Morte ao latifúndio! Terra a quem trabalha!
Viva a Revolução Agrária!
Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres
Saudações combatentes da FIP-RJ ao companheiro Cleomar!
Saudações combatentes ao companheiro Cleomar, mártir da luta pela terra no Brasil!
Foi com profundo pesar que a Frente
Independente Popular do Rio de Janeiro (FIP-RJ) recebeu a notícia do
assassinato do companheiro Cleomar, coordenador da Liga dos Camponeses
Pobres (LCP) do Norte de Minas e Bahia. Mais uma vez o Estado brasileiro
mostra sua face mais horrenda, assassinando aqueles que ousam
levantar-se contra a miséria, os desmandos e a brutal repressão
estabelecida sobre nosso povo. Se nas cidades, as polícias aplicam
sistemática política de extermínio da juventude pobre; se nas cidades os
governantes reprimem com brutalidade as manifestações populares, e
processam e encarceram ativistas, vimos claramente como no campo a
repressão já chegou (há muito tempo) ao nível de eliminação seletiva de
lideranças reconhecidas do nosso povo. Segundo dados oficiais, a cada
três dias ocorrem “conflitos” no campo brasileiro, e a cada 15 dias um
camponês sem terra ou com pouca terra é assassinado em decorrência da
luta por um pedaço de chão.
Os que negam a existência do problema
agrário no nosso país são cúmplices dessa realidade. Realidade que é a
da monocultura para exportação e do poder intocado dos latifundiários,
muitos dos quais, além das polícias, contam ainda com verdadeiros
exércitos de pistoleiros. O governo do PT, da senhora Dilma, não é
apenas omisso, senão que incentiva e é protagonista das mortes no campo.
Cada vez mais o famigerado “agronegócio” domina a economia nacional,
largamente financiado pelo velho Estado, e atropela camponeses e povos
indígenas em seu caminho. Vimos como Kátia Abreu, líder da assassina
bancada ruralista do Congresso Nacional, senadora por Tocantins pelo
PMDB, compõe a base aliada do governo federal. Assim como as oligarquias
Collor, Barbalho, Calheiros, Sarney, para ficar nas mais
representativas de tudo o que há de podre nesse país. Durante toda a
campanha eleitoral se discutiu tudo –menos a luta pela terra, e nem
sequer uma referência inofensiva à reforma agrária foi feita. Claro,
porque o governo ruralista, o Congresso ruralista, o Judiciário
ruralista não farão qualquer reforma agrária.
O povo terá que conquistar a terra com
suas próprias mãos! Estamos convencidos, como a LCP, que isso não será
por meio de uma reforma, senão por uma revolução!
Enviamos nossas saudações e nosso pesar
aos familiares de Cleomar, aos seus companheiros e companheiras de luta,
à Liga dos Camponeses Pobres e a todos os camponeses do nosso país.
Recentemente recebemos doação de mel produzido nas áreas revolucionárias
onde atuava o companheiro Cleomar, como parte da campanha de
arrecadação de fundos para sustentar a campanha pela libertação de todos
os presos políticos e extinção dos processos. Esse foi mais um exemplo
da solidariedade militante que deve ser a norma nas relações entre
movimentos combativos e revolucionários. Exemplo comovente da aliança
que devemos construir, mais e mais, entre os que lutam na cidade e os
que lutam no campo. Unidade entre os que não se renderam às promessas e
benesses da “esquerda” oficial no governo há 11 anos, e que apenas
seguiu administrando o sofrimento, a miséria e a morte do nosso povo.
Sabemos que a luta tem um preço, mas enganam-se nossos inimigos de
classe se pensam que não estaremos dispostos a paga-lo, em prol da nossa
emancipação.
Uma vez mais, curvamos nossas cabeças
ante a memória do companheiro Cleomar, mártir da luta pela terra no
Brasil. Como canta uma canção sua, que temos levado à juventude
combatente aqui no Rio, “o risco que corre o pau corre o machado, não há o que temer; aqueles que mandam matar também têm que morrer”. Na próxima manifestação de massas que ocorrer aqui, um estandarte com seu nome e foto estará entre nós.
Companheiro Cleomar, presente na luta!
Honra e glória aos mártires do nosso povo!
Não esqueceremos, não perdoaremos!