Dia 30 de Agosto (quarta-feira)- Horário: 19 horas
Local; Campus da UNIR (Auditório da UAB) – Porto Velho
A
Associação Brasileira dos Advogados do Povo- ABRAPO e o Centro
Brasileiro de Solidariedade aos Povos convidam para o Seminário
intitulado 22 ANOS DA RESISTÊNCIA CAMPONESA DE CORUMBIARA E OS CONFLITOS AGRÁRIOS NA ATUALIDADE a ser realizado no dia 30 de agosto de 2017 a partir das 19 horas no Auditório da UAB- Campus da UNIR –Porto Velho.
Em
1995, no município de Corumbiara, 600 famílias camponesas tomaram a
fazenda Santa Elina. Grande aparato de policiais e pistoleiros,
fortemente armados, invadiram o acampamento na madrugada do dia 9 de
agosto. Os camponeses opuseram heroica resistência, e com as armas que
tinham – paus, foices e espingardas – sustentaram combate até esgotarem
seus recursos. Depois de rendidos, os camponeses foram humilhados,
espancados, torturados e 9 camponeses foram executados, inclusive a
menina Vanessa, de apenas 7 anos. Vários camponeses morreram tempos
depois, em consequência das graves sequelas. Depois de diversas lutas,
em 2010, famílias organizadas pelo CODEVISE – Comitê de Defesa das
Vítimas de Santa Elina e a LCP finalmente retomaram a maior parte da
fazenda Santa Elina, resistiram a ataques de todo o tipo, cortaram as
terras por conta e distribuíram os lotes entre si, onde cada família
logo começou a viver e trabalhar.
Hoje,
passados 22 anos, as forças do latifúndio e do Estado continuam
tratando a luta pela terra com violência. Segundo o Incra (Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Rondônia tem 106 áreas em
situação de disputa, em 23 municípios. Ao todo são 8.759 famílias
acampadas, sendo 25% enquadradas em "alto grau de risco de conflitos
graves", mas sabemos que esses números são muito maiores.
Centenas
de camponeses já foram assassinadas nos últimos anos em Rondônia e os
dados revelam a verdadeira situação de terror a que estão submetidos os
camponeses em todo o País. Seguem
os assassinando crescentemente camponeses e indígenas, principalmente
suas lideranças combativas. Só este ano fizeram massacres em Colniza
(Mato Grosso) e em Pau D’Arco (Pará), totalizando só nesses dois
episódios 19 camponeses executados.
Contamos com as organizações de direitos humanos, ativistas do movimento camponês, intelectuais, advogados, dirigentes
sindicais, professores, estudantes e todos os trabalhadores que apoiam a
justa luta dos camponeses por seu direito historicamente negado de ter
um pedaço de terra para trabalhar e viver.
O momento necessita de discussão e ação das organizações que defendem os direitos do povo. Contamos com vossa participação.
ABRAPO – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ADVOGADOS DO POVO
CEBRASPO - CENTRO BRASILEIRO DE SOLIDARIEDADE AOS POVOS
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