Protestos na Praça Seca e no Engenho Novo (RJ): A rebelião se justifica!
7
Na tarde da última quarta-feira, 12 de fevereiro, novos protestos voltaram a acontecer na região da Praça Seca, na zona Oeste do Rio de Janeiro. A população da comunidade Bateau Mouche deu novas demonstrações de coragem e enfrentou a tropa de choque. Os protestos são em repúdio ao assassinato de dois jovens durante uma operação da Polícia Militar em Rocha Miranda.
No dia anterior, 11/2, outras manifestações já haviam ocorrido. Pela manhã, as pistas da Rua Cândido Benício foram bloqueadas e os manifestantes incendiaram um ônibus e um banheiro químico. Um carro da PM teve os vidros quebrados. Durante a noite outro ônibus e uma retroescavadeira foram incendiados. Vários moradores ficaram feridos com as bombas lançadas pela repressão.
A versão policial diz que os mortos (Gleberson Nascimento Alves e Alan de Souza Pereira) estavam acompanhados de mais dois homens que teriam sido abordados durante um patrulhamento na Avenida dos Italianos. Os rapazes teriam resistido e um deles atirado contra a viatura policial.
Porém, Gleberson e Alan não tinham antecedentes criminais. Moradores e familiares negam a versão da PM e afirmam que as vítimas estariam levando uma peça de moto e teriam sido confundidos com os ladrões.
Em depoimento a um telejornal, a familiar de um dos rapazes, que não quis se identificar, disse: “Eles alegaram que eles estavam fugindo deles [dos policiais] e estavam trocando tiros com eles e não foi isso. Foi uma execução e não foi tentativa de assalto, como eles alegaram.
Engenho Novo
Também no Engenho Novo, na zona Norte, houve enfrentamentos. Três ônibus foram incendiados pelos manifestantes na noite do dia 12 na Rua Barão do Bom Retiro. A população acusa a polícia pelo assassinato de um jovem durante um suposto confronto entre bandidos comuns e a PM no Morro do São João. Segundo moradores, a vítima seria um rapaz de 17 anos. Quatro pessoas foram presas durante o protesto e levadas para a 25ª DP.
Em meio à avalanche de sensacionalismo do monopólio da imprensa em sua tentativa desesperada de criminalizar os protestos populares, nos subúrbios do Rio de Janeiro cresce a indignação da população pobre contra a rotineira repressão policial. O ano de 2014 começou com intensos e combativos protestos em bairros pobres da cidade, como no caso da Favela do Metrô (o de maior repercussão) que há anos luta contra a remoção.