Monday, December 9, 2013

Brasil in struggle against fascism and state repression

Fascismo: 19 presos suspeitos de participar dos protestos em Jaçanã


Por Rafael Gomes Penelas
A “democracia” do país da Copa mais uma vez deixou sua máscara no armário. Nesta segunda-feira, 9 de dezembro, a Polícia Civil de são Paulo prendeu 19 pessoas suspeitas de participarem da justa manifestação de 28 de outubro contra o assassinato do jovem Douglas Martins pela PM.
O protesto, que obteve grande repercussão nacional devido a sua combatividade, ocorreu na Avenida Fernão Dias, em Jaçanã, zona Norte da cidade. Na ocasião, três caminhões e seis ônibus foram incendiados. Vários confrontos entre moradores e a repressão foram registrados, inclusive após o enterro de Douglas. Cerca de noventa pessoas foram presas e liberadas em seguida.
Não bastasse o fato de a PM paulista, uma das mais sanguinárias do mundo, ter assassinado mais um jovem no subúrbio de São Paulo, quando a população se revoltou foi tratada pelo monopólio da imprensa com as mesmas alcunhas ridículas de sempre: “vândalos”, “baderneiros” e até “bandidos”. Já para a polícia que matou Douglas, este mesmo monopólio dispensou as críticas e qualificou o caso como um mero “acidente a ser investigado”.
A mãe do jovem disse declarou à imprensa que seu filho, antes de morrer, perguntou ao PM: “Por que o senhor atirou em mim?’”.  O rapaz trabalhava numa lanchonete e, segundo sua mãe, “Ele não tinha preguiça de trabalhar. Ele estudava. Estava no 3º ano”.
As cenas de saques de lojas da região foram mostradas em todos os telejornais e programas policiais, acompanhadas de uma campanha histérica dos papagaios do monopólio pedindo “mais rigor da polícia”, “mandar vagabundos pro saco”, etc. Só “esqueceram” de dizer que quem causou toda a confusão foi a própria polícia. E os tais saques, além de acontecer num momento de explosão e fúria de uma parte da massa, são usados pela imprensa burguesa para tirar o foco dos protestos, que se voltaram contra a repressão fascista e contra o assassinato covarde.
Na manhã desta segunda-feira, segundo a Polícia Civil, 80 agentes participaram da ‘Operação 9 de Dezembro’, que começou às 5h. Os detidos serão indiciados por danos, associação criminosa, roubo, incêndio e furto. As últimas informações (não confirmadas pela Secretaria de Segurança Pública) dão conta de que os detidos deverão ser encaminhados para a 4ª Delegacia Seccional, na zona Norte.
As “autoridades” do velho Estado, temendo os protestos que se anunciam para o ano da Copa, vêem na repressão policial indiscriminada a maneira de “resolver” os problemas sociais. De fato, como já tive a oportunidade de dizer em outro artigo, o que eles temem, mais do que qualquer coisa, é o levante do povo! Ainda mais das populações das periferias e dos subúrbios das grandes cidades como São Paulo, que convivem com a miséria, o descaso e a violência policial.
Imagem: TV Record.

Ativistas são presas por apoiarem greve operária em BH

Ativistas do Movimento Feminino Popular – MFP informaram a redação de AND sobre a prisão de duas jovens na tarde de ontem (6/12) em Belo Horizonte quando ocorria um protesto de trabalhadores da construção na capital mineira. Publicamos aqui breve relato baseado nessas denúncias. Elas nos informaram que, ainda hoje, o MFP se reunirá e publicará uma nota sobre as prisões e sobre a tentativa de criminalização da luta dos trabalhadores por seus direitos.
“Na sexta-feira, 6 de dezembro, ocorreram três prisões em Belo Horizonte durante manifestação dos operários da construção civil em greve desde o dia 27 de novembro.
A primeira prisão foi a do diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Construção – Marreta, Vilson Valdez, que estava na porta da obra da construtora Via Engenharia, localizada no bairro de Lourdes, região Centro-Sul da capital, e convocava os operários para paralisarem o trabalho e aderirem à greve. Valdez não aceitou a imposição da polícia militar que, cumprindo papel de segurança privada da obra, interferiu violentamente contra o direito de greve, agredindo e algemando o dirigente sindical, conduzindo-o a uma delegacia, mantendo-o arbitrariamente encarcerado enquanto vasculhavam seus pertences e seu telefone celular.
No momento da prisão do diretor do Marreta, cerca de 300 operários que haviam entrado para o trabalho decidiram sair imediatamente em solidariedade ao companheiro preso. Valdez foi solto algumas horas depois de sua prisão, acusado de “desobediência” e “ameaça” aos policiais que o prenderam.
Mais tarde, durante um protesto dos operários em greve no centro da cidade duas jovens, uma professora – Ana Paula – e outra graduanda do curso de Pedagogia – Ione Mariano – que estavam próximo à passeata dos operários e apoiavam o movimento grevista foram abordadas por três policiais, revistadas e presas.
Ione foi abordada por policiais que a revistaram e apresentaram uma mochila contendo 4 garrafas com gasolina. Em seu depoimento, a estudante afirmou que carregava a mochila a pedido de uma pessoa que se aproximou dela momentos antes da abordagem policial.
As duas companheiras resistiram à prisão, afirmando sua decisão de apoiar as lutas de todo o povo por seus direitos, estando inclusive de posse de panfletos do Movimento Feminino Popular com uma mensagem de apoio dirigida aos operários em greve, que elas se dispuseram a distribuir.
As duas foram conduzidas à delegacia e, mais uma vez, como tem acontecido em todo o país, impõe-se a criminalização da luta popular. A professora foi liberada depois de algumas horas e a estudante ficou presa, encaminhada para o presídio do CERESP, acusada de porte de artefatos explosivos, enquadrada no artigo de “desarmamento”, a despeito de sua afirmação contundente de não ser dela a mochila revistada, com prisão preventiva de 5 dias decretada imediatamente.
A estudante está sendo acompanhada por um advogado que tenta hoje (sábado) o relaxamento da prisão e Habeas Corpus.
As organizações populares de BH – especialmente o MFP – estão mobilizadas exigindo sua imediata libertação, denunciando a atitude fascista dos governos federal, estaduais e municipais de criminalizar a luta popular com falsas acusações sobre aqueles que se unem ao povo em luta por seus direitos”.

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