolas ocupadas e do antidemocrático e excludente Exame Nacional do
Ensino Médio em novembro.
Outra importante decisão da juventude foi a participação nos combativos
protestos que ocorreram em Brasília. A ida à capital foi essencial
porque mostramos nossa indignação e disposição de luta. Nossas caravanas
saíram de todos os estados e levaram para o ninho das cobras a fúria
revolucionária dos jovens que enfrentaram com ousadia a polícia e
atacaram com pedras, paus e fogo os símbolos do poder. Com isso
demarcamos nossa posição diante de um punhado de organizações
oportunistas que fracassaram ao tentar guiar a luta com coreografias,
performances e flores e tentaram boicotar a expressão de revolta da
juventude combatente, que compreende que é justo rebelar-se.
Temos o dever, companheiros, de deixar acesso em nossas mentes o
exemplo das jornadas de lutas que foram protagonizadas por nós.
Em junho e julho de 2013 fomos para as ruas contra o aumento das
passagens de ônibus e os barramos. Em 2015 os estudantes de São Paulo e
Goiás ocuparam suas escolas para impedir que elas fossem fechadas e
conseguiram. Ano passado, seguindo esses exemplos, realizamos a maior
greve estudantil de ocupação da história, não conseguimos barrar a
aprovação da PEC, mas o legado principal das ocupações que é o da nossa
disposição e decisão para lutar e da nossa capacidade de organização foi
extremamente positivo. E ainda vivemos hoje sobre uma chuva de
propagandas enganosas do Ministério da Educação sobre a MP do Ensino
Médio, que temos o dever de desmentir para o maior número de pessoas
possível. Apesar da aprovação de mais essa medida anti-povo devemos
utilizar desse aprendizado para barrar a aplicação da PEC, lutando
contra o fechamento e sucateamento de escolas e postos de saúde, nos
engajar ainda mais, avançar nas nossas formas de combate e concentrar as
nossas forças para a luta que vai de fato transformar nossas vidas e
construir um novo mundo: a Revolução de Nova Democracia.
Saudação do MEPR ao encontro
Gostaria
de primeiro fazer uma saudação, vermelha, revolucionária a todos aqui
hoje. É uma grande honra para nós do MEPR participar deste encontro,
forjando nossa aliança com a Unidade Vermelha e ajudando na necessária
construção dessa organização aqui em Belo Horizonte, que com certeza
servirá como um grande impulso na organização da juventude combatente na
nossa região.
Organizar
a Unidade Vermelha em Belo Horizonte é uma grande e importante tarefa
companheiros. Qual a situação da nossa juventude hoje? Assim como todo o
povo brasileiro, a juventude vem tendo seus direitos atacados, sem
acesso a um ensino que sirva a nossos interesses, a emprego e lazer,
sendo empurrados pela propaganda imperialista para a alienação das
drogas. Essa juventude tem dado mostras de sua insatisfação, de sua
vontade de luta, de sua combatividade, desde de as grandes jornadas de
junho de 2013 a juventude não dá paz a este velho e podre Estado, e tem
enfrentado com coragem a repressão fascista, ocupado suas escolas, tem
feito barricadas nas ruas, buscando uma solução para seus problemas,
exigindo uma nova sociedade, uma sociedade que respeite nossos direitos.
Para
atingir esses objetivos, nós, enquanto juventude revolucionária, temos
três grandes tarefas. Temos que organizar a luta da juventude combatente
em defesa de seus direitos, tendo como principal arma a greve de
ocupação, pois assim transformamos nossas escolas em verdadeiras
trincheiras de combate, trincheiras da luta revolucionária no nosso
país, em centro político, cultural, artístico, e esportivo de toda a
comunidade, como estamos fazendo agora, realizando esse encontro,
discutindo a revolução em nosso país numa escola que ano passado estava
ocupada. Temos que nos organizar em nossas escolas e assim resolver os
problemas que vemos nelas, assim como trazer para dentro da escola toda a
comunidade, discutir os seus problemas e nos organizar para
resolvê-los. Temos que usar o espaço da escola para fazer avançar nossa
politização e nossa organização.
Pois
companheiros, nós sabemos qual o caminho para construir essa nova
sociedade que queremos e almejamos, e então já não bastará fazer
manifestações, nem ocupar nossas escolas, precisamos estar bem
organizados, pois sabemos que não há outro caminho na construção do
mundo novo que não uma Grande Revolução. O que nos leva a outra tarefa
da juventude revolucionária: temos que propagandear a revolução, mostrar
ao povo que há outro caminho além do oportunismo eleitoreiro e da
direita declarada e abertamente fascista, desmascarar o caráter opressor
deste Velho Estado, que não mudará com uma nova mão de tinta em sua
fachada podre mas apenas com a derrubada completa de toda sua estrutura
podre.
O
Brasil precisa de uma Grande Revolução que varra este velho Estado,
abrindo o caminho para a construção de uma Nova Democracia. E nós
sabemos que em nosso país esta revolução começa pela destruição do que
há de mais atrasado, de mais reacionário, que é o latifúndio. É papel e
tarefa da juventude combatente, da juventude revolucionária, apoiar os
camponeses que levam a cabo a Revolução Agrária em nosso país, revolução
que já começou e que há de crescer cada vez mais, apoiar não só
propagandeando a Revolução Agrária, denunciando os crimes do velho
estado contra os camponeses, organizando atividades de apoio financeiro e
material aos camponeses, mas também e principalmente indo para o campo e
nos unindo às massas camponesas pobres de nosso país.
;O
presidente Mao dizia, como julgar se um jovem é revolucionário? Existe
apenas um critério, ver se está disposto a integrar-se, e se integra-se
na prática, com as grandes massas operárias e camponesas. É
revolucionário se o quer fazer e o faz. Companheiros, que a conformação
da Unidade Vermelha sirva para que cada vez mais jovens tomem a decisão
de se unir às massas mais pobres de nosso país, e de servir ao nosso
povo de todo o coração!
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