Há
mais de 50 anos foi dado o golpe civil-militar implantando no Brasil o
regime militar fascista a mando do imperialismo, da grande burguesia e
do latifúndio. Em nome de impedir que o comunismo se “instalasse” no
Brasil, as classes dominantes, através das Forças Armadas praticamente
aplastou a ferro e fogo o crescente movimento popular à época,
principalmente o movimento camponês.
O regime militar perseguiu, prendeu,
torturou, assassinou e desapareceu com os corpos de centenas de
militantes e lutadores do povo que levantavam a bandeira da democracia
no país e também com qualquer um que fosse considerado subversivo.
Com o final do regime militar, estas
mesmas classes que promoveram o golpe mantiveram seus interesses
intactos e seus privilégios mais descarados, inclusive durante o governo
do PT, figuras como José Sarney e outras continuaram gozando de
prestígio. Sem contar que os executores das mais brutais e vis torturas,
massacres e barbaridades contra o povo mantiveram seus postos ou foram
protegidos pelo velho Estado brasileiro. Todos esses criminosos foram
beneficiados pela lei da Anistia.
Velho Estado esse que era o mesmo na
época do regime militar e ainda antes, desde sua fundação, nunca tendo
mudado seu caráter de ditadura da grande burguesia e dos latifundiários a
serviço do imperialismo, seja com governos eleitos ou abertamente
fascistas.
Grupos de Extermínio durante o governo do PT
Durante o governo do PT/Lula/Dilma foi
instaurada a Comissão Nacional da (meia) Verdade, para supostamente
apurar os crimes cometidos pelo Estado no período de 1964 a 1985, no
entanto passado já vários anos, a Comissão demonstrou seu papel de
tentar por fim ao clamor popular pelo julgamento e condenação dos facínoras do regime militar.
Nada mais fazem que requentar episódios
conhecidos e muitas vezes documentados, denunciados há décadas por
organizações e familiares de vítimas dos crimes de Estado. Além disso, o
governo do PT reconheceu e manteve a lei da Anistia, apesar de o
Direito Internacional considerar os crimes de tortura e as graves
violações cometidas como crimes imprescritíveis! Não bastasse, renovou o
sigilo sobre determinados documentos do Estado por mais 50 anos. Enfim,
sob o mandato da rata delatora Dilma um novo pacto com os militares foi
feito para que não houvesse nenhuma punição.
Foi criada pelo PT, a Força Nacional de
Segurança-FNS, que institucionalizou a prisão, tortura e matança de
trabalhadores e do povo pobre das favelas, nas grandes cidades, pelas
UPP´s. No campo, tem atuado em nome da "paz no campo" desencadeando a
perseguição, a tortura e a morte de camponeses, quilombolas e indígenas
por todo o país. A política de nenhuma Reforma Agrária, a criminalização
e o cerco ao movimento camponês, pela atuação das forças repressivas e
pelo judiciário, tem estimulado o latifúndio agir sem limites,
defendendo abertamente a formação de bandos armados, inclusive sob a
fachada de empresa de segurança privada.
Na rota da morte
Enquanto o PT encena descaradamente com suas infindáveis “Comissões” e “Audiências Públicas”, têm se proliferado pelo país os Grupos de Extermínio
com participação de agentes do Estado, que tem assassinado
seletivamente, a mando e soldo de latifundiários, as lideranças
camponesas, quilombolas e indígenas. Exemplo disso, aqui no
Norte de Minas, foi a execução por tocaia do dirigente camponês Cleomar
Rodrigues de Almeida, em Outubro passado em Pedras de Maria da Cruz,
mesmo depois de ter feito reiteradas denúncias sobre ameaças recebidas
pelo latifúndio e seus sequazes. Os mandantes continuam impunes!
Outro fato gravíssimo foi o ataque por
pistoleiros sob o comando do latifundiário João Fabio Dias sofrido pelos
camponeses na fazenda Torta em Verdelândia em fevereiro de 2013. Os
camponeses foram torturados e duas pessoas foram baleadas. A denúncia
teve grande repercussão, inclusive foi feita audiência pública pela
Comissão de Direitos Humanos da AL prometendo punição para os
responsáveis e na época, o INCRA declarou que em 6 meses desapropriaria
as terras para as famílias. No entanto, 1 ano depois, em fevereiro de
2014 o vereador “Zé Gato” que na época fora atingido MORREU em decorrência de sequelas do ataque. Até hoje ninguém foi preso por este crime de tortura e assassinato.
Ao mesmo tempo, estes mesmos
oportunistas de carreira, que fingiram estar histéricos na época do
ocorrido e tecem hoje “loas” à histórica resistência de Cachoeirinha,
tratam dos crimes do passado como se fossem lendas e dos sobreviventes
como peças de museu.
Não há nenhuma punição de fato aos
crimes cometidos pelo latifúndio, principalmente aos mandantes. O
maldito Coronel Georgino Jorge de Souza que comandou as tropas do 10º.
Batalhão da PM de Montes Claros em 1967 contra os posseiros de
Cachoeirinha goza de “cadeira” na Universidade Estadual de Montes Claros
e seus filhos legítimos: os grupos de pistoleiros com participação
policial continuam agindo livremente, atuando em Verdelândia,
Varzelândia, São João da Ponte, Jaíba e região.
Ontem e hoje os mártires de Cachoeirinha
verteram seu glorioso sangue em defesa de sua terra e de seu povo, mais
de 60 crianças morreram de sarampo e frio quando seus pais expulsos das
terras tiveram de fugir pelo mato, vários camponeses tiveram
“desaparecimento” forçado. O primeiro despejo no período do regime
militar foi em 17 de setembro de 1967 contra 38 famílias camponesas de
Cachoeirinha; ainda na década de sessenta 212 famílias foram expulsas de
suas terras, essas terras griladas e legitimadas pelo velho Estado
deram origem à 17 latifúndios. Exemplos como esses temos em diversas
cidades do norte de Minas camponeses expulsos de suas terras,
legitimações das grilagens pelo velho Estado na criação de latifúndios e
atendendo os interesses das mineradoras.
De acordo com dados da CPT entre 1985 e
2014, no período da chamada “democracia”, foram registrados 29.609
conflitos no campo, envolvendo 20.623.043 pessoas. Foram 23.079
conflitos por terra, 4.389 trabalhistas, 836 por água e 1.305 de outras
naturezas. Entre 1985 e 2014, foram registrados 1.723 assassinatos em
1.307 ocorrências de conflitos agrários.
O PT no aparelho do velho Estado
semicolonial e semifeudal repete os crimes do regime militar sob a
fachada de democracia, enquanto finge condenar os crimes do passado.
Tudo isso tem o claro intuito de afogar
em repressão e sangue a insatisfação popular represada, que cresce de
explosão em explosão de revoltas por todo o país, confirmando a consigna
jamais esquecida pelos verdadeiros democratas: Fascistas, Não passarão!
Abaixo o governo do PT/Lula/ Dilma anti-povo e vende-pátria!
Viva a Revolução Democrática!
Terra, água, pão, justiça e Nova Democracia!
Cleomar Vive! Morte ao Latifúndio!
Viva a Revolução Agrária!
Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas e Sul da Bahia
Movimento Feminino Popular - MFP
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