Friday, April 14, 2017

Brasil - Do que precisa o Movimento Estudantil da UNIR?



O que levou o Movimento Estudantil da UNIR chegar a um ponto tamanha apatia e desorganização?
Como bem sabemos, as lutas populares vivem ondas, fluxos e refluxos são uma constante nessas lutas e na UNIR não seria diferente. A vitoriosa greve de 2011 foi gestada por 6 anos, quando o movimento estudantil combativo se estabelece na universidade, lutando ferrenhamente contra a ação desmobilizadora, cínica, despolitizadora e eleitoreira de UNE/PT/PCdoB (falsa esquerda). A velha política conhecida pelos estudantes de um movimento estudantil despolitizado, festeiro, cachaceiro e de carteirinha (às vezes nem isso, como nas gestões do DCE de 2005/2006 e 2010/2011, onde pegaram o dinheiro e não as entregaram) foi rechaçada. O caminho escolhido pelos estudantes foi a construção de Assembleias Gerais, reuniões constantes de Centros Acadêmicos (CA’s) e Conselho de Entidades de Base (CEB) politizados em torno dos problemas da educação, eventos, manifestações combativas, ocupações de reitoria, panfletagens, passagens em sala e construções de CA’s.
Com a ressaca da greve estudantil de 2011, saída de líderes importantes de vários cursos, apertos de calendários, uma fatídica greve de pijama em 2012 e até mesmo um “aguardar de resultados” das conquistas da greve de 2011 deram espaço para uma “tranquilidade”, permitindo assim que urubus policialescos, antigos conhecidos e rechaçados pelo Movimento Estudantil da UNIR tomassem sua direção.
A ação do oportunismo na universidade atingiu seu ápice nas duas últimas gestões do DCE(Banzeiros), expresso de forma concentrada em seu dirigente principal. A prática extremamente burocrática, completamente institucional, fazendo movimento estudantil “de ofício”, excluindo qualquer debate aprofundado que mobilizasse os estudantes, mesmo em tempo de ataques ferrenhos à educação (ataques a PIBID e PIBIC, PEC 55, REFORMA DO ENSINO MÉDIO, etc). Autoritarismo e sectarismo por parte do coordenador geral das duas gestões se tornaram o  modus operanti da entidade. Além de levar a um afastamento dos integrantes mais honestos da gestão,todas essas ações levaram a uma total desmobilização, despolitização e desarticulação do ME na UNIR. Resultados cabais dessa prática rasteira são os baixos índices de votantes nas eleições das entidades, participantes em assembleias, CA’s e DA’s desmantelados, CEBs como o de dezembro de 2016, totalmente burocráticos e nossa pífia representatividade nos conselhos superiores. Dessa forma, os que não confiam na luta das massas as acusam de inertes, desinteressadas e pacifistas. Logo, restariam apenas a algumas mentes “brilhantes e capazes” dirigirem as entidades e pretensiosamente impedirem os estudantes de lutar.

Vemos agora o resultado desse processo desembocar no mesmo mar de lama que sempre denunciamos ser o destino dos que dirigem e se guiam por esse caminho burocrático e carreirista no movimento estudantil. Cargo político em prefeitura, defesa aberta de partidos eleitoreiros, trampolim político e por aí vai… a mesma canalhice eleitoreira de sempre, a mesma prática da UNE e seus grupelhos, só que agora pintada de azul.  Com mais esse desmascaramento, se abre o caminho da luta SEM ILUSÕES!

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