O que levou o Movimento Estudantil da UNIR chegar a um ponto tamanha apatia e desorganização?
Como
bem sabemos, as lutas populares vivem ondas, fluxos e refluxos são uma
constante nessas lutas e na UNIR não seria diferente. A vitoriosa greve
de 2011 foi gestada por 6 anos, quando o movimento estudantil combativo
se estabelece na universidade, lutando ferrenhamente contra a ação
desmobilizadora, cínica, despolitizadora e eleitoreira de UNE/PT/PCdoB
(falsa esquerda). A velha política conhecida pelos estudantes de um movimento estudantil despolitizado, festeiro,
cachaceiro e de carteirinha (às vezes nem isso, como nas gestões do DCE
de 2005/2006 e 2010/2011, onde pegaram o dinheiro e não as entregaram)
foi rechaçada. O caminho escolhido pelos estudantes foi a construção de
Assembleias Gerais, reuniões constantes de Centros
Acadêmicos (CA’s) e Conselho de Entidades de Base (CEB) politizados em
torno dos problemas da educação, eventos, manifestações combativas,
ocupações de reitoria, panfletagens, passagens em sala e construções de CA’s.
Com
a ressaca da greve estudantil de 2011, saída de líderes importantes de
vários cursos, apertos de calendários, uma fatídica greve de pijama em
2012 e até mesmo um “aguardar de resultados” das conquistas da greve de
2011 deram espaço para uma “tranquilidade”, permitindo assim que urubus
policialescos, antigos conhecidos e rechaçados pelo Movimento Estudantil
da UNIR tomassem sua direção.
A
ação do oportunismo na universidade atingiu seu ápice nas duas últimas
gestões do DCE(Banzeiros), expresso de forma concentrada em seu
dirigente principal. A prática extremamente burocrática, completamente
institucional, fazendo movimento estudantil “de ofício”, excluindo
qualquer debate aprofundado que mobilizasse os estudantes, mesmo em
tempo de ataques ferrenhos à educação (ataques a PIBID e PIBIC, PEC 55,
REFORMA DO ENSINO MÉDIO, etc). Autoritarismo e sectarismo por parte do
coordenador geral das duas gestões se tornaram o modus operanti da entidade. Além de levar a um afastamento dos integrantes mais honestos da gestão,todas essas ações levaram a uma total desmobilização, despolitização e desarticulação do ME na
UNIR. Resultados cabais dessa prática rasteira são os baixos índices de
votantes nas eleições das entidades, participantes em assembleias, CA’s
e DA’s desmantelados, CEBs como o de dezembro de 2016, totalmente
burocráticos e nossa pífia representatividade nos conselhos superiores.
Dessa forma, os que não confiam na luta das massas as acusam de inertes,
desinteressadas e pacifistas. Logo, restariam apenas a algumas mentes
“brilhantes e capazes” dirigirem as entidades e pretensiosamente
impedirem os estudantes de lutar.
Vemos
agora o resultado desse processo desembocar no mesmo mar de lama que
sempre denunciamos ser o destino dos que dirigem e se guiam por esse
caminho burocrático e carreirista no movimento
estudantil. Cargo político em prefeitura, defesa aberta de partidos
eleitoreiros, trampolim político e por aí vai… a mesma canalhice
eleitoreira de sempre, a mesma prática da UNE e seus grupelhos, só que agora pintada de azul. Com mais esse desmascaramento, se abre o caminho da luta SEM ILUSÕES!
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