Camponeses
da Área 10 de maio resistem a mais uma ofensiva do latifúndio,
Dilma/PT e Confúcio/PMDB
Jaru,
29 de outubro de 2015
Os
camponeses da área 10 de maio seguem em luta pelas terras da antiga
fazenda Formosa, área pública destinada à reforma agrária, em
Buritis. Desde 2004, mais de 150 famílias vivem, produzem e lutam em
seus lotes, resistindo a toda sorte de violência. E não foi
diferente na última ordem de despejo, expedida pelo juiz federal
Herculano Martins Nacif. Os camponeses não se intimidaram e
permaneceram em suas terras, apesar de toda violência do grande
fazendeiro Caubi Moreira Quito, da associação de latifundiários da
região de Buritis e seus bandos armados de pistoleiros e policiais,
inclusive oficiais.
As
famílias se mobilizaram, denunciaram as violências do latifúndio,
a enrolação do Incra, Terra Legal e Ouvidoria Agrária e fizeram
mais reuniões em Porto Velho e Brasília. Para se verem livres do
despejo, os tralhadores ofereceram pagar uma parte da indenização
pelas benfeitorias do latifundiário Caubi Quito. O Incra cadastrou
as famílias e se comprometeu a acelerar a regularização, mas nada
está garantido.
Últimas
ações criminosas do latifúndio na área 10 de maio
Por
sua vez, a polícia militar segue atacando os camponeses a mando do
latifúndio. No último dia 15 de outubro, cerca de 5 policiais
militares encapuzados, foram na área 10 de maio, cortaram com
motosserra um barraco e mastros de bandeira e deram disparos de arma
de fogo. Pararam um carro na estrada, revistaram, jogaram no chão os
documentos que estavam em ordem, proferiram xingamentos racistas
contra o camponês e ameaçaram: “Fala para essa tal de Liga que
não temos medo deles!”
No
dia seguinte, 3 viaturas da PM, com cerca de 15 policiais retornaram,
insultaram os camponeses de bandidos e prenderam 5 em suas
residências, alegando crime de desobediência, como se eles
estivessem na área vizinha onde existe uma ordem de reintegração
de posse. Eles foram presos no camburão na frente dos filhos que
choraram assustados, e só foram liberados após serem multados em 2
salários-mínimos cada. Alguns destes camponeses têm mais de 4
filhos, são tão pobres que chegam a passar fome e agora estão
pagando por um crime que não cometeram.
Comerciantes
que atendem a área e toda a comunidade vizinha denunciam que a
polícia está criando um clima de terror entre a população e
afastando a freguesia. Viaturas chegam nos comércios em alta
velocidade, os policiais descem empunhando arma de grosso calibre e
mandando todos deitarem no chão, até crianças e mulheres grávidas.
Os policiais acusam os “sem-terra” da região de vários crimes,
mas sequer apresentam ordem judicial. Numa das batidas criminosas, um
camponês foi preso só porque já cumpriu pena, mesmo apresentando
seu alvará de soltura.
Há
dois anos, as dezenas de crianças da área 10 de maio estão sem
estudar, apesar dos camponeses já terem feito várias denúncias no
Incra, Conselho Tutelar e Ministério Público.
Na
região, é grande o comentário de que a associação de
latifundiários está planejando assassinar lideranças camponesas e
apoiadores em Buritis. Em Ariquemes, vários camponeses foram
seguidos por um carro sedam Slogan, cor prata, de placa EDJ-4960, de
Porto Velho.
Na
mesma região, camponeses da área Monte Verde e outros acampamentos
também sofrem todo tipo de violência de pistoleiros e policiais,
enquanto lutam pelo sagrado direito à terra para viverem e
sustentarem a família com seu próprio trabalho.
Governos
Confúcio/PMDB e Dilma/Lula/PT são governos do latifúndio
O
Ouvidor Agrário Nacional, o Sr. Gercino José, afirmou que assim que
regularizar as posses das famílias da área 10 de maio vai punir os
camponeses que têm cometido barbaridades na região. Em nenhum
momento ele fez nada para punir os latifundiários que são os
verdadeiros bandidos do Vale do Jamari: contratam policiais para
serviço de pistolagem, caluniam, perseguem, prendem, agridem e
assassinam camponeses e apoiadores, destroem suas casas, roças,
criações e outros pertences. Apesar das inúmeras provas, nenhum
pistoleiro, policial ou latifundiário é punido.
No
último dia 21, Gercino José reuniu com representantes da segurança
pública do governo estadual para tratar de conflitos agrários. O
secretário de segurança Antônio Carlos dos Reis afirmou que a
polícia monitora todas as áreas de conflito e que apresentará um
relatório sobre isso ao Ministério do Desenvolvimento Agrário.
É
assim que Confúcio/PMDB e Dilma/Lula/PT tratam a questão agrária:
escondem seus crimes e o descumprimento da reforma agrária prevista
na constituição e tratam a luta pela terra como caso de polícia.
Gercino
José parabenizou a secretaria de segurança de Rondônia pela
prevenção de crimes no campo e prometeu recursos para ajudar nas
operações policiais. Mas não dá um centavo para regularizar as
posses dos camponeses. E não dá uma palavra sobre o fato do estado
ter ganhado o vergonhoso título de campeão de mortes no campo.
Silêncio também sobre a região de Buritis, onde pululam abusos e
crimes da polícia, inclusive grupos de extermínio dirigidos por
comandantes e oficiais da PM.
Na
reunião, o Ouvidor Nacional dos latifundiários Gercino José ainda
ameaçou suspender as negociações nas áreas onde houver conflito.
Desta forma, Dilma fará aumentar a violência no campo, porque os
latifundiários continuarão com suas terras oprimindo os camponeses,
e por sua vez, os trabalhadores terão que lutar ainda mais pelo
direito à terra. Nos últimos 13 anos de gerenciamento petista, só
conquistou terra quem tomou latifúndios, resistiu a despejos
violentos, cortou as terras por conta, distribuiu os lotes entre as
famílias, fez manifestações e atos políticos, cortou rodovias e
ocupou prédios públicos.
Em
várias reuniões de polícia e Incra, o nome do apoiador da luta
camponesa Pelé aparece como incentivador das tomadas de terra.
Grande mentira! Quem incentiva as ocupações é a paralisação da
reforma agrária falida do governo e a crise que já está causando
quebradeira nos comércios e demissões. A vida de Pelé e outros
apoiadores e lideranças camponesas corre sério risco. É urgente
uma grande campanha em defesa deles.
Contra
a crise, tomar todas as terras do latifúndio!
O
latifúndio em Rondônia já iniciou uma nova ofensiva contra os
camponeses e movimentos de luta pela terra, com total apoio dos
governos Dilma/PT e Confúcio/PMDB. Querem aplastar a luta camponesa.
Mas a cada dia mais trabalhadores sem terra ou com pouca terra nos
procuram para saber quando será a próxima ocupação, tomadas de
terra se espalham pelos 4 cantos. Os camponeses se organizam e se
preparam mais, avança a Revolução Agrária que em breve se
transformará numa onda invencível.
É
a única forma de tirar o país da crise e iniciar as mudanças
verdadeiras de que precisamos. Todo o povo deve conhecer, divulgar e
apoiar ativamente esta luta.
Regularização
imediata das posses dos camponeses da área 10 de maio!
Lutar
pela terra não é crime!
Conquistar
a terra, destruir o latifúndio!
LCP
– Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental
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